Funções possíveis da inteligência artificial no combate à corrupção
Político corrupto da Ogilvy e o identificador de ficha-suja do Reclame Aqui apontam aplicações no monitoramento de práticas corruptas
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Luiz Gustavo Pacete
7 de maio de 2018 - 7h58
Duas ações recentes envolvendo a Ogilvy e a Grey colocam a aplicação da inteligência artificial – em maior e menor proporções – no monitoramento da corrupção. A criação do personagem Ricky Brasil, o político corrupto, por -exemplo, da Ogilvy para a Forbes, identifica padrões de práticas e consegue reunir características em comum de um político corrupto.
Já o aplicativo Detector de Corrupção, criado pela Grey para o Reclame Aqui, utiliza técnicas de machine learning para o reconhecimento e processamentos de imagens cruzados com informações da ficha de um político. Informações como gênero, idade, emoções e outras referências são importantes para a funcionalidade do app.
Nos dois casos, a aplicação pode indicar possíveis funções futuras no monitoramento e combate à práticas corruptas.
Com dados processados, a API de Personality Insights revelou que a corrupção brasileira é autocentrada, egoísta, arrogante, sem empatia e sedutora (Crédito: Divulgação)
“O desafio principal foi o de tentar programar, com a ajuda da IA, uma personalidade corrupta, delinear o significado do que é ‘ser corrupto’. Mas, com a ajuda da análise de dados, encontramos centenas de horas de depoimentos, textos e artigos sobre os mais de uma centena de condenados nas principais operações contra corrupção no Brasil. Com isso, podemos alimentar a inteligência artificial e o Ricky Brasil passou a carregar características comuns a todos eles”, diz Guiga Giacomo, diretor de criação executivo da Ogilvy Brasil.
O Detector de Corrupção foi criado pela Grey para o Reclame Aqui (Crédito: Reprodução)
Diego Campos, CTO do Reclame Aqui, explica que as informações sobre os processos são alimentadas de forma manual por uma equipe especialista no assunto, que faz a curadoria dos dados. “Evitando possíveis equívocos na informação. As informações são oficiais e públicas sobre o histórico judicial de políticos que estão pulverizadas em diversas instâncias, tribunais federais e estaduais, como STJ, STF, TJs, TRFs”, explica.
Giacomo lembra que a Ogilvy, junto com a IBM, lançou no ano passado a campanha “A Voz da Arte” com a aplicação de IA em museus e, desde 2017, mantém o Cognitive Studio, área de negócios dentro da agência que tem como objetivo explorar o que a inteligência artificial pode agregar à criatividade.
“Tanto “A Voz da Arte” quanto a campanha “Ricky Brasil” são trabalhos que vieram do Cognitive Studio. Outro detalhe: neste mês, anunciamos uma joint venture com a Nexo, consultoria de tecnologia especializada em inteligência artificial, justamente para potencializar nossas entregas na área”, afirma Giacomo.
Como foi criado o Ricky Brasil:
Traços físicos: demandaram informações como idade média, tom de pele, cor de cabelo, cor dos olhos.
Definição de personalidade: informações de mais de 500 horas de áudio, centenas de entrevistas e livros.
Curadoria: Para curar todos esses dados, a Ogilvy chamou uma jornalista especialista que, ao lado da Nexo, ajudou a fazer todas as possíveis perguntas e respostas, dando personalidade ao corrupto.
Execução: Quando o Ricky estava pronto, a Ogilvy marcou entrevistas com especialistas para conversar sobre corrupção. Para fazer isso, foi criado um aplicativo conectado à nuvem, no qual Ricky Brasil está hospedado.
Dinâmica: Os usuários fazem perguntas para o aplicativo e, em seguida, a API transforma o discurso em texto e envia para a I.A. No front end foi possível ver a I.A. procurando a resposta e, como ele se sentia sobre a questão: zangado, frustrado, feliz, enérgico, confiante. Em seguida, a API de conversão de texto faz com que o Ricky entregue suas respostas usando sua própria voz.
Conclusão: Com dados processados, a API de Personality Insights revelou que a corrupção brasileira é autocentrada, egoísta, arrogante, sem empatia e sedutora.
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