Luiz Fernando Vieira processa Grupo ABC
Co-fundador da Africa, ele deixou a vice-presidência de mídia da agência em abril e cobra na justiça indenização de R$ 4,7 milhões
Co-fundador da Africa, ele deixou a vice-presidência de mídia da agência em abril e cobra na justiça indenização de R$ 4,7 milhões
Alexandre Zaghi Lemos
18 de setembro de 2019 - 8h29
Ex-vice-presidente de mídia da Africa e sócio da agência, Luiz Fernando Vieira está processando os demais acionistas do Grupo ABC, alegando ter sido destituído do cargo em abril sem justa causa, sem receber valores devidos e pedindo indenização de R$ 4,7 milhões. A informação é da edição desta quarta-feira, 18, do jornal Valor Econômico, que relata que a ação corre na 2ª Vara Empresarial e de Conflitos do Foro Central de São Paulo e terá mérito discutido em processo arbitral na Câmara de Comércio Brasil Canadá (CCBC).
Vieira, dono de 0,25% do capital da Africa, cobra judicialmente os demais sócios Nizan Guanaes, Guga Valente, Marcio Santoro, Sérgio Gordilho e Olivia Machado.
Em sua defesa, o Grupo ABC diz que Vieira renunciou ao cargo de vice-presidente de mídia da Africa e oferece indenização de R$ 1 milhão. O grupo alega, ainda, que, desde 2016, Vieira passou a se dedicar a sua carreira musical, como membro da Banda República, se afastando de suas funções na Africa.
Nota oficial enviada pelo Grupo ABC ao Meio & Mensagem diz o seguinte: “O Grupo ABC esclarece que não há processo judicial em curso discutindo a saída de Luiz Fernando Vieira da Diretoria da Africa. Havia uma decisão liminar suspendendo decisão de reunião de acionistas da agência de não recondução de Vieira à sua Diretoria que o próprio juiz depois revogou por entender que o ato não infringia cláusulas contratuais nem direitos de Vieira, reconhecendo assim que as medidas adotadas pelo grupo na saída dele foram absolutamente legais. O próprio Vieira já reconheceu mais de uma vez que a sua saída não está em discussão, podendo questionar apenas eventual direito a indenização – que, como previsto no contrato entre as partes, estaria sujeita a arbitragem”.
Luiz Fernando Vieira também reclama na justiça em relação a desdobramentos desfavoráveis da venda do Grupo ABC para a holding norte-americana Omnicom. Segundo Vieira, na época da venda, a DM9DDB teve valor superestimado e contestado posteriormente pelo Omnicom por “grave inconsistência financeira”, o que diminui o pagamento associado ao desempenho futuro pelas ações em mãos dos sócios brasileiros do ABC. No final do ano passado, devido aos resultados desfavoráveis da DM9DDB, o ABC e o Omnicom resolveram fundir a agência com a Sunset, dando origem à SunsetDDB.
Sobre a citação à DM9DDB, a nota oficial do Grupo ABC diz o seguinte: “Sobre a alegação de Vieira, na ação julgada sem mérito pelo juiz, de que haveria “inconsistências financeiras” relativas ao valor da DM9 na venda do Grupo ABC, o ABC esclarece que a alegação é falsa e que não há inconsistência nem contestação por qualquer das partes relativa ao acordo de venda do grupo.”
Em novembro de 2015, o Grupo Omnicom oficializou a compra de 100% do Grupo ABC, maior conglomerado de agências de publicidade e serviços de marketing controlado até então pelo capital nacional. A aquisição será feita via DDB Worldwide, uma das principais divisões globais do Omnicom. Na época, o negócio foi estimado extraoficialmente em R$ 1 bilhão, valor que seria pago em cinco anos.
Um ano antes, em dezembro de 2014, o Grupo ABC informou que Luis Fernando Vieira, Marcio Santoro, Olivia Machado e Sergio Gordilho estavam trocando suas ações da Africa por participações acionárias no Grupo ABC.
Luiz Fernando Vieira é co-fundador da Africa, foi presidente do Grupo de Mídia de São Paulo por dois mandatos (2010-2014), é vencedor de dois prêmios Caboré de Profissional de Mídia (2000 e 2003) e do troféu Mídia do Ano no Prêmio Estadão (2008),
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