M&As em 2024: confira as principais fusões e aquisições
Ano foi marcado pelo reaquecimento dos M&As, com consolidações nas holdings de comunicação e movimentos no OOH
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Taís Farias
16 de dezembro de 2024 - 7h55
O início da semana foi marcado pela criação da maior holding de comunicação e publicidade do mundo, com a venda do Interpublic ao Omnicom. Sob a alegação de manterem ofertas, presenças e culturas complementares, as companhias dão origem a uma operação que somaria uma receita combinada de US$ 25,6 bilhões, em 2023.
A nova empresa manterá o nome Omnicom e John Wren seguirá como chairman e CEO. Em agosto, o Omnicom já havia passado por um processo global de unificação. Na ocasião, a holding criou uma liderança única para as redes BBDO, DDB e TBWA. Troy Ruhanen, até então CEO global da TBWA, foi promovido a CEO global da nova operação.
Segundo o grupo, o movimento seria uma resposta à necessidade dos clientes por soluções criativas poderosas. O IPG, em contrapartida, anunciou no início do mês a venda da rede de agências Huge ao fundo de private equity AEA Investors. A holding vinha registrando queda nos números de suas operações digitais.
Esses movimentos e, especialmente a compra do Interpublic pelo Omnicom, ajudam a ilustrar um ano que reaqueceu o mercado de fusões e aquisições. Confira alguns dos principais negócios realizados em 2024:
Em maio, a Accenture Song confirmou a compra da Soko em uma negociação que já havia sido revelada pelo Meio & Mensagem em dezembro. Com a mudança, a marca Soko deixou de existir e sua operação foi integrada à Droga5 São Paulo.
Felipe Simi, então CEO e creative chaiperson da Soko, assumiu o comando da Droga5 São Paulo com a coCEO Brisa Vicente e do COO Felipe Belinky, que já compunham a liderança da Soko.
Essa não foi a única movimentação de Accenture Song no ano. A holding também comprou a Work & Co, empresa global que mescla design, tecnologia e inovação, com o objetivo de ampliar as ofertas digitais da companhia em áreas como inteligência artificial (IA) e experiência.
Além disso, o grupo promoveu a fusão entre The Monkeys e Droga5. Mark Green, cofundador e CEO da The Monkeys, foi nomeado como CEO da Droga5. Ele substituiu Sarah Thompson, que saiu da Droga5 em 2022 ao ser promovida para comandar a unidade de comunicação da Accenture Song. Desde então, a posição estava vaga.
Em uma investida no segmento, o Publicis Groupe adquiriu a Mars United Commerce, maior empresa independente de commerce marketing do mundo. Anteriormente conhecida como The Mars Agency, a companhia mudou a marca para Mars United Commerce em maio, com a proposta de destacar seu alcance e capilaridade global.
O movimento marcou a segunda aquisição do Publicis Groupe no ano. A holding também firmou acordo para comprar a Influential, até então a maior agência de influência do mundo, em termos de receita, por valores não revelados, em julho deste ano.
O WPP promoveu uma série de unificações ao longo do ano. Em janeiro, o grupo anunciou a fusão de BCW e Hill & Knowlton, duas de suas maiores empresas de relações públicas. O movimento deu origem à Burson, que vai reunir os serviços de comunicação corporativa, reputação e proteção de marca realizado pelas duas agências.
Depois, em março, a estratégia mirou as marcas criativas do grupo com a fusão de AKQA e Grey em cinco mercados: Austrália, Bélgica, China, Emirados Árabes e Itália. Segundo a holding, o objetivo da integração era focar em territórios com alto potencial de crescimento.
No Brasil, em maio, o WPP criou o Ideal Axicom, uma fusão entre Axicom e Ideal. Nos demais mercados em que atua, como México, Reino Unido e França, a marca Axicom se mantém. O movimento foi apresentado como uma continuação das consolidações promovidas pelo grupo no universo de relações públicas.
