Além dos gramados: a arte de Pelé na publicidade, cinema e TV
Maior jogador de futebol da história foi garoto-propaganda de diversas marcas no Brasil e no mundo e também participou de filmes e novelas
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Bárbara Sacchitiello
2 de janeiro de 2023 - 6h00
As gerações que tiveram o privilégio de ver Pelé em campo não careceram de elementos para compreender por que o atacante entrou para a história como o maior jogador de futebol de todos os tempos. Seus dribles, assistências, gols e feitos, tanto no Santos quanto pela seleção brasileira, deixaram claro a genialidade do jovem da cidade de Três Corações, que teria a missão de mostrar ao mundo a mágica do futebol brasileiro.
Quem nasceu depois de Pelé ter aposentado as chuteiras teve, além dos relatos de pais, familiares e amigos, outros elementos para entender a dimensão do atleta para o Brasil e o mundo. Fora dos gramados, o jogador do futebol alcançou patamar digno das maiores celebridades do planeta, o que lhe permitiu, segundo relato do próprio, entrar nos Estados Unidos e no Vaticano mesmo sem passaporte.
A fama e talento do Rei do futebol permitiram que Pelé – que morreu no último dia 29, em São Paulo, aos 82 anos, em decorrência de uma infecção pulmonar e de um câncer de cólon – demonstrasse sua arte fora das quatro linhas de campo.
Ao longo da carreira, o atleta protagonizou diversas campanhas publicitárias não apenas no Brasil mas em outros países, além de ter se arriscado como ator em produções de cinema e em novelas. Atuou também na política, como Ministro dos Esportes, na década de 1990, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Com sorriso marcante, rosto conhecido por todos e voz característica, Pelé foi uma figura presente na mídia ao longo de décadas, com anunciantes aproveitando o carisma do atleta para levar sua mensagem ao público. Veja, abaixo, algumas das campanhas protagonizadas por Pelé, em diferentes épocas.
Em 2014, na Copa do Mundo realizada no Brasil, a Vivo, patrocinadora da seleção brasileira, homenageou Pelé na Call Parade, exposição que realizou em São Paulo, transformando orelhões em obras de arte. Um desses espaços ganhou o desenho de Pelé. O jogador esteve presente na inauguração, onde conversou com a reportagem de Meio & Mensagem e falou sobre a alegria de ser homenageado em vida. Assista:
Um pouco antes disso, em 2010, a Vivo realizou um sonho de Pelé, que confessou que desejava que seu último gol tivesse sido marcado pela seleção brasileira. Em um comercial, criado pela Y&R (atual VMLY&R) e dirigido por Fernando Meirelles, da O2, Pelé teve a oportunidade de marcar seu último gol pela seleção brasileira, aos 70 anos de idade.
Em 2021, quando precisava divulgarseu novo serviço de pagamentos pelo WhatsApp, a Meta (que na época ainda se chama Facebook) convidou o rei Pelé para uma campanha. Em suas redes sociais, o ex-atleta postou uma chamada de vídeo com Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, chamando o empresário de “King of ZapZap”. Veja:
Em 1998, o Rei gravou alguns comerciais ao lado de Carlos Moreno, o “garoto-Bombril”. Em um dos filmes, Moreno exalta Pelé, dizendo que as pessoas se questionavam quando apareceria outro jogador como ele, mas reconhecia que “só Pelé é Pelé assim como só Bombril é Bombril” e ainda usava o “entende”, famoso bordão do ex-jogador.
Já em outro comercial dessa campanha da Bombril, o garoto-propaganda dá a impressão que está elogiando Pelé, mas na verdade está enaltecendo a palha de aço. Por fim, ele diz que Pelé é o “Bombril do futebol”. Veja:
Em 2010, o rei do futebol estrelou uma campanha da Sky ao lado da übermodel Gisele Bundchen, garota-propaganda da operadora. No filme, a modelo e o ex-jogador assistiam à cena do famoso gol que Pelé perdeu contra a Tchecoslováquia, na Copa de 1970, quando deu um chute do meio de campo. No comercial, Gisele ensinava as técnicas que Pelé deveria ter usado para marcar aquele gol. Veja:
Um dos jingles mais famosos da década de 1998 tem a voz de Pelé. Quando era Ministro dos Esportes, Pelé compôs a canção ABC do Bicho Papão, que foi cantada pelo Trem da Alegria. A música foi usada em uma campanha publicitário do Ministério da Educação para reforçar a importância da alfabetização e educação de base.
