Morre Julio Xavier, diretor de filmes clássicos da publicidade brasileira
Entre os comerciais por ele dirigidos estão “Primeiro Sutiã”, de Valisère, “A morte do orelhão”, da Telesp, e a série do “cachorrinho da Cofap”
Morre Julio Xavier, diretor de filmes clássicos da publicidade brasileira
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BuscarEntre os comerciais por ele dirigidos estão “Primeiro Sutiã”, de Valisère, “A morte do orelhão”, da Telesp, e a série do “cachorrinho da Cofap”
Alexandre Zaghi Lemos
28 de abril de 2023 - 22h09
Julio Xavier foi sócio da Bossa Nova Films, vencedora do prêmio Caboré 2014
Faleceu nesta sexta-feira, 28 de abril, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o diretor de filmes Julio Cezar Xavier da Silveira, aos 82 anos. O velório está marcado para o meio-dia deste sábado, 29 de abril, no Cemitério Gethsêmani, onde o sepultamento ocorrerá as 15hs.
Um dos principais nomes da publicidade brasileira, Julio Xavier dirigiu o clássico “Primeiro Sutiã”, da marca de lingerie Valisère. O comercial foi criado em 1987 pela W/GGK, por Camila Franco e Rose Ferraz, com direção de criação de Washington Olivetto. O slogan “O primeiro Valisère a gente nunca esquece” é um dos bordões da publicidade mais usados fora dela. Mas o encantamento provocado pelo filme também é obra do diretor e da atuação da protagonista escolhida por ele, a atriz Patrícia Lucchesi.
A parceria com Washington Olivetto rendeu outra campanha antológica, para a marca Cofap. A série nasceu em 1990 com o filme “O melhor amigo do carro e do dono do carro”, criado na W/Brasil por Ruy Lindenberg e Gabriel Zellmeister, com direção de criação de Washington Olivetto – que, entretanto, conta que o alerta para semelhança entre os amortecedores e os Dachshunds foi do cliente, Roberto Kasinski. Os filmes foram dirigidos por Julio Xavier, responsável por escalar o adestrador Jayro Motta. E até hoje, mais de 30 anos após a estreia da campanha, ainda há quem se refira à raça Dachshund como “cachorro da Cofap”.
Falando de Londres, onde vive, à reportagem, Olivetto lamentou a morte do amigo: “O Julio Xavier é o mais completo publicitário de todos os tempos. Ele fazia tudo que os publicitários eram capazes, como escrever bem e dirigir uma criação, além de dirigir filmes como ninguém”.
No início da década de 1980, Julio Xavier dirigiu outro filme histórico, que ficou conhecido como “A morte do orelhão”, desenvolvido pela DPZ para a Telesp. O comercial, originalmente chamado de “Vandalismo”, foi criado por uma das melhores duplas da história da publicidade brasileira: Neil Ferreira e José Zaragoza. A direção de Julio Xavier humaniza um telefone público e dramatiza sua queda ao chão para denunciar as depredações que chagavam a 20 ao dia naquela época. Quando ainda não eram possíveis efeitos de computação gráfica, a trucagem da morte do orelhão foi feita por Domingos Utimura, especialista em efeitos especiais.
Para a W/Brasil, Julio Xavier dirigiu ainda uma série de filmes da cerveja Antartica, que juntava personalidades como Hebe Camargo e Dercy Gonçalves, Jô Soares e Marília Gabriela, Chico Anysio e seu personagem Justo Veríssimo.
Julio Xavier foi sócio da Bossa Nova Films, produtora vencedora do prêmio Caboré em 2014 e em 2008. Em 1981, no segundo ano do Caboré, ele venceu a categoria Profissional de Produção, que deixou de ser premiada em 2002.
Ele também atuou em produções fora da publicidade, como o documentário “23 anos em 7 segundos – O fim do jejum corintiano”, rodado em 2008 junto com o diretor Di Moretti. O enredo aborda a conquista do título de campeão paulista pelo Corinthians, em 1977.
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