Aurélio Lopes: “Atingimos um nível de maturidade em health”
CEO da FCB Brasil anuncia o lançamento da FCB Health Brasil, primeira operação da rede 100% dedicada à saúde e bem-estar na América Latina
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Isabella Lessa
27 de agosto de 2018 - 8h00
O mercado brasileiro passa a contar com mais uma agência inteiramente voltada para o segmento de healthcare. A FCB Health Network lança, nesta segunda-feira, 27, a FCB Health Brasil, primeira operação da rede na América Latina, que será liderada pelos managing directors Mauro Arruda e Diego Freitas, ex-CEO e ex-ECD da Havas Life, respectivamente. Segundo Aurelio Lopes, CEO da FCB Brasil, a chegada da operação segmentada ao País é reflexo de um crescimento expressivo da área nos últimos anos, além de um amadurecimento da disciplina no mercado em geral e dentro da própria FCB Health, que este ano foi eleita Healthcare Network of the Year em Cannes. Saiba mais sobre a nova operação na entrevista a seguir:
Havas Life reestrutura equipe
Aurélio Lopes – A gente mesmo se fez essa pergunta várias vezes. A ideia de ter uma operação focada em health sempre passou pela agência, porém três fatores foram tomando proporções e se transformaram em razões para fazer esse lançamento. A primeira é que nossa operação global de health cresceu muito nos últimos anos. Nossas agências atingiram um volume muito representativo: temos relacionamento com 19 dos 20 maiores laboratórios do mundo. A FCB Network atende várias especialidades. Estamos falando de 1.700 funcionários somente no segmento de health nos EUA. São médicos, PhDs e profissionais da área médica dos mais diversos níveis dedicados à área médica da rede healthcare da FCB. O segundo motivo é que estamos em um nível muito grande de maturidade. Estamos vivenciando um momento de oferta grande, é um segmento que, diferentemente dos outros e apesar da situação da economia brasileira, está crescendo. O terceiro ponto é que, no passado, esse modelo de comunicação era muito limitado. Não havia estratégia de comunicação, profissionais especializados no assunto. Nos últimos dez anos, esses profissionais se aprimoraram, os laboratórios passaram a ser players modernos em comunicação a ponto de Cannes incluir, há três anos, a categoria Health & Wellness. Existem oportunidades estratégicas e criativas para criar ações relevantes. Dá para desenvolver trabalhos inteligentes, segmentados, com escala, no ambiente digital.
M&M – Qual sua avaliação do momento de health no mercado brasileiro?
Aurélio – A gente está no momento certo, a aposta de lançar a agência não é óbvia porque a publicidade está sofrendo, mas a gente tem os três bons motivos que citei. O Brasil tem muito criativo que não entende do assunto healthcare e tem muitas pessoas, de várias áreas, que entendem profundamente do assunto. Temos duas pessoas que somam essas duas competências, criatividade com profundidade no assunto. Mauro e Diego provaram seus valores na experiência anterior, na Havas Life, criando coisas inovadoras que funcionam até hoje. Não foram apostas pontuais para ganhar prêmio. Ainda assim, conquistaram o primeiro Leão na categoria de Health e também ganharam em Entretenimento.
M&M – Como foi a escolha desses dois nomes para liderar a nova operação?
Aurélio – Foi fácil. Estamos há uns quatro anos olhando para esse assunto. Uma das maiores empresas do segmento também pertence à IPG, que é a McCann. Por questões internas da IPG, não podemos tocar em nenhum funcionário da McCann. Além disso, temos poucas agências especializadas nisso no mercado e não senti vontade de contratar ninguém mais. Essa história surgiu há 14 meses. Diego foi jurado de Health no Festival de Cannes junto com Tim, presidente de uma de nossas agências, a FCB Canada. Já havia muito respeito e admiração mútua entre eles. Sabendo de nosso desejo de abrir uma agência no Brasil, Tim trouxe para a conversa Dana, presidente global da FCB, e Rich Levy, presidente global das agências de health. Desde então esse projeto começou a nascer.
M&M – Como será a estrutura da FCB Health Brasil?
Aurélio – A gente buscou uma solução de três componentes, que é a ideal no momento. Teremos um core team de 15 a 20 pessoas focado exclusivamente em health, que está sendo contratado. Porém, esse core não representa a capacidade total de que o segmento precisa. Para produção, BI, mídia, produção gráfica ou qualquer competência, a operação contará com suporte da FCB Brasil. E para tudo que é especializado há o modelo global, que inclui a prestação de serviços, 51 médicos para diversas áreas especializadas. A parte tecnológica é aportada pelo centro de excelência de Nova York. Inicialmente a agência irá operar dentro da FCB, mas queremos que adquiram independência estrutural.
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