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Comunicação

O papel da flexibilidade na satisfação com o trabalho nas agências

Modelo de trabalho e equilíbrio entre vida pessoal e profissional ganham destaque na avaliação dos profissionais sobre o trabalho nas agências


18 de fevereiro de 2025 - 6h01

Nesta semana, o Great Place to Work apresentou a 12ª edição da premiação Melhores Empresas Para Trabalhar na categoria agência de publicidade. A partir de uma avaliação quantitativa com os colaboradores e qualitativa a partir dos critérios do selo, o ranking listou as 20 agências com melhor avaliação, divididas entre pequenas e médias.

Flexibilidade nas agências

Flexibilidade nas agências foi avaliada no ranking do Great Place to Work (Crédito Aleutie/shutterstock)

Ao todo, 71 empresas foram avaliadas. Um dos destaques do estudo foi a percepção dos colaboradores com relação à flexibilidade e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Quando questionados sobre o que os fazem permanecer em uma agência, o item mais citado foi a oportunidade de desenvolvimento (38%), logo na sequência aparece a qualidade de vida (37%) e o alinhamento de valores (13%).

Entre as 20 empresas com melhor avaliação, 75% oferecem um horário flexível e 90% disponibilizam práticas de saúde mental e bem-estar. Quando assunto é modelo de trabalho, 80% optam pelo híbrido e o home office é uma prática em 95% delas.

Modelo de trabalho e mercado

O modelo de trabalho vem sendo uma discussão constante no mercado publicitário. Um exemplo desse movimento foi o do WPP. No início de janeiro, por meio de um memorando distribuído aos seus funcionários, a holding comunicou uma nova política de trabalho. A partir de abril, todos os funcionários das empresas e agências da holding terão de trabalhar presencialmente quatro dias por semana.

Poucos dias depois, uma petição online criada por um grupo que se identifica como “Concerned WPP Employees” ultrapassou 11 mil assinaturas, pedindo que o CEO da companhia, Mark Read, reconsidere a política. Procurado pela reportagem, o grupo afirmou não ter novos posicionamentos desde o apresentado por Read no memorando.

Em 2024, o Publicis Groupe também determinou que os funcionários de suas agências digitais trabalhassem presencialmente três dias por semana. Posteriormente, a empresa demitiu funcionários de operações de mídia que não cumpriram a determinação.

Segundo o gerente sênior da Michael Page, André Benito, há uma crescente na busca por trabalhos mais flexíveis e alinhados com valores pessoais. A pressão por resultados rápidos e a sobrecarga de trabalho seriam fatores que dificultam a manutenção dos talentos.

“A adoção de modelos de trabalho mais rígidos pode gerar insatisfação e afastar talentos que priorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Isso resulta na mudança destes profissionais para empresas ou segmentos mais flexíveis, como tecnologia e startups, por exemplo”, explica Benito.

A valorização da flexibilidade é ainda mais sensível entre as gerações mais jovens. Como aponta Letícia Pavim, cofundadora da Rede Pavim, empresa especializada na Geração Z que oferece treinamentos corporativos: “Estamos vendo as empresas voltarem para o presencial e os jovens valorizam mais trabalhos remotos ou híbridos. Muitas empresas trazem essa dor e nós falamos: se você está oferecendo um trabalho que é 100% presencial, saiba que a chance de perder esse jovem é enorme. Se uma empresa oferecer o mesmo salário e um dia de home office ele, provavelmente, vai mudar”.

Porém, o modelo de trabalho não é o único fator a ser considerado quando o assunto é bem-estar no ambiente organizacional.  “Esse é um olhar simplista, que ignora a cultura organizacional, seus valores e os desafios envolvidos na construção de um ambiente de trabalho baseado na confiança, flexibilidade e respeito às necessidades individuais”, defende Sandra Poltronieri, diretora de gestão de pessoas da Artplan e Grupo Dreamers.

Ela acrescenta: “De que adianta um modelo 100% remoto no qual, a todo momento, o colaborador precisa justificar o que está fazendo, sendo cobrado por entregas sem respeito aos prazos, sem espaço para ser quem é e para propor ideias, por exemplo?”.

Para a head de growth marketing do Great Place To Work, Daniella Azevedo, um ponto chave da discussão é a adequação entre o perfil e as necessidades da empresa e o dos colaboradores.  “Cada organização é única e possui uma cultura muito particular. Para algumas pode ser que a oferta de trabalho híbrido e a flexibilidade da jornada de trabalho se encaixem perfeitamente no dia a dia de trabalho das pessoas, mas existem organizações que o contrário também pode acontecer. O mais importante é que os benefícios oferecidos façam sentido para as pessoas colaboradoras e para o negócio”, explica Azevedo.

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