Como as enchentes afetaram as agências de publicidade do Rio Grande do Sul?
Pesquisa feita pelo Sinapro-RS com agências do estado aponta que 69% das agências já enfrentam prejuízos financeiros em decorrência da catástrofe climática
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Meio & Mensagem
12 de junho de 2024 - 7h14
A maior catástrofe climática já registrada no Rio Grande do Sul, que deixou 175 mortos, mais de 600 mil desabrigados e afetou, de diferentes formas, mais de 90% dos municípios do estado, deixou, além de graves problemas sociais, consequências econômicas.
Para tentar dimensionar os primeiros efeitos da catástrofe para o mercado publicitário do Rio Grande do Sul, o Sistema Nacional das Agências de Propaganda do estado (Sinapro-RS) realizou uma edição especial da pesquisa VanPro.
O levantamento foi elaborado a partir de entrevistas com 26 agências de publicidade que atuam no Rio Grande do Sul, no período de 16 a 24 de maio, com a proposta de entender como as enchentes e seus desdobramentos afetaram os negócios e o ambiente empresarial.
Por meio da sondagem emergencial, feita pelo método VanPro, usado pelo Sinapro para avaliar o mercado de publicidade nacional, o Sinapro-RS apurou que 69% dessas agências já sentiram os prejuízos financeiros causados pela catástrofe climática.
Desse grupo, 21% perderam até 10% de receita; 31% perderam entre 10% e 20% de sua receita e 17% perderam mais de 20% de sua receita.
Além das questões financeiras, já de imediato as agências de publicidade do Rio Grande do Sul, como todos os demais segmentos econômicos, apontaram impactos pessoais em razão das enchentes: 42% das agências do estado tiveram parte de sua equipe afastada, seja por questões envolvendo diretamente questões de saúde física, enquanto 31% registraram afastamento de equipe por problemas de saúde mental.
De forma geral, 54% das agências de publicidade afirmaram ter tido parte de seu quadro de funcionários afetada, de alguma maneira, pela crise. E 73% dessas empresas tiveram parte da equipe diretamente afetada por perdas pessoais ou materiais.
O Sinapro-RS também questionou as agências a respeito dos impactos percebidos entre os clientes de suas operações. Nesse aspecto, 92% delas afirmaram que pelo menos um cliente foi impactado pelas enchentes.
Esses problemas, logicamente, trazem consequências em termos de negócios. Cerca de 65% das agências consultadas disseram já ter recebido contatos de clientes para renegociar os contratos de trabalho e quase um terço das agências que compõem a pesquisa tiveram interrupções de contratos por parte dos clientes.
Em comunicado, Juliano Hennemann, presidente do Sinapro-RS, afirma que os dados colhidos mostram que o impacto da catástrofe foi generalizado na indústria criativa do estado, com uma pequena fração de empresas do setor ainda sem ter seus negócios impactados.
“As perdas de receita chamam bastante a atenção, sendo que parte dessa perda foi imediata e muitos sinalizam que terão redução ainda nos próximos seis meses”, diz o presidente da entidade.
A respeito de projeções para o futuro, o cenário não é otimista: 85% dos donos de agências de publicidade admitem que esperam perder receitas nos próximos meses. Desse total, 35% avaliam que perderão até 10% do faturamento; 19% esperam perder entre 10% e 20%; já 23% dos empresários estimam que perderão entre 20% e 30% enquanto 8% acreditam que irão perder entre 30% e 50% de sua receita total.
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