Como as agências líderes prospectam novos negócios?
Executivos da Artplan, Ogilvy, WMcCann, AlmapBBDO, Publicis, Ampfy e Tech and Soul falam sobre a captação de novos clientes
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Alexandre Zaghi Lemos
26 de janeiro de 2023 - 6h00
Na semana passada, Meio & Mensagem publicou, mais uma vez, o ranking das melhores agências do Brasil em relação à captação de novos negócios.
Elaborado há 12 anos, esse ranking analisa as movimentações entre agências e anunciantes que ocorreram no ano anterior, com base em informações prestadas pelas maiores agências do ranking do Cenp-Meios e de checagens das mais relevantes trocas de parcerias realizadas pelos principais anunciantes do País.
No ranking deste ano, relativo a 2022, as melhores agências em termos de novos negócios foram, nesta ordem: Artplan, Ogilvy, WMcCann, AlmapBBDO, Publicis, Ampfy e Tech and Soul.
As agências são unânimes em dizer que o que mais atrai clientes é o trabalho colocado na rua para as marcas que atendem e os resultados gerados para as empresas que já estão em seu portfólio.
Para entender como essas agências que encabeçam o ranking conseguiram se destacar na captação de novos negócios, a reportagem de Meio & Mensagem consultou seus respectivos líderes.
Veja, abaixo, a opinião de cada um a respeito da prospecção de novos negócios:
“Não acredito em profissional de new business, isso é função de cada colaborador, que sempre pode contribuir no crescimento da empresa. E tem algo tão importante quanto manter bom trabalho na rua e clientes satisfeitos, que se resume à palavra ‘atitude’. Quanto a concorrências, quase não houve nenhuma evolução, continua uma relação leonina, onde as agências cometem o pecado original de dar de graça aquilo que vendem”
“Infelizmente nosso mercado ainda trabalha, em sua maioria, com a antiga prática de concorrência convencional, que é desgastante, consome tempo e recursos da agência. Mas, nos últimos anos, têm crescido os casos nos quais trabalhamos por projetos pontuais ou montando junto com o cliente uma proposta de trabalho, apresentando a agência, as pessoas, conversando e evoluindo, e isso acaba sendo benéfico para os dois lados, pois o cliente pode construir em conjunto com a agência o que vai acontecer no dia a dia de uma parceria de negócio”
“A gente participa de concorrências, mas também declina de muitas. Existem momentos em que precisamos dar total atenção ao cliente interno, não permitindo desviar a atenção para a prospecção. Temos clientes que optam por terem estruturas internas e outros fornecedores de comunicação, e, nesses casos, nosso papel é o de facilitar esse trabalho de muitas mãos, sempre pensando em contribuir para levar o melhor resultado”
“Não há prospecção mais eficaz do que avaliar honestamente as crenças e ambições compartilhadas entre ambos os lados de uma parceria. Parte dos anunciantes já entendeu que pedir um exercício criativo em algumas semanas não remuneradas deveria ter como único objetivo avaliar o parceiro que você não quer ter. Porque o trabalho de repentista não remunerado é a antítese do que um parceiro em 2023 deve ser. Embora ainda sejam minoria, tenho visto anunciantes mais preocupados em conhecer as pessoas por traz das agências, o trabalho realizado na vida real, a filosofia e metodologia de trabalho do que simplesmente um chute no escuro”
“Vimos, em 2022, clientes mais focados em discutir formato de trabalho e menos a entrega tática. Quando selecionam agências, eles partem do trabalho histórico feito por elas, e me parece que agora existe menos uma discussão se fulano ou ciclano conseguem entregar melhor seu desafio: o pressuposto da qualidade impera. Agora, temos mais discussões de formato de operação e visão macro do desafio, o que nos surpreendeu positivamente no último ano. Saímos dos terrorismos de pitchs com entregas gigantes e sem prazos para a evolução de vamos nos conhecer por várias rodadas de conversas e entender como podemos agregar valor uns aos outros”
“As fontes mais eficientes – e rentáveis – de novos negócios são as indicações dos nossos clientes e parceiros. Nos últimos anos, percebemos uma crescente demanda por formatos comerciais baseados em projetos de curto e médio prazo. Não somente dentro dos escopos de tecnologia que tiveram seus roadmaps acelerados pela pandemia, mas também trabalhos de planejamento estratégico de comunicação, criação de posicionamentos de marca e até mesmo criações pontuais de campanhas de novos produtos e segmentos”
“Hoje, vemos menos concorrências no formato tradicional, com agências tendo que entregar seu trabalho de forma gratuita. Os formatos em que você tem uma interação maior entre os times do cliente e agência são os melhores, e têm funcionado muito. Outra maneira é você estabelecer um escopo e colocar valores nisso, porque o anunciante tem a possibilidade de entender se está disposto e em condições de pagar e, a partir disso, entender quem é o melhor parceiro para suas necessidades. E os trabalhos pontuais permitem que o anunciante possa fazer um teste na prática e, depois, estender a relação”
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