Aos 25 anos, Cenp propõe refundação em prol da união da indústria
Com a retomada das relações com ABA e IAB, entidade se posiciona como um território de debates a valor do fortalecimento da publicidade brasileira
Aos 25 anos, Cenp propõe refundação em prol da união da indústria
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Bárbara Sacchitiello
3 de abril de 2023 - 10h36
Atualizada às 11h12
O Cenp, atual Fórum de Autorregulamentação do Mercado Publicitário – que na maior parte de sua história utilizou a nomenclatura de Conselho Executivo das Normas Padrão – completa 25 anos em 2023 com uma proposta mais ampla do que sinaliza a própria alteração do nome.
Depois de ter conseguido retomar as relações com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) e com o IAB Brasil, que haviam se desligado do Cenp por conta de divergências, a entidade visa se posicionar como um território de interlocução e de fortalecimento da indústria de publicidade do País, deixando de lado o papel fiscalizador de anos atrás.
Essa proposta foi enfatizada por Luiz Lara, presidente do conselho do Cenp, no último dia 30, quando aconteceu, em São Paulo, o Cenp Hub, evento que contou com a participação de diferentes profissionais para debater os desafios atuais nas relações entre agências, anunciantes e veículos.
A ideia de ter uma entidade que abandonasse a função de órgão regulador do mercado para adotar um papel mais voltado à conexão dos pilares da indústria publicitária havia sido sinalizada por Luiz Lara desde quando assumiu o comando da entidade, em dezembro de 2021.
Em entrevista concedida neste mês ao Meio & Mensagem, Lara comentou sobre a mudança de papel do Cenp. Segundo ele, o papel regulador já não cabia mais no atual momento.
“Para 1997, cabia e foi muito bem-feito pelos líderes da época. Hoje, com a transformação digital, globalização e mudança do comportamento dos consumidores, principalmente após a pandemia, houve uma disrupção no comportamento das marcas globalmente, houve uma mudança no business dos veículos, que agora são todos multiplataforma, novos formatos de remuneração e agentes híbridos surgiram, formando um ambiente multifacetado, e isso exige uma direção diferente e novas formas de agir em prol da perpetuidade e da prosperidade do mercado publicitário. Quando pessoas da minha geração dizem “a publicidade como eu conhecia acabou”, eu respondo que tem uma festa linda começando”, declarou Lara, na entrevista.
A crença de uma combinação de intenções em comuns e na defesa da premissa, em primeiro lugar, do que seja importante para a evolução da indústria de publicidade, foi o tom do debate que uniu representantes das principais entidades que compõem o Cenp, realizado durante o evento, na semana passada.
“Passamos os últimos dois anos redefinindo as regras para usar a piscina do clube. Agora, precisamos nadar”, resumiu Frank Pflaumer, vice-presidente da ABA, a respeito da volta da entidade ao Fórum. O papel da ABA tem sido não apenas mostrar as boas práticas para os grandes anunciantes, mas também para as empresas regionais, o que acaba sendo muito importante. Tenho certeza que 90% das dores do mercado são comuns. E que as 10% restantes precisarão ser negociadas, sempre a favor do que é melhor para o mercado”, disse.
Melissa Vogel, presidente da Kantar Ibope Media e do IAB Brasil também celebrou o retorno da entidade à mesa do Cenp. Ela lembra que, desde a aproximação inicial de Lara, sentiu que havia grande disposição, por parte do Cenp, em encontrar um ponto de conciliação entre as entidades. O desafio, no entanto, continua. “Construímos e atravessamos pontes, mas não podemos esquecer que atuamos em um mercado em constante transformação. Espero que, daqui um ano, possamos voltar aqui com questões estruturadas e endereçadas para a evolução das boas práticas do mercado publicitário”, declarou.
Próximo do fim de seu mandato à frente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) – a partir de junho, Marcia Esteves assume a presidência – Mario D’Andrea também celebrou o retorno das entidades ao Cenp e a possibilidade de o mercado voltar a poder discutir, em conjunto assuntos e temas importantes para o avanço da indústria. “Os profissionais de marketing e de publicidade têm em comum a vontade de fazer os negócios das empresas crescerem. Ou seja, têm essa intenção, em comum acordo. A partir disso, é preciso que todos se unem em torno de decisões que sejam boas para todos. É preciso garantir que as próximas duas gerações queiram se tornar profissionais da indústria publicitária”, pontuou.
A partir do momento em que a relação da ABA com o Cenp foi retomada, a entidade que representa os anunciantes passou a ter direito a contar com 8 membros no Conselho da entidade.
Na atual formação, o Cenp conta com oito representantes que visam defender a visão e interesse das agências, 8 que representam os veículos, 8 para os players digitais e, agora, 8 profissionais que representam os anunciantes.
Veja, abaixo, a lista dos oito profissionais definidos pela ABA para fazer parte do conselho do Cenp:
Adriana Cardinali, conselheira da ABA e diretora Jurídica do Mercado Livre
Amira Ayoub, diretora da ABA e marketing manager na LATAM Airlines
Ana Carolina Castro, conselheira da ABA e gerente executiva do Banco do Brasil
Fabio Toreta, conselheiro da ABA e superintendente de comunicação da SABESP
Lucia Bittar, conselheira da ABA, vice-Presidente do comitê de branding & conteúdo, e diretora de marketing da Samsung
Paula Marsilli, vice-presidente da ABA, presidente do comitê de mídia e diretora de mídia da Natura &Co Latam
Renata Garrido, conselheira consultora da ABA
Sandra Martinelli, presidente executiva da ABA
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