Os bastidores da seleção dos empreendedores do Shark Tank
Rogério Farah, diretor do programa, e o tubarão João Appolinário, fundador da Polishop, revelam bastidores da seleção e investimento sobre negócios participantes
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Karina Balan Julio
17 de agosto de 2018 - 12h11
O reality show de empreendedorismo Shark Tank Brasil estreia sua terceira edição nesta sexta-feira, 17, no Canal Sony. Diferentemente de outros realities focados exclusivamente no entretenimento, o programa tem a responsabilidade de trazer para os pitches participantes que combinem o interesse midiático do programa ao potencial de negócios para os investidores. Nas duas primeiras edições, foram captados cerca de R$ 16, 5 milhões em investimentos para os participantes.
Baseado no reality japonês “Dragons’ Den”, o programa oferece a empreendedores de diferentes segmentos a chance de apresentar seus negócios a grandes investidores, na esperança de conseguir investimentos para colocar em prática seus planos de negócios. No Brasil, os jurados são Cristiana Arcangeli, empresária do segmento de moda, beleza e bem-estar; João Appolinário, fundador da Polishop; Robinson Shiba, criador da rede China In Box; a investidora Camila Farani; e Caito Maia, dono da Chilli Beans.
Doto: Divulgação
Para entender melhor como é o processo de seleção de empreendimentos do programa, conversamos com a equipe da Floresta Produções, produtora que realiza o reality em parceria com o Canal Sony, e com o jurado João Appolinário, para saber como é o contato dos participantes com os investidores.
Boas histórias versus Bons Negócios
Para selecionar as empresas participantes dos pitches desta edição do Shark Tank, a equipe da Sony e da Floresta entrevistou mais de 1800 empreendedores, dos quais foram escolhidos cerca de 645 para a triagem final. Rogério Farah, diretor do Shark Tank Brasil, afirma que a equipe tenta combinar boas histórias com bons negócios.
“Creio que 60% dos empreendimentos são bons negócios, empresas que têm bons números e planos de negócio bem definidos, por maior ou menor que sejam. Em alguns casos, prezamos mais pelas boas histórias e pela posição individual do empreendedor do que pelo negócio”, diz.
A ideia é identificar pontos fortes e fracos do empreendimento, mas também humanizar os participantes. “Às vezes eles encantam pelo que dizem e pelas histórias, e não necessariamente pelos números da empresa”, conta o diretor.
Fact checking de negócios
Além da triagem de inscritos pelo site da Sony, a equipe do Shark Tank também tem parcerias com instituições como SEBRAE, Instituto Empreender Endeavor e FIESP, que ajudam no casting ativo, pela identificação de negócios que estão ganhando visibilidade. As entidades também ajudam a verificar a documentação e dados técnicos enviados pelas empresas, para saber se estão dando lucro e se os resultados informados procedem.
João Appolinário, presidente da Polishiop, conta que depois de fechado o negócio durante o programa, os investidores têm um período de até seis meses para checar se as informações dadas durante o programa procedem ou não. “Considero que este cuidado do programa permite que os Sharks se sintam mais seguros para fazerem ofertas, por vezes milionárias, em apenas uma hora”, afirma.
A hora do pitch
“Pelo pouco tempo que temos, de mais ou menos 60 minutos com cada empreendedor, os critérios acabam, sim, sendo mais flexíveis. Não é possível se aprofundar em cada detalhe”, afirma João Appolinário, que diz já ter investido milhões de reais ao longo das duas últimas temporadas do programa. Mesmo com o tempo limitado, os critérios gerais são os mesmos: quem é o empreendedor; o quão bem preparado ele está e a viabilidade de seu negócio.
A equipe garante que os tubarões não têm contato algum com os empreendedores antes da gravação do pitch. “Não passamos briefings sobre quem vai entrar e nem informações prévias, é sempre uma surpresa para os investidores”, diz Rogério. O dinheiro investido vem realmente do bolso dos tubarões, e não de verbas de patrocínio. Quando o empreendedor pede um determinado valor para a execução de seu plano de negócio, os investidores também não são autorizados a negociar um valor menor pelas regras do programa – mas podem escolher investir mais, ou reduzir a sua participação sobre o negócio.
Empreendedorismo na TV
O diretor Rogério Farah afirma que, embora ainda não existe nenhum grande programa que combine entretenimento e empreendedorismo na TV aberta, o assunto desperta cada vez mais a atenção dos canais. “Todos os grandes canais estão tentando agregar o tema, ainda mais em um momento de alto desemprego no País, onde um dos primeiros caminhos que as pessoas cogitam quando recebem o FGTS é o de empreender”, argumenta.
Para ele, uma das funções do Shark Tank é a de formar público para este tipo de conteúdo e expor as pessoas a este tipo de discussão. “Às vezes, as pessoas acham que basta cozinhar bem para investir em um restaurante, mas não é bem assim, há um caminho enorme entre as duas coisas”, diz Rogério.
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