Isabella Lessa
29 de novembro de 2024 - 22h00
(Crédito: Reprodução/Mercedes-Benz Caminhões)
A Daimler Truck AG, donas das operações Mercedes-Benz, Mercedes-Benz Cars & Vans e Banco Mercedes-Benz, está promovendo um processo de concorrência.
O que chama atenção, no entanto, é o número de agências que foram convidadas a participar. Ao menos 25 empresas foram sondadas para a seleção, segundo informações obtidas pela reportagem. São elas: Ampfy, Artplan, BETC Havas, Chairo, David, Desafio, DCS Brasil, DM9, DPZ, Fbiz, Galeria, Indexnet, Mestiça, Moma, Lepera, Leo Burnett, Lew’Lara\TBWA, Ogilvy, Publicis Brasil, Pullse, Race, Solo, Soloed, Troup/Cyranos e VML.
Dessas, declinaram o chamado as empresas Artplan e Pullse, ambas do Grupo Dreamers, além de DM9, Fbiz e Lew’Lara. Já BETC e David estão na disputa pela verba, que está avaliada entre R$ 5 e R$ 6 milhões anuais.
Também na semana passada, o CEO da DM9, Pipo Calazans, publicou em seu LinkedIn um texto, sem citar o nome do anunciante, relatando que optou por não participar de uma concorrência com mais de 20 empresas. “O papel do cliente é entender o que precisa e convidar agências alinhadas aos seus objetivos. Concorrer faz parte do negócio, mas não dessa forma. Se quisermos um mercado mais forte, precisamos dizer “não” à práticas que desrespeitam o trabalho das agências. Porque isso não é concorrência. É um desserviço”, escreveu.
Neste mês, chega ao fim o contrato entre a Mercedes-Benz e sua atual agência, a Africa Creative, que abriu mão da contas pois, há algumas semanas, voltou a atender Mitsubishi e Suzuki, ex-clientes da Tech and Soul.
Descontentamento de agências com práticas de concorrências
Publicada por Meio & Mensagem em setembro, a pesquisa Cliente Ideal perguntou às agências quais são as práticas que mais valorizam e as que mais desprezam nos anunciantes. Metade das lideranças que responderam ao questionário apontam as práticas que envolvem as concorrências como o ponto mais danoso para todas as partes envolvidas.
Motivação de reduzir custos, excesso de agências convidadas, falta de remuneração para as participantes, ausência de critérios claros e retornos demorados e inconsistentes foram alguns dos principais critérios apontados pelos executivos das agências, que descreveram tais processos como “bizarros”, “predatórios”, “nocivos”, “míopes” e “abusivos”.
Um dos executivos ouvidos pela reportagem sobre a concorrência da Daimler Truck disse que não somente a quantidade de agências chamadas, quanto a disparidade entre os perfis e tamanhos de cada uma, denotam falta de clareza por parte do anunciante sobre o que procura em uma parceira de publicidade.
A Daimler Truck não respondeu aos contatos da reportagem até o momento da publicação desta matéria.