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Comunicação

Mirum e Netza são as melhores agências para trabalhar

Estudo do Great Place to Work avaliou grandes e médias agências do País, segundo a visão de seus colaboradores


4 de dezembro de 2017 - 8h26

Vista aérea da agência e equipe da Mirum; a melhor entre aquelas com mais de 100 colaboradores (Crédito: Divulgação)

Em sua 6ª edição, o estudo Melhores Agências de Comunicação para Trabalhar, feito pela Great Place to Work, consagra a curitibana Mirum, entre as grandes agências, e a paulistana Netza, entre as médias – as primeiras são as que têm mais de 100 funcionários, e o segundo grupo é composto por agências que possuem mínimo de 30 e máximo de 99 colaboradores.

Novamente, a adesão das agências responsáveis pelos maiores orçamentos de marketing do País ao estudo foi baixa (na pesquisa, os próprios funcionários avaliam o ambiente de trabalho sob diferentes aspectos). Participaram 58 empresas, representando 5.952 funcionários e 20 foram premiadas, dez de cada uma das duas categorias citadas (conheça as demais vencedoras no quadro abaixo). Carla Costa, líder de pesquisa da Great Place to Work, destaca o aumento da confiança dos colaboradores nas empresas e o investimento que estas fazem em formação de seus talentos. “Empresas oferecendo programas de coaching e mentoring, o que acontece, respectivamente, em 60% e 53% das vencedoras não era uma prática na primeira edição da pesquisa, por exemplo”, ressalta Carla.

Com 8% das menções, entre os fatores de permanência do colaborador na empresa Remuneração e Benefícios aparece apenas em quarto lugar, atrás de Oportunidade de crescimento (51%), Qualidade de Vida (22%) e Alinhamento de Valores (14%). Este último, embora em terceiro lugar faz com que 92% dos colaboradores sintam confiança na agência, contra 88% do primeiro fator, oportunidade de crescimento.

“As pessoas se orgulham de ter esse selo. Fazemos campanhas para empresas que estão tentando se tornar great places to work. Só que é um relatório que também mostra fraquezas de um mercado que tem um dia a dia muito duro – trabalha muito, com pouco prazo – e alguns têm medo de ouvir”, diz Fabiana Schaeffer, sócia-diretora da Netza.

O time da Netza: trabalho para tornar também os clientes “great places to work” (Crédito: Divulgação)

Já Guilherme Gomide, CEO da Mirum, não esconde o fato de este ter sido (e estar sendo) um ano cansativo, porque 30% de crescimento nos negócios da agência não vêm de graça. No entanto, as pessoas, mesmo cansadas, se sentem reconhecidas e felizes. “Em oito anos que fazemos parte do WPP, este está sendo o melhor para a agência e coincide com o índice de satisfação de nossos colaboradores”, afirma. Para Guilherme, ter saído da 10ª colocação na edição passada para a 1ª este ano é resultado de um mix de cultura e gestão que envolvem não apenas diretores e prezam pela proximidade e transparência entre todos os funcionários, assim como também por um programa robusto para tratar bem as pessoas (com questões que vão de alimentação  diferenciada até permitir quem queira cuidar da saúde ter personal trainer ou fazer aula de yoga).

Tanto ele quanto Fabiana também destacam a transparência e proximidade entre as pessoas como fatores principais de engajamento das equipes.  Na Netza, as pessoas não têm lugares fixos para trabalhar. Cada equipe se reúne de acordo com o projeto em que esteja trabalhando.

Para ajudar sua equipe – hoje entre 260 e 270 pessoas – a crescer, Guilherme ressalta a iniciativa, coordenada pelo RH da agência, de ter um programa constante de treinamento em relação a vários temas. Além disso, quando alguém faz um curso, no País ou no exterior, o conteúdo habitualmente é replicado aos colegas. Assim, muitos dos profissionais da Mirum que começaram como estagiários ou analistas fazem carreira na agência, o que inclui três de seus diretores. Propiciar conhecimento para todos também é algo que a Netza preza e de acordo com Fabiana Schaeffer é uma prática que tem sido responsável pelo turnover baixo na equipe, que tem pessoas com 12, 15 anos de casa. “Não existe um dia igual ao outro. Há sempre um desafio para quem queira fazer uma carreira”, diz a executiva.

Nesta edição da pesquisa em relação às anteriores, Carla Costa ressalta, ainda, como um dos pontos que tiveram melhoria a percepção sobre questões de discriminação social. Nas edições anteriores, as respostas deixavam o problema num meio termo e, desta vez, 98% dos respondentes disseram se sentir bem tratados independentemente de cor, raça, orientação sexual, sexo ou idade. O que não foi tão bem avaliado e pode entrar no radar das agências e seus planos de gestão, segundo a executiva da Great Place to Work, é a percepção de que as promoções não são dadas efetivamente a quem merece (opinião de 75% das pessoas). O favoritismo ainda estaria se sobrepondo à meritocracia.

 

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