Em 2014, antes da Copa do Mundo no Brasil, Pelé protagonizou uma campanha da Volkswagen, veiculada somente na Alemanha, que chegou até a gerar críticas da torcida brasileira. Na sequência, o ex-jogador parabeniza a Alemanha pelo desempenho de sua seleção de futebol e pede para que eles não joguem tão bem aquela Copa, já que o Brasil tinha o sonho de ganhar o Mundial em casa. Curiosidade: naquela Copa, posteriormente, a Alemanha eliminaria o Brasil no inesquecível 7X1. Veja:
No mesmo ano da Copa do Mundo do Brasil, Pelé também estrelou o comercial da marca de shampoos Head & Shoulders ao lado do técnico de futebol Joel Santana, que estava em alta, na época, pelo jeito peculiar de falar inglês.
Em 2019, a marca suíça de relógios Hublot uniu o rei do futebol ao jogador Kylian Mbappé, da França, que havia conquistado sua primeira Copa do Mundo no ano anterior:
Pelé também partilhou a cena com outros craques na publicidade. Em 2014, protagonizou um comercial da companhia aérea Emirates ao lado do jogador português Cristiano Ronaldo.
O grande encontro de craques da bola na publicidade, contudo, aconteceu um pouco antes. Em 2010, a grife de luxo francesa Louis Vuitton conseguiu reunir Pelé, o argentino Diego Maradona e o francês Zinedine Zidane para jogar pebolim. Veja:
Para mostrar o poder do futebol de unir as pessoas, independentemente das rivalidades, a Mastercard convidou Pelé, que já havia sido seu embaixador, para uma ação que reunia representantes de torcidas de várias seleções.
Na década de 1990, Pelé estrelou diversos comerciais para a fabricante de celulares Nokia. Em um deles, Pelé revia lembranças de sua vida e fazia uma espécie de vida chamada, antes de atender a ligação de sua mãe.
Em 2002, em outro comercial para a marca, Pelé divulgava as opções de cores dos aparelhos.
No mesmo ano, em 2002, Pelé protagonizou um comercial que ficaria muito popular no Brasil. Em uma ação para a rede de medicamentos Pfizer e a Associação Brasileira de Urologia, o craque falava sobre a importância de prevenção e tratamento da disfunção erétil, com o bordão: “Fale com seu médico. Eu falaria”.
A seguradora de saúde Golden Cross também teve Pelé como seu garoto-propaganda nos anos 1990. Em um comercial da marca, o ex-jogador aparecia dando incontáveis autógrafos e dizendo que sempre tinha a preocupação de cuidar da saúde. No filme, Pelé vai ao médico por conta de um incômodo na mão – justamente pelo fato de ter de dar tantos autógrafos.
Um dos comerciais internacionais mais lembrados da década de 1980 foi o do Atari. Nas sequências, o ex-jogador aparecia jogando videogame, dividindo a cena com o piloto Mario Andretti e com o jogador de basquete Kareem Abdul-Jabbar.
Na década de 1980, uma imobiliária do Rio de Janeiro conseguiu chamar a atenção ao unir Pelé e sua namorada, na época (a modelo Xuxa Meneghel) em uma mesma campanha.
Não foi apenas como garoto-propaganda que Edson Arantes do Nascimento pode mostrar seu talento como ator. A fama e a enorme visibilidade fez com que Pelé também se aventurasse no cinema e na televisão.
Na TV brasileira, o jogador, no fim da década de 1960, fez uma participação no humorístico Família Trapo. Já em 1969, na TV Excelsior, estreou no mundo das novelas no papel de Plínio Pompeu, na trama Os Estranhos.
O craque brasileiro também mostrou seu talento no cinema internacional. Entre os trabalhos de maior destaque está o filme Fuga para Vitória, de 1981, que conta a história de prisioneiros de guerra que se preparam para um jogo de futebol. No filme, Pelé contracena com Sylvester Stallone e Michael Caine.
Um ano antes, em 1980, estrelou o filme Os Trombadinhas, em que interpretava um técnico das categorias de base do Santos, que usava o esporte para tentar melhorar a vida de crianças abandonadas.
Em 1986, Pelé foi o astro da comédia Os Trapalhões e o Rei do Futebol, interpretando um repórter esportivo.
Também fez participações especiais em novelas da Globo, interpretando a si mesmo, como em O Salvador da Pátria, História de Amor e O Clone.
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