Com CDN, ABC é quase bilionário
Compra de 51% da empresa de relações públicas CDN foi anunciada oficialmente nesta terça-feira, 10
Compra de 51% da empresa de relações públicas CDN foi anunciada oficialmente nesta terça-feira, 10
Felipe Turlao
10 de setembro de 2013 - 1h56
O Grupo ABC e a CDN anunciaram na manhã desta terça-feira, 10, o acordo pelo qual a holding passa a ser dona de 51% das ações da empresa de relações públicas fundada por João Rodarte e que tem também como sócios Andrew Greenlees, Cláudio Pereira, Luiz Antonio Flecha de Lima e Yara Peres. Os cinco mantêm os outros 49% de participação e devem permanecer no negócio por um período de cinco anos . “Sair da agência não está nos nossos planos”, afirma Rodarte.
O valor do acordo é mantido em sigilo. “Foi algo condizente com a posição da CDN no mercado”, despista Guga Valente, sócio do ABC, grupo que recebeu em abril um aporte de R$ 170 milhões do fundo de private equity Kinea, do Itaú, por 20% das ações no negócio. O dinheiro injetado na compra da CDN é oriundo desse investimento, embora as conversas entre ABC e CDN sejam anteriores ao aporte. Segundo Valente e Rodarte, os lados "namoram" há muitos anos e o acordo começou a ser costurado há um ano.
Além do Kinea e do Icatu, os outros sócios são Nizan Guanaes, Guga Valente, Bazinho Ferraz e Sergio Valente (que deixou as funções executivas recentemente para se tornar diretor da Central Globo de Comunicação).
Para o ABC, o movimento tem dois grandes reflexos. O primeiro é que a holding passa a controlar uma empresa de relações públicas, segmento que faltava à sua estrutura de, agora, 16 empresas. “Com relações públicas, considero que já estamos atuando em todos os setores, como publicidade, CRM, promoção, marketing direto. Nossa estratégia continua sendo crescer nessas áreas”, diz Valente, que sinaliza novas aquisições em diversas áreas, inclusive em relações públicas.
Nesse segmento, no entanto, a CDN será a “consolidadora”, ou seja: qualquer nova empresa que for comprada será integrada à empresa fundada por Rodarte.
O segundo grande reflexo para o ABC é em termos de receitas. “A CDN será nosso maior negócio depois da Africa e da DM9DDB. Ela praticamente empata com a Loducca”, aponta Valente.
A agência de relações públicas teve receitas de R$ 88 milhões em 2012. Somando-se esse montante aos cerca de R$ 840 milhões do ABC, segundo dados do ranking Agency Report do Advertising Age, a holding brasileira fica muito próxima de uma receita na casa do bilhão. Com um crescimento anual das duas empresas estimado em cerca de 10% , a cifra será naturalmente alcançada ao final de 2013. "Para os próximos anos, eu acredito que possamos duplicar de tamanho. Triplicar já seria mais difícil", aponta Valente.
Já a CDN seguirá com liberdade de gestão estratégica, e terá acesso aos outros braços do Grupo ABC. Segunda maior empresa de relações públicas do Brasil – atrás da FSB Comunicações – a empresa pretende seguir crescendo organicamente, mas deverá incrementar suas operações no futuro com aquisições promovidas pelo ABC.
A conclusão da negociação está sujeita a condições como a aprovação prévia pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Costurado diretamente entre os sócios, com intermediação da Brandmotion Consultoria de Marcas, o acordo foi viabilizado com a constituição de uma holding, a CDN S/A, que detém o controle da CDN Comunicação Corporativa e de sua empresa associada, a Flecha de Lima Relações Institucionais. Um dos negócios da CDN, a agência de publicidade CDN Propaganda, não faz parte do acordo e seguirá vida independente, tendo Milton Bernardo à frente.
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