Falta de patrocínio e vaquinhas: a saga dos participantes do Young Lions
Sem a ida ao festival custeada pela organização, profissionais fazem campanha para tentar participar in loco da premiação
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Bárbara Sacchitiello
14 de junho de 2022 - 16h48
Participar do Festival Internacional de Criatividade de Cannes é o sonho da maior parte dos estudantes e profissionais que estão começando a carreira na publicidade. Para alguns desses jovens, uma forma de realizar esse objetivo, ao mesmo tempo em que podem ter seus trabalhos reconhecidos, é por meio do Young Lions.
A iniciativa, criada pela organização do festival, tem a proposta de destacar os trabalhos feitos por jovens profissionais de todo o mundo. No Brasil, o Young Lions acontece desde 1995 e, de acordo com a organização, já selecionou 461 jovens criativos para participar do evento. Muitos dos profissionais que hoje ocupam cargos importantes nas criações de agências do Brasil e até mesmo de outros países já fizeram parte do Young Lions.
Nesta edição, quem atua no mercado publicitário tem acompanhado as manifestações de alguns participantes do Young Lions a respeito da falta de patrocínio para poderem participar do evento, que acontece na França, na próxima semana.
Alguns profissionais que venceram a etapa brasileira – a organização avalia os trabalhos inscritos pelos profissionais de todo o País e, a partir de uma avaliação, indica aqueles que representarão o Brasil na etapa internacional – têm usado as redes sociais para pedir patrocínio e ajuda para conseguir ir ao festival representar o Brasil.
Fundadora da Redhook, empresa que assumiu a organização do Young Lions desde a edição de 2021, Celinha Camargos pontua que, no regulamento da participação do evento, está descrito que a ida dos participantes ao Cannes Lions está atrelada aos patrocínios conseguidos pela organização.
“Neste ano, as empresas estão com verbas mais restritas e investindo menos. O que estamos tentando fazer, como organização, desde a revelação dos participantes da etapa nacional, é falar com as agências desses profissionais e com outras empresas do mercado para tentar viabilizar essas viagens e tentar, por essa mobilização, fazer com que mais pessoas possam participar do evento presencialmente”, conta.
Celinha revela que, na edição deste ano, o Brasil participará da etapa internacional do Young Lions nas categorias Marketer, PR, Planejamento, Print, Digital e Design. Ao todo, 12 profissionais do Brasil foram qualificados para competir na etapa internacional.
É importante destacar que, para concorrer no Cannes Lions, todos os profissionais pagam uma taxa de inscrição. Segundo Celinha, esse valor, em 2021, era de R$ 699 por pessoa. A organização, no entanto, baixou o preço para R$ 299 por pessoa na edição deste ano.
A organização nacional conseguiu viabilizar patrocínio para os participantes de algumas dessas categorias, mas não de todas. “A organização do festival estabelece alguns critérios para o direcionamento dos patrocínios. Um deles é a quantidade de inscrições na categoria. Print, por ser a categoria que mais recebe inscrições de profissionais, conseguiu esse patrocínio”, explica. No caso da categoria Planejamento (cuja inscrição é individual), o próprio Grupo de Planejamento e outras empresas do setor estão ajudando a custear a viagem da vencedora, Erika Moulin, da AlmapBBDO.
A responsável pelo Young Lions pontua, contudo, que neste ano, assim como já aconteceu em 2021, toda a etapa de avaliação e competição internacional do Young Lions acontecerá via online. A primeira etapa, da avaliação dos trabalhos do Brasil, também foi feita de forma remota. Caso os brasileiros conquistem Leões de Ouro nas categorias em que participarão da etapa internacional, eles ganharão, por parte do Festival, o credenciamento para a edição do próximo ano (2023) do Cannes Lions.
Sem a garantia de conseguir participar in loco de Cannes, alguns participantes do Young Lions recorreram à criatividade para tentar conseguir a viagem ao festival. Foi o caso da dupla Gabriel Rodriguez, creative art director da monkey-land, e Enzo Roncari, diretor de arte da W3Haus, vencedores da etapa nacional na categoria Design.
Os jovens tiveram a ideia de vender cotas de patrocínio em suas roupas, para que as empresas que apoiassem a viagem tivessem visibilidade em Cannes, nos próprios figurinos da dupla.
“A ideia é toda deles, que ficaram frustrados pelo fato de a organização não ter conseguido custear a viagem de todos os participantes. Resolvemos, então, nos juntar ao coro dos indignados. Cannes é um festival que reconhece os talentos e fomenta a criatividade e achamos que eles não deveriam perder a oportunidade”, conta Ricardo Forli, sócio da monkey-land.
A empresa ajudou a dar visibilidade ao projeto e criou a página Sua Marca em Cannes. Forli conta que, até o momento, além das empresas dos criativos (monkey-land e W3Haus) também adquiriram as cotas para ajudar a dupla a Satélite Áudio, Alice Filmes, DirtyWork, Unblock.Coffee e Circo Filmes. “As expectativas estão altas e achamos que a meta será batida e que eles conseguirão viajar”, diz.
A dupla vencedora da categoria PR, Heloisa Cardoso e Gabriela Godoy, usou o LinkedIn para pedir apoio para viajar a Cannes.
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