Copresidente do Clube pede afastamento em meio à investigação sobre racismo

Isabella Lessa
24 de janeiro de 2025 - 13h25

Nota atualizada em 24/01 às 15h45

João Caetano Brasil na sede da W+K, em São Paulo (Crédito: Divulgação)

Na quinta-feira, 23, o Clube de Criação publicou um comunicado afirmando que João Caetano Brasil, um dos copresidentes da entidade, pediu afastamento de suas funções por estar “passando por um processo corporativo de apuração de acontecimentos”. A atual chapa da instituição opera sob um modelo de colideranças, ou seja, em que todos os membros desempenham funções diretivas.

De fato, o criativo, que responde como group creative director da W+K SP, é alvo de uma acusação de racismo contra Matheus Thiago, que optou por não formalizar o episódio e pediu demissão do cargo de produtor sênior. Ele trabalhou na agência por seis meses.

Sem fazer menção à empresa ou a João Caetano, Thiago publicou um post no LinkedIn em que afirma ter sofrido racismo direto e que sua primeira atitude consciente foi pedir demissão.

A W+K, por sua vez, está atuando junto a todas as partes envolvidas, com o auxílio de advogados, para apurar o ocorrido. Enquanto isso, João Caetano está afastado de suas funções na agência.

Na nota publicada na quinta-feira, 23, o Clube de Criação afirma que, independentemente do resultado do processo, “reafirma seu posicionamento inquestionável e inegociável em favor da diversidade e contra qualquer prática discriminatória que possa ocorrer no mercado. Continuaremos zelando pela integridade das pessoas e da instituição, garantindo que ela siga sendo construída com base no respeito e na transparência para com todos os nossos sócios e com o mercado publicitário”.

Depois de ter sido procurado pela reportagem, João Caetano enviou o seguinte comunicado:

Recebi com perplexidade a informação de que meu nome havia sido mencionado nesta situação, ainda que sem qualquer denúncia formal. Sempre pautei minha conduta pelos valores de respeito e inclusão, e repudio qualquer forma de discriminação. Entendo a seriedade do tema e a necessidade de tratá-lo com responsabilidade, por essa razão, tomei a decisão de sugerir prontamente meu afastamento do Clube de Criação e também concordei com o afastamento sugerido pela agência, de modo a permitir que os fatos sejam apurados de forma transparente e isenta. Ressalto ainda que considero fundamental que a apuração seja conduzida por uma instituição especializada e independente, garantindo rigor e imparcialidade na elucidação dos fatos. Assim, só me manifestarei sobre o caso em si após a conclusão da investigação, que certamente trará a verdade.

A reportagem entrou em contato com Matheus Thiago, mas não obteve retorno até a publicação desta nota.