Lewkowicz e a experiência do estágio
Terminada a temporada de aprendizado no Google, chairman da Lew?LaraTBWA avalia os ensinamentos que levará e os que deixou para empresa de tecnologia
Terminada a temporada de aprendizado no Google, chairman da Lew?LaraTBWA avalia os ensinamentos que levará e os que deixou para empresa de tecnologia
Bárbara Sacchitiello
21 de dezembro de 2015 - 2h03
Depois de nove meses de trabalho, o contrato do Google com o mais experiente de seus estagiários chegou ao fim no início de dezembro. O bom desempenho de Jacques Lewcovicz, na empresa, no entanto, indica que essa relação deve ganhar novos capítulos. Ao vender as ações que possuía na Lew’Lara\TBWA e reservar alguns meses para aprender sobre o universo digital, o chairman da agência pode, aos 71 anos, compartilhar seu vasto conhecimento sobre publicidade com colegas jovens, que lhe transmitiram, por outro lado, uma boa bagagem sobre a área digital que ele ainda não possuia. Em seu último dia oficial como estagiário do Google, Lewcovicz recebeu a reportagem de Meio & Mensagem para falar de sua experiência, recomendou aos demais criativos que sigam seu exemplo, confessou sua tristeza ao deixar a empresa e ainda ganhou elogios – e arrancou lágrimas – de sua chefe. “Trabalhar com um profissional do gabarito dele, que ainda é um doce e um ser humano maravilhoso, foi um privilégio. Não imaginamos mais o Google sem o Lew”, disse, emocionada, Natalia Luna, gestora da área de agências da empresa, responsável pelo projeto do chairman.
Ideia do projeto
Queria conhecer um pouco mais do Google e me aproximar da empresa e pedi para o pessoal da Lew’Lara\TBWA fazer esse contato. Aí, fui apresentado à Natalia Luna (gestora de projetos da área de agências do Google) e ela me convidou para passar três dias na empresa e conhecer o trabalho. Depois disso, fui chamado para dar uma palestra, onde contei um pouco de minha trajetória aos funcionários do Google e aí já começamos a planejar a ideia de passar um tempo maior aqui. A principal dúvida era sobre o cargo que ocuparia, já que eu sou um chairman da agência, com mais de 70 anos, que queria aprender sobre uma nova área. Foi ai que o Marco Bebiano (gerente de relacionamento com agências do Google) teve a grande sacada de me apresentar como estagiário. Recentemente, estreou um filme com o Robert de Niro (Um Senhor Estagiário, de Nancy Meyers) com uma história parecida com essa. Acho que vamos pedir os royalties (risos).
Aproximação com os criativos
Por ser um veículo, o Google sempre se aproximou mais dos mídias e, com esse nosso projeto, a ideia foi convidar os criativos a serem parceiros da empresa no desenvolvimento de ideias e na criação de trabalhos. Minha função foi auxiliar nessa aproximação. Neste ano, convidamos alguns dos mais importantes criativos do Brasil para um almoço do Google, em Cannes, e também pretendemos apresentar o projeto nas agências. Muitos dos profissionais, inclusive, já viram o proejto e colaboraram com ideias e sugestões. Acredito que a percepção que os profissionais do mercado tinham em relação ao Google já começou a mudar e que a empresa já começou a ser vista como uma colaboradora do processo de criação.
Dia a dia de estagiário
Não costumo reclamar das tarefas do dia a dia e achei, até, que tinha menos tarefas do que na agência. Mas também isso aconteceu porque a Nat foi uma chefe benevolente. Não tinha horários rígidos a cumprir. Ao mesmo tempo, ela era muito exigente comigo. Alias, preciso deixar registrado que ela é uma das melhores planners que já conheci e foi uma sensacional companheira de trabalho.
Despedida
Acho que está sendo mais difícil sair do Google do que da Lew’Lara. Nos meus últimos dias, me fizeram uma homenagem. Fingiram que iriam fazer uma reunião, me chamaram em uma sala e exibiram um vídeo com depoimentos de todo mundo da empresa. Fiquei emocionado. Mas foi um ciclo que se cumpriu.
Efetivação?
O que terminou, de fato, foi a minha relação com o Google neste primeiro projeto. A partir de agora, o Bebiano e o Julio Zaguini (diretor de agências do Google) podem me convidar para projetos específicos para clientes ou quando acharem necessário algum tipo de curadoria criativa. Eu não estarei mais aqui diariamente, mas sempre que precisar, poderei vir. E como nosso projeto é universal e como tenho uma grande vontade de retornar à Nova York, talvez eu faça esse mesmo trabalho de aproximação com criativos lá nos Estados Unidos. Outra ideia é ficar um tempo na sede do Google de lá para trabalhar mais para o ZOO e fornecer minha expertise de narrativa para eles. Mas nada está acertado, tudo são projetos.
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