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Comunicação

Os locais de São Paulo que inspiram a criatividade

Avenida Paulista, Masp, 25 de março, na semana do aniversário da cidade, criativos apontam os lugares que aguçam os olhares e despertam ideias


24 de janeiro de 2018 - 15h20

Definir criatividade é algo subjetivo. Quando se analisa esse termo tendo como pano de fundo a mais populosa cidade da América Latina, a síntese do que seria algo criativo passa a ser algo ainda mais múltiplo e diverso. Com ruas e avenidas que abrigam as mais diferentes pessoas, empresas, culturas, cores, estilos e pensamentos, São Paulo, por concentrar o maior mercado publicitário do País, também é a fonte de inspiração de muitas das tendências, conceitos e modas que ganham as ruas, as redes sociais e os pensamentos de seus habitantes.

Para tentar entender quais pontos de São Paulo inspiram criatividade em quem vive com a missão de criar novas ideias para as marcas, a reportagem questionou alguns profissionais de criação a respeito dos locais paulistanos que despertam a criatividade. Tanto para os nascidos na capital paulista como para aqueles que adotaram a cidade como lar, são diversos os locais que imprimem uma sensação de inovação e criatividade. Para alguns, os maiores pontos de aglomeração da cidade são os locais mais inspiradores. Já para outros, a experiência e vivência em locais particulares traduzem a criatividade. Confira as opiniões:

Museus (MASP, MAM, MIS)

 

Museu de Arte de São Paulo, Masp (Crédito: Reprodução/Rubens Chiri/ Arquivo Alesp)


“São poucos os lugares no mundo que reúnem, como nossa cidade, ampla diversidade cultural, étnica, gastronômica, etc. Isso é resultado de múltiplos processos imigratórios ao longo dos seus 464 anos. Esse universo é o que mais me encanta e estimula minha criatividade. Os museus (Masp, MAM, MIS, Memorial da América Latina, além da variedade de shows e espetáculos de música, são alguns exemplos do que nossa cidade representa na pluralidade de assuntos e experiências do meu dia a dia”. – Renato Pereira, nascido em São Paulo, sócio e CCO da REF+

Centro

 

Praça da Sé, marco zero da cidade (Crédito: www.saopaulo.sp.gov.br)

“Desde a primeira vez que visitei São Paulo, o centro da cidade, como um todo, sempre me encantou. No Rio, o que inspira a gente são as beleza naturais, então, quando vim para São Paulo, automaticamente procurei inspiração em coisas que não são tão presentes lá. Toda a arquitetura Art Deco do centro de São Paulo, o mix de pessoas que circulam pela região, as intervenções urbanas que acontecem naturalmente. Tudo isso é incrível” – Marie Julie Gerbauld, nascida no Rio de Janeiro, diretora criativa da Publicis Brasil

 25 de março

 

Vista área do comércio popular da 25 de março (Crédito: Reprodução/Fotos Públicas)

“Morando aqui, minha cabeça ferve ou no excesso ou na escassez. No excesso da 25 de março, pegando no que é a vida real, vendo quais são os hits e o que consegue fazer mais barulho do que aquela gritaria (é uma surra no hipster que existe dentro de cada publicitário). E na escassez das cidadezinhas ao redor da cidade. O silêncio do mato ajuda a decantar o que mora dentro da gente e a ter mais clareza na hora de tomar decisões” – Leo Avila, nascido em Brasilia, vice-presidente de criação da Santa Clara

 

Horto/Tremembé

 

Horto Florestal (Crédito: Reprodução/www.saopaulo.sp.gov.br)


“São Paulo é o lugar onde morei mais tempo na vida. Completei, agora, 12 anos vivendo aqui. O que me inspira é o lugar que vivi quando garoto, que continua a ter um poder transformador sobre mim: a rua Carlos de Laet, número 7. Aquele lugar, apesar de que estar próximo da Serra da Cantareira que é muito bonita, me provocava medo. Ficava no fundo da fábrica de alto-falantes Bravox. Havia um córrego poluído no quintal e o mau-cheiro incomodava. Para um garoto que gostava de brincar e ler, aquele não era um ambiente favorável, apesar da solidariedade e amizade dos vizinhos que moravam ao lado. Pois bem: quando acho que estou sem inspiração ou achando que as coisas não estão indo bem, pego meu carro e volto para o Tremembé, as portas do Horto Florestal. E, como mágica, a energia volta, a criatividade aflora e as ideias aparecem.” – Flavio Waiteman, nascido em São José do Rio Preto, sócio e CEO da Tech and Soul

 

Churrasqueiras dos amigos

(Crédito: Reprodução)


“O lugar que me inspira são as churrasqueiras dos amigos. É nesses lugares que tenho a oportunidade de trocar ideias, referências, piadas, bobagens, pensamentos, gargalhadas com aquilo de mais rico que São Paulo me deu nos últimos 12 anos: os amigos. Sem dúvida, é um grande estímulo à criatividade” – Adriano Matos, nascido no Rio de Janeiro, diretor executivo de criação da Grey

 

Avenida Paulista

 

Aos domingos, Avenida Paulista é aberta aos pedestres e ciclistas (Crédito: Reprodução/Fotos Públicas)


“O lugar que mais me inspira, sem dúvida, é a Avenida Paulista. Acho que nenhum outro canto de São Paulo tem tanto a verve da cidade quanto ela. Tirando os lugares altos, como o Edifício Itália e o Edifício Martinelli, a Avenida Paulista é um dos raros locais da cidade que permitem ao olho ir longe: da Rua Consolação, quase se enxerga o Paraíso. É quase um respiro no meio do caos. Para mim, ter a Avenida Paulista é um privilégio e, ao mesmo tempo, uma necessidade. Nesse lugar que não para de se transformar – a semana tem uma proposta, no fim de semana outra. Mas todas elas são encantadoras – é aí que eu encontro a inspiração para me transformar também.”, – Ricardo Miller, nascido em São Paulo, redator da Cheil Brasil


Parque Villa Lobos e Vila Madalena

 

Parque Villa-Lobos (Crédito: Reprodução/www.saopaulo.sp.gov.br)

“Gosto de dar umas caminhadas no Villa Lobos e pela Vila Madalena para dar uma espairecida e também quando preciso pensar em coisas de trabalho. Também gosto de ir ao centro, aos finais de semana, para vivenciar um lado da cidade que a gente não vive direto e ajudar também a inspirar e ver outras realidades. – Carlos Fonseca, nascido em São Paulo, copresidente da Tribal Worldwide

 

Higienópolis

 

Parque Buenos Aires, em Higienópolis (Crédito: Fotos Públicas)


“Fui entender o poder inspirador da arquitetura quando mudei para São Paulo, há pouco mais de um ano. Apesar de ter procurado apartamento em Pinheiros, a sorte me fez parar em Higienópolis, mais especificamente no edifício Cinderela. Viver em uma obra de Artacho Jurado – que não era arquiteto de formação – me inspira muito. As colunas cor de rosa, o terraço que parece um cenário futurista antigo. Pelo bairro, ando a pé olhando para o alto e tem um prédio incrível a cada quarteirão. No parque Buenos Aires, onde levo meus cachorros, esqueço do celular e um pouco da vida.” – Larissa Magrisso, nascida em Porto Alegre, vice-presidente de criação e conteúdo da W3Haus

 

 

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