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Após críticas, Cannes Lions escolhe 6 jurados negros para shortlist

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Comunicação

Após críticas, Cannes Lions escolhe 6 jurados negros para shortlist

Ao todo, oito profissionais brasileiros foram convidados a participar da fase remota de avaliação das peças inscritas no festival


13 de maio de 2022 - 9h37

Atualizada às 10h27

Dias depois de ter recebido críticas pela baixa diversidade racial entre os brasileiro escolhidos para fazer parte dos grupos de jurados que terão a missão de avaliar os trabalhos neste ano, a organização do Cannes Lions incluiu seis profissionais negros entre os brasileiros escolhidos para participar da etapa de avaliação dos shortlists.

 

(Crédito: Arquivo M&M)

Esses jurados farão uma avaliação prévia – e de forma remota – dos trabalhos inscritos em algumas categorias a fim de simplificar a avaliação do júri que avaliará as peças inscritas durante o Festival, na França. Essa pré-avaliação é realizada pelo Festival há algum tempo e visa facilitar os trabalhos dos júris das categorias que contam com uma quantidade maior de peças inscritas.

Ao todo, oito brasileiros foram convidados para participar da avaliação dos shortlists neste ano. Desses profissionais, seis são negros. Veja abaixo:

Brand Experience & Activaction Lions
Dilma Campos, CEO da Outra Praia

Social & Influencer Lions
Felipe Silva, sócio e CCO da Gana

Media Lions
Gabriela Rodrigues, head de cultura e impacto da Soko

Print & Publishing Lions
Joana Mendes, presidente do Clube de Criação

Entertainment Lions
Patricia Moura, head of content da Gut

Mobile Lions
Heloisa Santana, presidente da Ampro

Além desses profissionais negros, a organização do Cannes Lions também convidou, para a etapa do shortlist, Ariane Polvani, diretora de criação da Wieden+Kennedy, que avaliará os trabalhos na categoria Industry Craft Lions, e Daniel Ottoni, chief cretive officer da TracyLocke Brasil, que irá julgar o shortlist de Mobile, junto com Heloisa Santana.

Críticas pela falta de diversidade racial

A baixa presença de negros entre os jurados brasileiros foi assunto nos últimos dias após o coletivo Papel & Caneta, com apoio dos grupos Publicitário Negros, Chapa Preta e outras organizações de profissionais da comunicação, divulgou um manifesto endereçado a Simon Cook, CEO do Cannes Lions, questionando a razão de que, entre os mais de 20 brasileiros escolhidos para avaliar os trabalhos em Cannes neste ano, apenas um era negro (no caso, Angerson Vieira, diretor executivo de criação da Africa, que irá avaliar as peças em Direct).

O manifestou recebeu uma resposta direta de Simon Cook, publicada no site oficial do Cannes Lions. O executivo admite que a organização falhou, neste ano, ao selecionar os jurados brasileiros, mas ressaltou os avanços que vêm sendo conquistados em termos de ampliar a diversidade global e local do Festival de Criatividade.

Simon havia prometido que, na divulgação dos jurados do shortlist, que seria realizada nesta semana, a organização daria mais atenção à diversidade e representatividade dos profissionais.

Indicação dos brasileiros

A escolha dos profissionais brasileiros que participarão dos grupos de jurados do Cannes Lions é realizada, desde 2001, com apoio do Estadão, veículo que representa o Festival Internacional de Criatividade no País. À reportagem de Meio & Mensagem, Paulo Pessoa, diretor executivo comercial do Estadão, explicou que, a cada ano, o veículo indica alguns profissionais brasileiros ao júri, com base em alguns critérios pré-definidos pela organização.

“O Lions estipula alguns critérios técnicos para a indicação de profissionais para membros de júri, como ter ganho um Leão – ou prêmios similares, sejam eles internacionais ou nacionais; experiência prévia como jurado e inglês fluente”, explicou o diretor.

Pessoa também esclareceu que a organização do evento busca estabelecer um equilíbrio entre profissionais que tenham vindo dos grandes grupos de comunicação, mas que não interfere no peso e participação de grupos independentes. Dessa forma, por exemplo, não podem ser selecionados somente profissionais que trabalhem em agência do grupo WPP ou Publicis Groupe e sim que exista uma distribuição de ‘vagas’ entre profissionais de várias holdings.

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