Bossa Nova Films lança duas novas empresas
Produtora apresenta o Bossa Nova Studio, voltado à criação e exploração de propriedades intelectuais, e a Bossa Nova Animation, que será lançada na Expo Licensing Brasil, nesta terça-feira, 30
Produtora apresenta o Bossa Nova Studio, voltado à criação e exploração de propriedades intelectuais, e a Bossa Nova Animation, que será lançada na Expo Licensing Brasil, nesta terça-feira, 30
Isabella Lessa
30 de agosto de 2016 - 15h18
Edu Tibiriçá, CEO e sócio da BossaNovaFilms: “Queremos enveredar por caminhos diferentes a partir do modelo que temos”
Com o objetivo de ampliar sua produção na área de entretenimento, a BossaNovaFilms lança duas empresas para complementar a operação existente: a Bossa Nova Animation, resultado da junção com a Oca Animation, fundada pela agora sócia Ana Paula Catarino, e a Bossa Nova Studio.
A primeira chega duas séries em desenvolvimento: Bebê Maluquinho e O Menino Maluquinho, baseadas nos personagens criados por Ziraldo, e uma em produção, Hora do rock, coproduzida pelo Gloob. Já a segunda surge com a proposta de explorar caminhos diversos para propriedades intelectuais. Durante o lançamento da operação, durante a Expo Licensing nesta terça-feira 30, e quarta, 31, serão apresentadas duas propriedades: a banda Popsy, um grupo musical de meninas que abraçam causas ligadas ao empoderamento feminino, criado em 3D pelo estúdio, e um longa-metragem em live action da Turma da Mônica Jovem, em parceria com a Maurício de Sousa Produções.
Segundo o CEO Edu Tibiriçá, sócio da BossaNova ao lado de Denise Gomes, Alê Lucas, Luiz Villaça e Willy Biondani, as novas áreas coroam uma reestruturação iniciada pela produtora há um ano e meio, quando recebeu aporte de R$ 7 milhões. “Nos perguntávamos como poderíamos, sendo uma produtora relevante, provocar o mercado com algo novo e diferente. Então, o primeiro passo foi trazer um fundo de investimento como sócio, pois tínhamos duas demandas. A primeira era de elevar o nível de governança com a profissionalização, tendo um sócio que tivesse expertise na gestão financeira, na economia criativa”.
Leia, a seguir, um trecho da entrevista concedida pelo executivo ao Meio & Mensagem, publicada na edição 1725, de 29 de agosto de 2016, exclusivamente para assinantes nas versões impressa e para tablets Android e iOS.
M&M – Que balanço você faz da lei de cotas de conteúdo nacional, instaurada há cinco anos?
Tibiriçá – Acho que, apesar de ter tido alguns problemas estruturais, para a liberação de verbas, essa lei só veio trazer força grande para o entretenimento. E não é isolada, há um conjunto de leis que trouxeram uma nova dinâmica para o mercado. Foi uma via de mão dupla: do mesmo jeito que hoje a gente tem uma área de criação e desenvolvimento de programas, que tem pertinência com trabalhos de televisão, os canais vêm buscar programas para exibir na grade. Isso trouxe uma dinâmica muito interessante para o mercado. Outro ponto que vale destacar: antes, 85% do negócio da Bossa Nova era de publicidade e 15% era de entretenimento. Hoje, a gente tem 65% em publicidade e 35% em entretenimento. A publicidade não caiu, foi o entretenimento que cresceu. Mas esse não é o único caminho para o futuro do entretenimento. Por isso, fizemos esse reposicionamento, para ver como as marcas podem estar inseridas no entretenimento, não apenas através de leis de incentivo, product placement e fundos setoriais. É até um ponto de partida para competir com séries em espanhol e inglês. Só o fomento não é suficiente para ser forte como nos mercados internacionais.
M&M – A mobilização da Apro foi suficiente para acabar com o BV de produção?
Tibiriçá – Era uma pratica enraizada, as agências dependiam disso, era algo recorrente. A gente bebe da fonte para poder sobreviver. Essa questão da corrupção no Brasil, só aconteceu o que aconteceu por conta de toda essa situação em Brasília. Duas agências, infelizmente, pagaram o preço de todas. Era uma prática aberta para todo mundo. Todo mundo sabe, os veículos divulgam isso. Isso não é corrupção. É um modelo de negócios comum dentro do nosso ecossistema. Isso não é competição ilegal. O mercado de produtoras se uniu, a Apro assumiu esse movimento e fala em nome de 90% das produtoras. É uma prática que praticamente acabou, é um modelo que não se sustenta.
M&M – Como vão funcionar a Bossa Nova Animation, voltada à animação, e a Bossa Nova Studio?
Tibiriçá – Nunca atuamos no segmento de animação, sempre tivemos parceiros para as ideias que eram nascidas aqui dentro. Eles coproduziam nossos projetos, seja para publicidade ou para o entretenimento. Aqui a gente dá um posicionamento muito claro para o mercado: a BossaNovaFilms, até pela sua história, se posiciona no live action. E a Animation, na animação. O sentido é a complementaridade. A gente não tem uma estrutura independente, criamos e desenvolvemos projetos de forma integrada à linha de comando da Bossa Nova Films, mas na hora de verticalizar e produzir estamos embarcando também a expertise de animation. A outra empresa é um estúdio de criação, desenvolvimento e exploração de propriedade intelectual, mas tem muito a ver com aquilo que a gente faz. Somos uma produtora audiovisual que atua nos dois segmentos. E no processo de criação de entretenimento, o que temos no Brasil sobre propriedade intelectual é limitador, sempre ficamos reféns dos modelos tradicionais. Quando temos uma trama forte, capaz de engajar o público, a gente acaba não explorando de fato essa propriedade. Então, buscamos um caminho novo para isso. Há dois lados. Primeiro, o financiamento dos projetos de entretenimento, séries, longas. E o segundo é atingir o público alvo de forma amplificada, não só na TV e na tela de cinema. Esse estúdio tem as plataformas digitais como aliadas não só com foco no negócio, mas para, a partir de uma grande ideia, atingir a audiência de forma potencializada e transformar as narrativas em várias plataformas. Vem expandir o que já sabemos fazer. Usando a tecnologia inclusive a serviço da nossa narrativa. Não são todos os projetos que permitem, porque algumas ideias nascem com formatos pré-estabelecidos, mas essas três empresas trabalham de formas complementares. Estamos trazendo algumas expertises além daquelas que já existiam na BossaNovaFilms. Uma delas é a estratégia digital. Temos um head de digital strategy que pensa junto com o time multidisciplinar como podemos explorar uma mesma ideia através do universo digital criando narrativas, produtos e licensing.
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