CuboCC cria holding com empresas do futuro
Com planos internacionais, Flag reúne quatro empresas com modelos de negócios considerados inovadores pelo Interpublic
Com planos internacionais, Flag reúne quatro empresas com modelos de negócios considerados inovadores pelo Interpublic
Felipe Turlao
4 de setembro de 2012 - 9h10
Adquirida pelo Interpublic em março de 2010, a CuboCC anuncia a criação da holding Flag, composta também por outras três empresas que refletem modelos de negócios considerados inovadores. “Quando fundamos a CuboCC, em 2004, apostamos no modelo de comunicação integrada, que era novo para a época e que hoje se tornou comum. Agora, oito anos depois, essas novas empresas refletem modelos que serão comuns daqui a algum tempo”, explica Roberto Martini, CEO e CCO da agência e também da holding. Outros executivos do alto escalão da Flag são Matheus Barros, CFO, e Rodrigo Toledo, diretor-geral.
Martini faz parte de um grupo de 20 pessoas dentro do Interpublic que procuram entender qual será o futuro da comunicação. E os novos negócios da Flag estão amparados em tendências apontadas pela holding norte-americana. “Queremos perder 30% do nosso tempo focados no presente e outros 70% criando negócios para o futuro”, completa.
A agência Pong Dynasty, por exemplo, tem como diferencial o modelo de remuneração baseado em resultados de vendas dos clientes, que, de acordo com as expectativas desse grupo, poderá ser dominante em alguns anos. “Os três principais modelos de remuneração em vigor têm falhas”, acredita Rodrigo Santanna, presidente da empresa. “A relação hora-homem tende a gerar ineficiência, porque quanto mais tempo se trabalha, mais se recebe. No caso de remuneração por compra de mídia, pode ocorrer uma entrega tendenciosa do trabalho pelos meios. E no modelo de fee, pode ocorrer falta de comprometimento, porque a agência não tem porque trabalhar mais para conseguir algo além, já que o ganho estará limitado”, afirma. O executivo tem histórico nos mercados de design e entretenimento, tendo fundado o estúdio Todos os Santos e o Grupo Slash, além de ter sido sócio da Bola Sociology Design.
A Pong Dynasty opera desde o começo do ano e que já tem algumas conquistas, como a conta de planejamento digital de cinco marcas da Reckitt Benckiser, faturada após concorrência que envolveu EuroRSCG e AgênciaClick. O primeiro trabalho da empresa foi a campanha “Sim Senhora”, para Vanish, da Reckitt Benckiser, composta por cinco filmes. As peças mostram que os homens ficam mais atraentes quando ajudam nas tarefas domésticas. Nos próximos meses, a agência criará ações também para as marcas AirWick, Dettol, Finish e Veet, do mesmo anunciante. Outro cliente é a linha “Quem disse Berenice?”, do Grupo Boticário. Com 45 funcionários, a agência deverá ampliar para 60, com a conquista de duas contas que serão anunciadas em breve.
Outro negócio da Flag, a produtora de audiovisual Iceland Second Nation, também nascida no começo do ano, atua nas áreas de conteúdo para TV e internet, projetos digitais, games e plataformas. Seu presidente é João Ghinato, ex-sócio da AG2 Publicis Modem. “Uma das tendências que o Interpublic identifica é que a execução se tornará mais importante do que a ideia em si. Basta olhar para Cannes e ver que os principais prêmios estão diluídos entre dezenas de agências, mas concentrados em cinco ou seis produtoras”, aponta Martini. Por isso, acredita, a excelência de produção será fundamental.
A menor das empresas da Flag, que tem cerca de 25 funcionários responsáveis pelo back-office de todas, é a Skull. Trata-se de uma espécie de incubadora que tem o objetivo de fazer profissionais da própria holding empreenderem e expandirem a quantidade de empresas. “No futuro, os negócios em comunicação serão mais fragmentados e amparados em um líder forte”, acredita Martini, citando outra tendência.
Martini, por meio da Flag, tem planos internacionais. Ele pretende lançar um escritório em Nova York em 2013 para facilitar relações que já possui. A CuboCC, por exemplo, se envolveu em um projeto global no qual, ao lado de Droga5 e Wieden+Kennedy, ajudou a desenhar o planejamento futuro da Kraft.
Também está nos planos da holding o lançamento de pelo menos mais duas empresas. Uma delas já tem o foco mais ajustado. “As tendências indicam o fim da subjetividade e o prevalecimento da ciência na hora de analisar as reações do consumidor. Podemos entender o comportamento de forma mais rápida, em tempo real, de acordo com a reação dele aos estímulos”, afirma Martini.
A outra empresa é formada por três profissionais que estavam dentro da holding e que estão desenhando um negócio em cima de um processo que já ocorria internamente na CuboCC. “A expansão da holding não se dará pelas oportunidades de negócios e sim pelas oportunidades de pessoas. Juntos, vamos desenhar novos modelos de negócios”, finaliza.
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