“Botão de compras” fortalece conversational commerce
Novo recurso do WhatsApp pretender mudar e ampliar a relação entre marcas e pessoas dentro da plataforma
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Renato Rogenski
18 de novembro de 2020 - 6h00
O avanço tecnológico e o desenvolvimento das plataformas digitais ditam não apenas o tom e as narrativas das campanhas de comunicação, mas também balizam a relação direta entre marcas e consumidores. Na semana passada, por exemplo, o WhatsApp anunciou o lançamento de um botão de compras para as contas do WhatsApp Business.
O recurso emula no mundo virtual uma vitrine de loja. Ao clicar no ícone que lembra a fachada de um estabelecimento, o consumidor tem acesso ao catálogo de produtos e serviços da empresa e consegue estabelecer uma conversa para efetivar a compra. Antes, o usuário precisava clicar no perfil da marca na plataforma, e depois descobrir se havia um catálogo disponível.
O botão de compras é uma nova etapa na estratégia do WhatsApp, que pretender ser um canal completo para efetivar vendas, desde a prospecção até o pagamento das compras. Segundo a plataforma, mais de 175 milhões de pessoas trocam mensagens com uma conta do WhatsApp Business diariamente, e mais de 40 milhões de pessoas acessam um catálogo de negócios todos os meses, sendo mais de 13 milhões só no Brasil.
Além disso, de acordo com uma pesquisa recente da Accenture, 83% dos brasileiros adultos se dizem mais dispostos a comprar de empresas que utilizam aplicativos de mensagens do que de empresas que não utilizam esse tipo de ferramenta. A questão mais importante para o mercado dentro deste contexto é: o que de fato muda na relação entre marcas e consumidores a partir da novidade?
Para Roberto Grosman, sócio e co-CEO da F.biz, o lançamento do botão de compras, assim como do WhatsApp Pay, pretende posicionar o WhatsApp como candidato principal a ser o “super app”. “Assim ampliando seu espectro de atuação e concorrendo com marketplaces, bancos e fintechs. Para o consumidor e pequeno varejo é um canal extremamente relevante para digitalizar seu negócio”, acredita.
Na concepção de Allan Barros, CEO da Pullse, a era do conversational commerce chegou de vez com o novo botão de compras do WhatsApp. Ele lembra, no entanto, que a estratégia não é nova, apesar de tecnológica. “O velho e bom tabloide que os vendedores ainda distribuem na frente das lojas tem a mesma capacidade. A vida já me ensinou que as inovações que realmente dão certo são aquelas que diminuem o atrito de coisas básicas, que já são um modelo mental estabelecido na cabeça do consumidor e agora, com o auxílio da tecnologia, estão mais acessíveis, rápidas, eficientes e principalmente interativas”, defende.
Como exemplo, Allan cita as lojas de carros que antes precisavam de meses para girar uma venda no modo tradicional, e que agora, segundo ele, conseguem o mesmo resultado em dias, com a ajuda do Stories do Instagram e o bate-papo por DM. “A maior Black Friday da história está chegando e mais de 80 milhões de potenciais novos consumidores ‘digitais’ estão querendo conversar sobre o que é e como comprar na data. Para saber se a sua empresa vai vender bem, é preciso se perguntar se ela está preparada para bater papo com o cliente”, questiona.
CEO e fundador da Yalo, plataforma especializada em mensageria, Javier Mata concorda que o novo recurso é mais um passo importante na revolução do comércio de conversação. “Para a maioria dos brasileiros, o comércio já está acontecendo cada vez mais via WhatsApp. Para se ter uma ideia melhor, há 10 vezes mais pedidos de comida via WhatsApp do que o volume combinado de Ifood, Rappi e Uber Eats no País. Isso prova o que falamos desde o início da Yalo. Que as grandes empresas precisam observar o exemplo das pequenas que já estão vendendo dentro do WhatsApp e vendo todos os benefícios”, finaliza.
Crédito da imagem de topo: cred.: piranka/iStock
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