Lego decide apoiar Braille Bricks
Marca dinamarquesa adota, oficialmente, projeto da Fundação Dorina Nowill, criado pela Lew'Lara\TBWA
Marca dinamarquesa adota, oficialmente, projeto da Fundação Dorina Nowill, criado pela Lew'Lara\TBWA
Isabella Lessa
24 de abril de 2019 - 15h19
Em 2016, a Fundação Dorina Nowill para Cegos lançava o Braille Bricks, brinquedos de montar para crianças deficientes audiovisuais. A Lew’Lara\TBWA foi responsável pela criação do primeiro protótipo nacional e da campanha Braille Bricks for All, que gerou 3,7 milhões de interações espontâneas nas redes sociais.
Um ano depois, a Fundação Dorina levou a ideia para votação no site Lego Ideas, mas o projeto não conseguiu os 10 mil votos necessários para viabilizar a produção das peças em escala global. Na época, Felipe Luchi, CCO da Lew’Lara, contou à reportagem de Meio & Mensagem que o anunciante também alegou que os Braille Bricks alteravam muito o produto original da Lego.
Desde então, entidade e agência vêm tentando concretizar o plano e agora deu certo: nesta quarta-feira, 24, o Grupo Lego e a Lego Foundation anunciaram o lançamento mundial do Lego Braille Bricks, durante a conferência de marcas sustentáveis em Paris, na França. Aqui no Brasil, a Fundação Dorina, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), já vem trabalhando, desde o ano passado, em um projeto piloto educacional novo brinquedo e que será implementado nas escolas públicas das regiões de Presidente Bernardes e Franco da Rocha, no estado de São Paulo, em 2020.A experiência, realizada junto a 82 crianças, está servindo de referência para a própria Lego Foundation, de acordo com a fundação. Com o lançamento oficial do produto, a Dorina vai buscar apoiadores-investidores para viabilizar a capacitação de professores e distribuição gratuita de kits para escolas públicas de pelo menos sete estados. Crianças cegas, com baixa visão e videntes com idade entre quatro e dez anos são o foco do projeto.
Além do Brasil, a Lego está fazendo testes com associações na Dinamarca, no Reino Unido e na Noruega. As versões do brinquedo em alemão, espanhol e francês serão estudados no terceiro trimestre deste ano. O Lego Braille Bricks é composto por cerca de 250 peças que cobrem o alfabeto completo, números de zero a nove, símbolos matemáticos selecionados e jogos interativos.
Segundo Philipe Chazal, tesoureiro da União Europeia de Cegos, com a proliferação de audiolivros e programas de computador, cada vez menos crianças estão aprendendo a ler Braille. Para ele, esse é um problema já que o alfabeto dá mais autonomia, educação e oportunidades de trabalho para os deficientes audiovisuais que o dominam. “Acreditamos fortemente que o Lego Braille Bricks ajudará a dar um impulso no interesse em aprender o Braile, por isso nos sentimos honrados com o envolvimento da Lego Foundation tornando possível a disseminação desse conceito para crianças ao redor do mundo”, disse, em comunicado.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que há 140 mil crianças com deficiência visual no País, das quais apenas 75 mil estão matriculadas em escolas públicas. E, entre os 39,5 milhões de estudantes matriculados nas escolas brasileiras, mais de 75 mil têm alguma deficiência visual (cegueira total ou baixa visão). No mundo, a OMS estima que 19 milhões de crianças têm deficiência visual, das quais 1,4 milhão possui cegueira irreversível.
“Com este projeto, estamos trazendo uma abordagem lúdica e inclusiva para o aprendizado de Braille para esse público. Espero que crianças, pais, cuidadores, professores e profissionais em todo o mundo estejam tão empolgados quanto nós. Mal podemos esperar para ver o impacto positivo que causará”, comentou John Goodwin, CEO da Lego Foundation.
Relembre o filme criado pela Lew’Lara em 2016, apresentando o projeto da Fundação Dorina Nowill:
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