“Difícil reter talento quando não há como vivenciar a cultura”
Como parte de um board que está há mais de uma década na mesma empresa, Filipe Bartholomeu, CEO da Almap, fala sobre o desafio de reter talentos
“Difícil reter talento quando não há como vivenciar a cultura”
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BuscarComo parte de um board que está há mais de uma década na mesma empresa, Filipe Bartholomeu, CEO da Almap, fala sobre o desafio de reter talentos
Isabella Lessa
29 de março de 2022 - 6h00
Filipe Bartholomeu entrou na AlmapBBDO em 2003 como supervisor de contas. Ao longo dos anos, passou pelos cargos de diretor de contas, vice-presidente de serviços aos clientes, diretor geral e, em maio de 2018, assumiu como CEO da agência, sua atual posição.
A trajetória longeva de Filipe não é algo incomum na agência: Luiz Sanches, chairman e CCO, tem 27 anos de casa. Marco Giannelli, o Pernil, recém-promovido a CCO, tem 13. Camilla Massari, vice-presidente de atendimento, quase dez anos.
Cerca de 90% do board de agência tem mais de 15 anos de agência, mas a organização não escapa do desafio que acomete a indústria de comunicação e tantas outras: a atração e retenção de talentos, assim como a ampliação da diversidade da equipe.
“Todo board da agência cresceu e se transformou porque comprou a proposta de valor da agência, que é fazer negócios de forma ética. Se o assistente de arte vira sócio e o redator vira CCO, essa é a prova de que não estou simplesmente contratando um figurão do mercado”, afirma Filipe.
Para atender a uma geração de talentos que está, de certa forma, indo na contramão de carreiras longas em uma única empresa, o executivo afirma que é preciso ter uma escuta atenta ao que as pessoas querem e dar oportunidade para que todas tenham lugar para opinar sobre um projeto.
Admite, entretanto, que uma cultura forte é difícil de se manter por meio de conferências. “Mais 150 pessoas começaram a trabalhar na agência sem nunca terem pisado na agência. Que tipo de cultura é essa? É difícil reter talento quando não há possibilidade de a pessoa vivenciar a cultura”, avalia. O escritório da Almap hoje tem capacidade para abrigar 60% do time e as jornadas devem seguir sob o modelo híbrido.
Diversidade e inclusão
O CEO acredita que o mercado publicitário sempre foi auto centrado, mas agora está consciente sobre a obrigação de cuidar melhor dos talentos. Hoje, 70% dos funcionários da empresa se autodeclaram brancas ante 80% no ano passado. De 19% de pessoas LGBTQIA+, a agência passou a 27%. “Estamos longe do censo, mas a gente tem colocado bastante energia em programas de diversidade e inclusão. Obviamente falta muito para chegar a um lugar ótimo”, afirma.
Hoje, a agência tem programas como a Sala Almap, que é voltado a inclusão de pessoas de comunidades periféricas. Também firmou parceria com a Nhaí, agência fundada por Raquel Virgínia, para estimular a criar projetos e trabalhos que abordem temáticas raciais e de gênero.
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