Desconexão como tendência traz novos desafios às marcas
Uso consciente da tecnologia aparece como uma das principais preocupações das novas gerações e incentiva anunciantes como Vivo e Samsung a falar do assunto
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Luiz Gustavo Pacete
12 de fevereiro de 2019 - 6h00
Na semana passada, a startup estadunidense de meditação Calm passou a valer mais de US$ 1 bilhão após receber uma rodada de investimentos. Meditação, juntamente com desconexão e uso consciente da tecnologia, são temas que aparecem com cada vez mais frequência nos relatórios de tendências. Com o exemplo da Calm, a preocupação com o uso excessivo da tecnologia começam a refletir em negócios e atração de investimentos. Como descreveu Michael Smith, um dos fundadores da Calm, a indústria de saúde e bem-estar está avaliada em mais de US$ 4 trilhões.
Essa disposição em desconectar-se, apareceu, por exemplo, no relatório de tendências da Ford para o ano de 2019. Embora as pessoas não estejam dispostas a abrir mão de seus celulares, cada vez mais pessoas estão conscientes e alarmadas com a dependência desses aparelhos, dizia o estudo. Isso reflete diretamente na maneira com que as marcas tratam do assunto.
A Vivo, por exemplo, estabeleceu, desde o ano passado, que o uso consciente da tecnologia é uma de suas plataformas de comunicação. Em outubro, a marca colocou no ar uma série de filmes sobre o tema. “Já faz tempo que a nossa comunicação deixou de falar de tecnologia para falar de pessoas”, diz Christian Gebara, presidente da Vivo.
Billy Nascimento, CEO da Forebrain e coordenador do Master em Neurociência do Consumo da ESPM, explica que as mudanças culturais que impactam a mente do consumidor e mudam suas percepções de valor e hábitos podem ser grandes ameaças ou grande oportunidade para as marcas. “Movimentos que propõem a redução de consumo, de qualquer natureza, serão cada vez mais constantes em uma sociedade cada vez mais consciente das consequências individuais e sistêmicas dos excessos. Cabe às marcas, como agentes importantes de conexão, liderarem ou protagonizarem este processo, mantendo sua relevância”, explica.
A Samsung, por exemplo, transformou em conteúdo o assunto com a criação da série Reconectados, lançada em agosto do ano passado. O conteúdo aborda o uso consciente da tecnologia e incentiva as pessoas a se reconectarem com a vida fora das telas, tirando o melhor dos dois mundos: online e off-line. Em pesquisa encomendada à Mind Miners, a Samsung Brasil ouviu 400 consumidores de diferentes perfis para saber como se relacionam com a tecnologia. Segundo prévia do estudo, 94,8% dos respondentes disseram usar o celular mais de dez vezes por dia. Millennials usam um pouco mais, 96,2%. Além disso, 64,3% dos entrevistados concordam que a tecnologia nos afasta do contato físico com as pessoas.
“Estamos todos em busca desse conceito de ‘bem-estar digital’, que é encontrar o equilíbrio entre com e sem tela. Justamente por termos nos tornado cada vez mais dependentes de telas de todos os tipos, precisamos dosar esse uso para não nos tornarmos escravos da conexão”, diz Rosana Hermann, autora do livro “Celular, Doce-lar”. Ela reforça que as redes sociais tiveram papel importante no processo de uso intenso da tecnologia. “O Twitter é a rede social que melhor capta nosso ‘zeitgeist’. Conciso, veloz, aberto, sempre ligado no ‘agora’. Certamente o Twitter nos leva a uma ultraconexão, por vir em ‘microdoses’, não percebemos o tanto de tempo que dedicamos a ele”, afirma.
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