Assinar

Apro critica agências de publicidade que criam in-houses de produção

Buscar

Apro critica agências de publicidade que criam in-houses de produção

Buscar
Publicidade
Comunicação

Apro critica agências de publicidade que criam in-houses de produção

Em carta aberta, associação caracteriza prática como prejudicial ao segmento de produtoras independentes e à concorrência leal


8 de novembro de 2023 - 18h23

Apro produção

(Crédito: Adobe Stock)

Por meio de uma carta aberta, que começou a ser divulgada nesta quarta-feira, 8, a Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais (Apro) manifestou sua preocupação e desconforto em relação à criação de estruturas internas de produção nas agências de publicidade.

O objetivo da Apro é promover, junto ao mercado, uma discussão a respeito da prática que, em suas palavras, não se trata de algo inédito, mas que, aplicada da forma atual, levanta “questões sobre a transparência, ética e concorrência leal que devem não apenas serem sinalizadas, mas igualmente discutidas por todo o mercado.”

Qual é a reclamação da Apro?

Na visão da Associação, ao criar estruturar internas e operações in-house de produção, as agências de publicidade acabam prejudicando o segmento das produtoras, que têm nos trabalhos de publicidade a maior fonte de receitas.

Nas palavras da entidade, ao promover concorrência entre produtoras independentes e in-houses de agências, o mercado acaba criando uma situação de “vantagem injusta, uma vez que [as agências] possuem informações privilegiadas.”

“Com o acesso completo às propostas financeiras e soluções criativas apresentadas por empresas produtoras concorrentes em seus orçamentos e tratamentos, cria-se margem para manipulações, apropriação e ajustes destinados ao favorecimento de suas próprias propostas internas.”

A associação também pontua que as agências de publicidade poderiam priorizar sua rentabilidade em detrimento dos melhores interesses de seus clientes, recomendando serviços que não podem ser, necessariamente, os mais adequados.

A Apro argumenta que está determinada a trazer o tema à discussão pública, buscando conscientizar todos os agentes do mercado publicitário.

O que a Apro pretende fazer a respeito das estruturas de produção das agências?

Na carta aberta, a Apro orienta que, até que o assunto seja suficientemente discutido por todo o mercado, todas as produtoras associadas abdiquem de participar de processos de concorrência que contem com estruturas internas de produção (in-houses) de agencias entre as interessadas.

“Por oportuno e até que o assunto seja suficientemente discutido por todo o mercado, a APRO manifesta publicamente a sua orientação a todas as suas produtoras associadas a se abdicar de apresentar tratamentos e/ou propostas criativas nos processos concorrenciais em que participem unidades de produção internas coligadas, direta ou indiretamente, às agências de publicidade.”, diz a associação.

A Apro também indicou alguns pontos para os quais pede uma reflexão por parte do mercado publicitário. Veja abaixo:

– Os participantes de uma concorrência devem, obrigatoriamente, ser informados abertamente aos demais concorrentes/licitantes, que deverão sempre ser limitados a no máximo 4 (quatro) diretores. A produtora licitante/concorrente deverá ser notificada quando uma empresa/diretor desistir e/ou outros concorrentes forem adicionados ao processo concorrencial. O resultado da concorrência deverá ser comunicado expressamente a todos os participantes. Nos casos em que o projeto de uma agência de publicidade não tenha sido “vendido” ao anunciante, a agência deverá divulgar esta informação à produtora antes de solicitar quaisquer propostas, garantindo, assim, a total transparência do processo concorrencial;

– As operações de produção internas ou coligadas devem ser identificadas claramente como tal quando as propostas são apresentadas, para ajudar a garantir que o processo de licitação seja realizado de maneira justa e direta;

– As propostas financeiras e criativas (orçamentos e tratamentos) apresentadas pelas empresas produtoras devem ser encaminhadas aos clientes de forma inalteradas e simultânea;

– O aproveitamento, ainda que a título de mera referência criativa, de conceitos e soluções criativas apresentados em tratamentos e demais materiais pelas produtoras não selecionadas deverá ser precedido de autorização e remuneração específica para o uso, sob pena de violação dos direitos autorais;

– Desenvolvimento de regras específicas para concorrências com a presença de unidades produtoras internas das agências de publicidade;

– Desenvolvimento de regras e cláusulas específicas para reger os contratos entre anunciantes e agências de publicidade em relação à presença de empresas produtoras coligadas, direta ou indiretamente, das agências.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Hering traz Bruna Marquezine, Sasha e suas mães para retratar conexão

    Hering traz Bruna Marquezine, Sasha e suas mães para retratar conexão

    Juntamente com suas mães, Xuxa e Neide Maia, atrizes celebram as relações de afeto, confiança e troca em campanha de Dia das Mães

  • Como as agências vêm ampliando os cargos de direção executiva de IA

    Como as agências vêm ampliando os cargos de direção executiva de IA

    Como os novos cargos de liderança voltados para IA têm chegado ao mercado, e o que isso significa para o futuro do trabalho?