Aos 10 anos, GP foca formação profissional

Meio & Mensagem
5 de setembro de 2012 - 9h37

Em 2002, quando o Grupo de Planejamento (GP) foi criado, a intenção era reforçar a importância da disciplina dentro das agências. Hoje, dez anos depois, a situação é absolutamente distinta: com anunciantes cada vez mais técnicos, a área conseguiu relevância alçada ao patamar diretivo das agências, ganhou popularidade entre profissionais de comunicação e tem como principal desafio o aprimoramento da formação dos planejadores. “Brinco que antes os filhos dos clientes queriam um estágio na criação; hoje, querem no planejamento”, relata Eduardo Lorenzi, presidente do GP e head de planejamento da Neogama/BBH, que calcou as comemorações dos dez anos da entidade dentro deste contexto.

O GP elaborou um guia com 40 cursos, em diferentes países, relacionados à área. O material partiu do levantamento feito pela Limo Inc e foi debulhado pela equipe de planejamento da F/Nazca S&S, patrocinadora da iniciativa. Os sócios da entidade já receberam o material que ganhará uma versão digital nos próximos meses.

“Há muita gente boa no mercado, mas a discrepância do nível dos profissionais ainda é muito grande e requer apoio do Grupo”, afirma Lorenzi. Ele credita essa diferença ao aumento da procura por profissionais de planejamento e à formação generalista das universidades, que ainda dão pouca atenção à disciplina. O que contribuiu para que, nos últimos anos, muitos profissionais fossem promovidos de modo rápido, não exatamente com a qualificação necessária à função que ocupam.

Para ajudar a reverter este quadro, o GP ampliou a frequência dos eventos: passaram de três para dez encontros ao longo do ano, também com o propósito de melhorar a formação dos profissionais do segmento.

Parte desses eventos (Fundadores e Fundamentos) celebra os fundadores da entidade. A próxima edição, a ser realizada nesta terça-feira, 4, reunirá os fundadores Nelson Kuniyoshi (Giovanni+Draftfcb), Paula Saboia (Instituto EcoSocial), Marina Campos (que hoje mudou de setor e trabalha com a POP — Palhaços a Serviço das Pessoas) e Jurandir Craveiro (consultor).

A edição deste ano da conferência anual do GP, programada para novembro, também passa pela questão da formação dos profissionais do setor. O tema será “Go global — competências, técnicas e repertório para ser um profissional de nível global”, em um esforço para mostrar como os planejadores podem armar-se a fim de se tornar profissionais de destaque em âmbito mundial. “Não é porque estamos sendo a bola da vez que não temos pontos a aprimorar”, avalia Lorenzi.

Comparativo global
Ele destaca, ainda, o quanto estamos distantes de outros mercados, ou seja, o inglês e o norte-americano, no que diz respeito ao planejamento. Na Inglaterra, profissionais com mais de cinco anos de mercado podem fazer um curso promovido pelo Account Planning Group (APG) chamado Planning Leaders of Tomorrow (Líderes de planejamento do futuro, em tradução livre). O curso permite que os alunos estudem todas as escolas de planejamento do país e, então, no final, avaliem os pontos fortes e fracos de cada uma das instituições. “No Brasil, eu não saberia citar uma escola. É difícil defini-las, ainda estamos alguns passos atrás”, exemplifica Lorenzi.

O GP criou, no ano passado, o prêmio Formadores, para homenagear as referências da atividade no País. “O primeiro homenageado foi, naturalmente, Julio Ribeiro”, afirma Lorenzi. Em novembro, na conferência anual, outro profissional será homenageado.

Completam as comemorações dos dez anos a implantação de um programa de visitas para estudantes nas principais agências brasileiras e medidas internas do Grupo de Planejamento para melhorar o relacionamento como os associados, incluindo a adoção de pagamentos de taxas online pelos sócios.