As unificações seguiram com a incorporação da i-Cherry pelo WPP Media Services, estrutura de soluções de mídia do grupo para o mercado brasileiro. Por fim, a movimentação mais recente do WPP foi a fusão entre a Fbiz e a Mirum, que passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2025.
O out-of-home também foi protagonista de movimentos de aquisição em 2024. A Globo Comunicação e Participações adquiriu o controle societário da Eletromidia, em novembro. Antes, o grupo já detinha pouco mais de 27% das ações.
Segundo o Fato Relevante, a Globo pagou o valor de R$ 27 por ação. Como está prevista a compra de um total de 65.923.980 ações, a estimativa é que o valor pago ultrapasse a marca de R$ 1,78 bilhão. Está previsto, ainda, um pagamento posterior de R$ 131,8 milhões (cerca de R$ 2 por ação).
A Eletromidia, por sua vez, adquiriu a 4yousee, empresa especializada em softwares para digital signage e analytics, em setembro. A aquisição fortalece a posição da Eletromidia como fornecedora de tecnologia, com o gerenciamento de softwares para conteúdo de projetos de digital signage e veiculação de campanhas publicitárias no ambiente digital.
Em outro movimento envolvendo um grupo de mídia e o OOH, o Uol fechou a compra de cerca de 29% da Neooh, em julho deste ano. Com a mudança, a Neooh irá investir na criação de novos produtos, aproveitando a sinergia de seu inventário, que está 90% digitalizado, com os produtos digitais do Uol.
Em março, holding DBG&Co foi descontinuada e a Cadastra passou a adotar o modelo de marca-mãe. Na reestruturação, Adtail (agência digital full-funnel) e Daxgo (startup retailtech), que integravam o conglomerado, passaram a atuar em sinergia com a Cadastra, mas com a manutenção de autonomia e marca.
Já as empresas M3 e Digital Ethos, adquiridas no final de 2022 concluíram seus processos de integração à estrutura da Cadastra. No mês seguinte, o grupo anunciou ainda a compra da Maeztra, especializada em soluções de e-commerce.
A holdind de Comunicação Stagwell adquiriu a agência de relações públicas Pros. Com a negociação, a companhia incrementou seu portfólio e ampliou sua atuação no território brasileiro, onde tem, como principal operação, a agência de publicidade Crispin Porter Bogusky (CPB).
A FSB Holding unificou seus serviços de pesquisa, inteligência artificial (IA) e dados com a fusão entre o Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI) e a FSB Inteligência. A nova operação passou a atuar com a marca Nexus que trabalha em dois principais segmentos: pesquisa e inteligência de dados.
A Outbrain investiu US$ 1 bilhão na aquisição da Teads. Juntas, as empresas reúnem um portfólio de mais de 20 mil anunciantes e mais de 10 mil propriedades de mídia, sendo 80% delas em direct supply. A companhia resultante da fusão tem a projeção de impactar mais de 2 bilhões de consumidores em 50 diferentes mercados.
No marketing de influência, a Humanz Brasil comprou a Yaruka que atende a clientes como Mercado Pago, QuintoAndar e Tinder. Léo Andrade, fundador da agência, passou a atuar como chief innovation officer (CIO) da Humanz.
A Profile, agência independente especializada em comunicação para sustentabilidade e ESG, concluiu o processo de fusão com a agência digital Look&Feel. O movimento reforça o reposicionamento da operação em torno da construção de comunicação integrada com foco em narrativas de ESG e sustentabilidade.
A Fundamento Grupo de Comunicação anunciou a fusão com a Advice Comunicação. Com a mudança, os clientes e funcionários migraram para o selo Fundamento. Juntas, as companhias pretendem atingir um faturamento de R$10 milhões em 2024.
A V4 Company, assessoria especializada em marketing digital, ingressou no segmento de educação com a compra da Staage, plataforma de ensino de marketing digital do grupo Primo. Após a fusão, a V4 Company manteve o nome da Staage e Fernando Miranda lidera a operação, como CEO e sócio administrador.
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