Clientes aprovam fusão de DPZ e Taterka
Segundo o chairman de ambas, Paulo Giovanni, embora haja questões burocráticas a serem vencidas, a Publicis Worldwide e as marcas atendidas pelas duas agências veem a união com ?muito bons olhos?
Segundo o chairman de ambas, Paulo Giovanni, embora haja questões burocráticas a serem vencidas, a Publicis Worldwide e as marcas atendidas pelas duas agências veem a união com ?muito bons olhos?
Alexandre Zaghi Lemos
24 de abril de 2015 - 11h28
Com 49 anos de atuação na área de comunicação, sendo 42 deles no mercado de agências, Paulo Giovanni é atualmente chairman de sete agências: Leo Burnett Tailor Made, Publicis Brasil, Salles Chemistri, Talent, DPZ, Taterka e AG2 Nurun. As seis últimas integram o grupo Publicis Worldwide Brasil (PWW), núcleo que foi palco de grande parte das fusões ocorridas no mercado brasileiro nos últimos anos: a Talent absorveu a QG, a Publicis Brasil incorporou a Red Lion e a AG2 Nurun é fruto da fusão de quatro agências. É ali também que deve ocorrer a próxima grande união do mercado brasileiro. Estão em curso as tratativas para juntar DPZ e Taterka — a primeira já 100% controlada pelo Publicis Groupe, e a segunda em vias de. Esse é o desafio atual de Paulo Giovanni, que tem créditos no comando global da holding francesa, após tirar da crise a operação brasileira da Leo Burnett, que assumiu no início de 2011.
Meio & Mensagem — A próxima grande fusão do mercado brasileiro deve ser entre DPZ e Taterka, ambas integrantes do PWW e o têm como chairman. Como estão as negociações entre as partes?
Paulo Giovanni — Esse assunto está na pauta da Publicis Worldwide há muito tempo e eu acho que a gente resolve isso até 2020 (risos). Particularmente, eu procurei conversar com várias pessoas do mercado, principalmente clientes das duas agências, e o que sinto é que eles veem com muito bons olhos. São duas agências muito queridas, com um time de clientes espetacular, com um grupo de profissionais muito competentes. Eu tenho ido muitas vezes a DPZ e a Taterka. Tenho conversado com os clientes. O que percebo é que há uma torcida por parte do mercado e dos clientes para que isso aconteça. Eu acho até que seria o acontecimento do ano na publicidade brasileira. E nós estamos olhando isso com muito cuidado, com muito carinho, respeitando todo o equity dessa questão. Se dependesse de mim, eu faria essa fusão. Agora, é preciso avaliar com calma, e nós temos conversado muito sobre isso. Maiores detalhes eu não posso dar. Mas eu diria o seguinte: a PWW vê com bons olhos e o Arthur Sadoun gosta da ideia. E nós gostamos da ideia porque os clientes gostam da ideia. Tudo que é bom para o cliente é bom para nós. E posso garantir que já ouvimos todos os clientes e que não há por parte de nenhum deles nenhum questionamento negativo, pelo contrário.
M&M — Independentemente da fusão entre DPZ e Taterka, quais os próximos passos nas agências que estão sob seu comando?
Giovanni — A Leo Burnett Tailor Made manterá seu caminho de sucesso, de fazer comunicação dirigida para o cliente, que seja realmente diferente de um cliente para outro. Para isso, tem de viver os problemas do cliente, ter dor de dono. A tendência de ter um projeto pronto de gaveta é muito grande e o caminho tailor made não é o mais barato. Na Publicis Brasil, onde está havendo um turn around, com contratação de pessoas novas para o nível de vice-presidentes, vamos fazer um projeto de empowerment com a mesma empresa que fez na Leo Burnett Tailor Made, chamada Fator. Temos planos para a Talent, de crescimento, de internacionalização. E temos planos também para a Taterka e para a DPZ, seja para o caso de continuarem caminhando sozinhas ou para o caso de se fundirem. E os novos talentos serão os responsáveis pelas mudanças.
M&M — Nos últimos meses, você esteve envolvido na promoção de três criativos que ganharam novas funções de gestão. Há uma nova geração de criativos pronta para comandar grandes agências brasileiras?
Giovanni — Foram muitas mudanças em poucos meses. Nesse pouco tempo, trabalhando junto com o Arthur Sadoun, nós promovemos o Hugo Rodrigues a presidente da Publicis Brasil e Salles Chemistri; na Leo Burnett Tailor Made promovemos o Marcelo Reis a copresidente, ao lado do Marcio Toscani. E promovemos o João Livi a COO da Talent. Vejo essa ascensão de maneira muito natural. Acho natural e acredito na fórmula de referência do criativo no comando da agência. Os criativos hoje são também executivos de business. Os três criativos que nós promovemos têm muita personalidade, são também homens de negócios. São muito ativos e muito bons de relacionamento com clientes. São criativos de resultados, que cuidam das marcas, pensam como se fossem clientes, se envolvem e agem como vendedores. Têm senso de business e uma dedicação ao negócio do cliente apaixonante. Têm dor de dono.
M&M — E, de maneira geral, qual sua avaliação sobre novas lideranças no mercado publicitário brasileiro?
Giovanni — O Brasil está criando uma safra de novos executivos com visão global, não só nas agências de publicidade. Muita gente não percebeu, mas o País está chegando ao patamar de celeiro de executivos multinacionais. Até pouco tempo atrás, não exportávamos executivos, éramos uma ilha. Agora temos uma geração de executivos de naipe internacional. O Brasil estará muito bem representado por jovens talentos, até melhor que no passado. Eu acredito muito nessas novas gerações.
Leia a íntegra desta entrevista na edição 1652, de 23 de março, exclusivamente para assinantes de Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa ou para tablets Apple e Android.
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