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Olivetto: o pioneiro domador dos Leões de Cannes

Washington Olivetto foi a primeira grande estrela brasileira no mais importante festival de criatividade do mundo


13 de outubro de 2024 - 20h31

Primeira grande estrela brasileira no Festival Internacional de Criatividade de Cannes, Washington Olivetto morreu na tarde deste domingo, 13 de outubro, aos 73 anos.

Cannes impulsionou a carreira do jovem criativo no mercado brasileiro e ajudou a dar fama internacional ao profissional. Olivetto foi um dos brasileiros que desbravaram o evento nos anos 1970, contribuindo para chamar a atenção das agências locais, que, anos depois, fizeram do Brasil um dos principais concorrentes no festival.

O Festival Internacional de Criatividade de Cannes surgiu, em 1954, em Veneza, como um prêmio aos melhores filmes publicitários exibidos em cinemas antes dos longas-metragens. Mas foi somente no início dos anos 1970, quando já passava da 15ª edição, que o mercado publicitário brasileiro descobriu o evento. Os primeiros Leões foram conquistados em 1971.

Washington Olivetto concorreu pela primeira vez em 1972, quando tinha 20 anos, trabalhava na Lince Propaganda e conquistou um Leão de Bronze com o filme “O Pingo”, criado para Deca. “Fiquei em dúvida de quem tinha errado: eu ou o júri”, brincou Olivetto em entrevista ao Meio & Mensagem, anos depois. “Como eu tinha pouca idade e era iniciante na profissão, o prêmio chamou atenção e foi um pouco responsável pelo convite que recebi para ir para a DPZ”, relembrou ele.

Foi quando estava na DPZ, em 1975, que Olivetto escreveu o texto do filme que entrou para a história como o primeiro Leão de Ouro da publicidade brasileira em Cannes. “Homem com mais de 40 anos” é assinado pelo Conselho Nacional de Propaganda, que nasceu a partir de um anúncio veiculado em 1º de maio, Dia do Trabalho.

No ano seguinte, Olivetto conquistou outro Leão de Ouro, mas usando o pseudônimo George Remington (aproveitando o primeiro nome do ator George Hamilton, mas trocando o sobrenome pela marca das máquinas de escrever concorrentes da Olivetti). O comercial vencedor em 1976 foi “Homem frustrado”, criado para o Bamerindus pela house Umuarama e protagonizado por atriz Irene Ravache. O uso do pseudônimo deve-se ao fato de que Olivetto trabalhava na DPZ, que atendia a conta do banco Itaú. “O curioso é que Francesc Petit (sócio da DPZ) sabia e ficou orgulhoso com o prêmio. Contou para o pessoal do Itaú, que também não se importou e me deu os parabéns”, contou Olivetto. O convite para o trabalho freelancer partiu de Andrés Bukowinski, da ABA Filmes, diretor dos dois ganhadores dos primeiros Leões de Ouro brasileiros e um dos responsáveis pela popularização do Festival de Cannes no mercado brasileiro.

Em 1981, Olivetto ganhou novamente o Leão de Ouro em Cannes com a série “Adeus” e “Readmissão”, da DPZ e ABA Filmes, que mostrava a suposta saída e a volta triunfal do Garoto Bombril aos comerciais da marca.

O Festival de Cannes de 1987 premiou com Ouro um dos maiores clássicos da publicidade brasileira e da carreira de Olivetto: “Meu primeiro sutiã”, da W/ GGK e Espiral para Valisère, que emocionou ao mostrar as divertidas reações da garota vivida pela atriz Patrícia Lucchesi quando ganha o presente — quebrando o tabu da comunicação desse segmento e mostrando em rede nacional o momento mágico da transformação da menina em mulher.

Neste mesmo ano de 1987, a W/GGK conquistou um segundo Leão de Ouro com “Ginástica”, produzido pela Jodaf para o adoçante Assugrim.

A W/GGK, de Washington Olivetto, voltou no ano seguinte para conquistar um dos dois Ouros brasileiros de 1988, com um filme que também virou clássico: “Passeata”, para o jeans Staroup, produzido pela Jodaf.

Um dos Leões de Ouro de 1989 foi para o impactante “Hitler”, da W/GGK e ABA Filmes para a Folha de S. Paulo.

No ano 2000, o comercial “A semana”, da W/Brasil para a Editora Globo, disputou o Grand Prix contra o vencedor “Whatsapp”, de Budweiser.

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