In-houses de produção: Apro pede mais transparência e regras
Presidente da Associação, Marianna Sousa diz que agências são parceiras e defende a criação de protocolo para boas práticas de produção
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Bárbara Sacchitiello
14 de novembro de 2023 - 6h20
Na semana passada, a Apro, entidade que representa os players de produção audiovisual do Brasil tornou público seu descontentamento a respeito de uma situação que considera prejudicial para o segmento de produção independente: as operações in-house das agências.
Em carta aberta, a entidade pontuou que essas estruturas internas de produção não apenas tiram a oportunidade de trabalho de empresas do setor como também representam uma concorrência desleal, uma vez que têm, em muitos casos, o respaldo de fazer parte de grupos internacionais, o que lhes confere vantagens financeiras ou de negócios perante os clientes.
Na própria carta, a Apro admite que essa movimentação não é nova, mas teria se intensificado nos últimos anos. Mais precisamente no pós-pandemia, de acordo com avaliação de Marianna Souza, presidente da Apro e gerente executiva da FilmBrazil.
“Vimos esse processo se acentuando no pós-pandemia, com as agências buscando novos formatos e, nesse processo, viram a oportunidade de internalizar a produção. Mas é muito importante destacar que esse não é um fenômeno só do Brasil, mas algo que vem acontecendo muito em outros mercados”, conta a diretora, em entrevista ao Meio & Mensagem.
Na visão de Marianna, é natural que modelos que venham sendo testados em outros mercados sejam replicados no Brasil, uma vez que boa parte das agências que atuam no mercado local pertencem à holdings internacionais de comunicação.
Na carta aberta, pela qual pede ao mercado um diálogo aberto a respeito da construção de práticas que beneficiem todos os players da indústria, a Apro usa alguns dados de uma pesquisa recente, feita pela entidade, que procura ressaltar como a rotina ficou mais difícil para as produtoras.
Segundo o estudo, 73% dos respondentes (todos do setor de produção) afirmam que a concorrência aumentou significativamente nos últimos dois anos, enquanto 25% afirmaram que a concorrência aumentou um pouco.
Marianna destaca que essa concorrência maior não pode ser atribuída somente às in-houses de produção. “Hoje, os comerciais tradicionais dividem espaço com outras entregas, em formatos diferentes. Além da maior quantidade de players, as entregas também se diluíram”, diz a presidente da Apro.
No dia seguinte à divulgação da carta-aberta da Apro, a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), em resposta ao questionamento da reportagem, disse que estava formando um grupo de trabalho para tratar do tema.
Esse grupo, segundo a Abap, terá a missão de definir um protocolo de boas práticas para o setor de produção.
Marianna Souza confirma que o diálogo entre as entidades vem acontecendo, bem como com a Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA). “As agências são nossas parceiras e precisamos de mais transparência e regras. Só por meio do diálogo criaremos um ambiente mais saudável a todos”, diz.
Ainda, a presidente da Apro corrobora o dito pela Abap e reforça que um protocolo de boas práticas de produção será elaborado pelas entidades. “Vamos trabalhar em conjunto para que tenhamos um ambiente tranquilo e saudável e para que o mercado continue prosperando”, encerra.
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