Johansson, o Super Bowl e os palestinos
Após ser rejeitado pela Fox - emissora oficial do Super Bowl - comercial da SodaStream ainda fez a atriz perder o título de embaixadora de grupo defensor das causas palestinas
Após ser rejeitado pela Fox - emissora oficial do Super Bowl - comercial da SodaStream ainda fez a atriz perder o título de embaixadora de grupo defensor das causas palestinas
Meio & Mensagem
30 de janeiro de 2014 - 5h42
O comercial da marca SodaStream não será visto durante a 48ª edição do Super Bowl, que acontece neste domingo, 2. Mesmo assim, o anunciante já foi responsável por causar a maior polêmica comercial do evento esportivo mais assistido do mundo.
Nesta semana, a Fox, rede de TV norte-americana que exibirá o Super Bowl neste ano, anunciou que declinou da negociação comercial com a SodaStream, máquina de fabricação caseira de refrigerantes. O anunciante havia adquirido um dos espaços dos intervalos do jogo – considerado o break comercial mais caro do mundo – e, para divulgar seu produto, a agência de publicidade Humanaut apostou na beleza e charme da atriz Scarlet Johansson.
Ao analisar o comercial, no entanto, a Fox teria decidido banir o anúncio por julgar que o texto lido pela atriz fazia provocações diretas à Coca-Cola e à Pepsi – ambas, também, anunciantes desta edição do Super Bowl. No fim do comercial, após exaltar as qualidades da SodaStream, Scarlet diz: “Sorry, Coke and Pepsi!”. De acordo com a imprensa internacional, nem a Coca-Cola e a Pepsi admitem terem feito qualquer pedido à Fox para que o comercial não fosse exibido. A rede de TV, no entanto, não comentou o assunto.
A polêmica, porém, não parou na exclusão do comercial. Segundo a Reuters, nesta quinta-feira, 30, a Oxfam, organização internacional que atua em diversas causas relacionadas à pobreza e exclusão social – entre elas, a luta dos palestinos – divulgou um comunicado informando que a atriz deixaria o posto de embaixadora global. “O papel de Johansson em promover a companhia SodaStream é incompatível com seu papel como embaixadora global da Oxfam”, disse a ONG, em comunicado.
A divergência entre a entidade e a marca norte-americana está no fato de que a SodaStream mantém uma de suas principais fábricas em um assentamento judeu, localizado no território da Cisjordânia. Como tais assentamentos são ilegais perante a comunidade humanitária e as leis internacionais, a Oxfam condena esse tipo de trabalho e, indiretamente, a marca SodaStream. A própria atriz, após a gravação do comercial, teria manifestado à ONG a decisão de se retirar do posto de embaixadora. Veja o vídeo:
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