Como a Accenture Song mudou após um ano sob a gestão de David Droga

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Como a Accenture Song mudou após um ano sob a gestão de David Droga

Atrações de talentos criativos, comercial com repercussão no Super Bowl e crescimento global de 17% estão entre os feitos da companhia sob a gestão de Droga


6 de setembro de 2022 - 15h13

Por Ann-Christine Diaz, do Advertising Age

David Droga, da Accenture Song

David Droga: “Não sou um pensador linear, me movo em um ritmo diferente. Não sou sobre incrementos, mas sobre leapfrogs. Não sou uma pessoa de operações” (Crédito: Divulgação)

Há pouco mais de um ano, David Droga saiu da agência construída por ele em Wall Street, mais precisamente no 67º andar do Manhattan West, mesmo prédio que abriga a sede da Accenture em Nova York. No atual escritório, está rodeado por murais de montanhas místicas e peças que o fizeram a mudança para alguns andares acima – entre elas, obras de arte aborígene, um retrato de Muhammad Ali assinado por Thomas Hoepker e sua primeira aquisição de arte, feita quando tinha 18 anos e paga com todo o dinheiro que ele tinha no banco.

A escultura do cartunista Gary Larson é uma versão 3D de um de seus desenhos: na base de um escorregador, há uma teia de aranha e duas aranhas. A legenda do cartoon diz: “se isso der certo, comeremos como reis”.

O trabalho artístico poderia ser uma metáfora para as ambições desproporcionais que Droga trouxe para cada passo de sua carreira: ter se tornado sócio e diretor executivo de criação da australiana Omon aos 22, ter comandado a Saatchi na Ásia e em Londres, ter se mudado para os EUA em 2003 aos 30 e poucos para se tornar CCO global do Publicis Groupe; e ter aberto, três anos depois, as portas de sua própria agência, a Droga5.

“Uma falha da minha personalidade é o fato de eu gostar da pressão das coisas. Gosto do desafio de tentar provar algo”.

É por isso que não pôde resistir à oferta feita pela CEO da Accenture Julie Sweet, em agosto do ano passado, convidando-o para ser CEO e chairman criativo da Accenture Interactive, braço de agências digitais da consultoria que comprou a Droga5 por US$ 475 milhões dois anos antes.

No começo, ele disse a Sweet: “você não quer uma pessoa criativa na posição de CEO. Não sou um pensador linear, me movo em um ritmo diferente. Não sou sobre incrementos, mas sobre leapfrogs. Não sou uma pessoa de operações”.

Então Julie prometeu que cercaria Droga de colegas espertos que o ajudariam no que ele precisasse e, em menos de um mês, lá estava ele.

“O nível diverso de intelecto profundo, sinceridade e humildade na Accenture é admirável. Ajuda ter uma força como Julie Sweet. Não são muitos CEOs que teriam essa crença em colocar uma pessoa criativa nesta posição”.

Droga acredita que ter um profissional da criação na cadeira mais alta de uma organização muda o tom das conversas. O foco dele está em fazer com que marketing, tecnologia, dados e inovação trabalhem juntos para otimizar o resultado dos clientes que, hoje, estão operando a uma velocidade diferente, dada as mudanças nos hábitos dos consumidores.

Nos últimos 12 meses à frente da companhia, Droga comandou um rebranding que colocou mais de 40 agências sob a marca Accenture Song, contratou criativos e colocou profissionais da Accenture para trabalhar com clientes como Chamberlain Group e Ikea. Sob sua gestão, a empresa também veiculou uma campanha no Super Bowl.

De acordo com ele, o nome Song traz alma à companhia e encapsula a combinação de humanidade e tecnologia. A Droga5 se mantém como a única marca global do grupo, com escritórios recém-abertos em Tóquio, São Paulo e Irlanda, que foi resultado da fusão entre a Song local e a agência Rothco.

No mês passado, a agência passou a atender o Chamberlain Group para construir o branding e os trabalhos criativos da companhia. O cliente também é atendido pela Song, que se responsabiliza pela construção de experiências e plataformas para os consumidores.

Sob o comando de Droga, a Accenture Song também trouxe companhias como The Stable, de e-commerce, Tambourine, de Tóquio, Glamit, da Argentina, Experity, do Brasil, e Romp, de Jacarta.

As aquisições em e-commerce são particularmente importantes segundo Droga, porque todo negócio é um negócio digital agora. “Então temos de ser líderes nesse espaço”.

Um dos talentos contratados por Droga foi Nick Law, ex-Apple e R/GA, que hoje exerce o papel de head global de design e tecnologia criativa. “Acho incrivelmente irônico o fato de que a única empresa que as holdings julgam não ser criativa teve a coragem de colocar uma pessoa criativa na cadeira de CEO”, afirma Law. “Isso me disse algo sobre as intenções e ambições da empresa e conheço David bem o bastante para saber que ele não aceita um emprego a menos que ache que pode torná-lo o melhor do mundo”, diz.

No momento, Law está concentrado no que chama de “simplicidade profunda”, que se trata sobre chegar a um lugar muito humano a partir do entendimento da complexidade – para então sintetizar isso em algo simples.

Um exemplo disso é o trabalho para o cliente Fukuoka Financial Group, que queria evoluir aos olhos dos consumidores contemporâneos. A Accenture então criou o Minna Bank, primeiro banco digital do Japão, que opera apenas na nuvem e foi pensado para os nativos digitais.

O time de estratégia da Accenture desenvolveu o design do negócio, o braço de consultoria fez a arquitetura dos serviços de banking e o grupo de tecnologia desenhou o sistema. Já a Song ajudou o cliente a entender o perfil do consumidor, que foi o ponto de partida para a construção do negócio.

Desde o lançamento em maio de 2021, o banco atraiu mais de 1 milhão de downloads e 400 mil consumidores abriram contas.

Em fevereiro, Droga contratou Jason Kreher, ex-Wieden+Kennedy, para o posto de CCO da América do Norte, depois de ele ter trabalhado com a Song na criação da campanha da Coinbase para o Super Bowl.

O trabalho foi um dos que mais gerou buzz no jogo e direcionou mais de 20 milhões de acessos à landing page da marca em um minuto. O site caiu momentaneamente, mas o esforço valeu: foram mais de 14 milhões de impressões de mídia e mais de 445 milhões de assinaturas, além de um Grand Prix em Direct no Cannes Lions.

“Se vamos fazer um comercial para o Super Bowl, vou querer que seja o melhor do Super Bowl. Mas isso é somente uma das dimensões do que somos capazes de fazer”, diz Droga.

O Agency Report 2022 do Ad Age aponta que, em 2021, a receita da Accenture Song nos EUA aumentou 27% e chegou a US$ 5,9 bilhões, o dobro da média de crescimento das demais agências que constam no relatório. Globalmente, a receita atingiu US$ 12,5 bilhões e cresceu 17%. O Ad Age Datacenter posiciona a companhia como quarto maior grupo de agências do mundo, atrás de WPP, Omnicom e Publicis Groupe. A empresa-mãe Accenture teve receita anual de US$ 50,5 bilhões em 2021.

Para 2022, Julie Sweet projeta crescimento de 12% e receita de US$ 14 bilhões para a Song.

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