Pela primeira vez, Google passa a classificar agências de publicidade

Renan Honorato
8 de março de 2023 - 16h38

Na última terça-feira, 7, Google fez o lançamento do índice de maturidade das agências que irá servir de classificação na plataforma (Crédito: Shutterstock)

Com exclusividade no Brasil, a Google lança serviços de consultoria para agências que buscam aumentar o índice de maturidade digital na plataforma. O gMaturity foi desenvolvido pela empresa nos últimos dois anos e pretende categorizar as empresas de marketing em quatro níveis de desenvolvimento, integração e usabilidade tecnológica, sobretudo, em relação ao uso de inteligência artificial (IA) no cotidiano operacional.

Os estágios de integração digital são: Nascente, Emergente, Conectado e Multimomento. “Pelo levantamento que fizemos, concluímos que não há nenhuma agência aqui no Brasil que esteja no último estágio”, explica a diretora de agências do Google no Brasil, Aline Moda. Foram analisadas cerca de 30 agências, nesse primeiro momento, e os resultados foram: 88% delas estão nos estágios iniciais do índice (48% Nascentes e 39% Emergentes) e 12% como Conectadas. “Nosso objetivo é que até o final do ano tenhamos ao menos uma agência no último grau do índice”, ressalta.

Segundo ela, o buscador quer levar a IA para dentro das agências e, assim, deixar que executivo remaneje com maior eficiência a mão-de-obra humana em outros seguimentos no setor. “Não queremos tirar o emprego dos colaboradores, queremos que as agências coloquem essas pessoas em áreas que permitam o trabalho conjunto com ferramentas de IA poupando tempo e aumentando o lucro”, frisa.

De acordo com levantamento feito pelo Boston Consulting Group, a pedido do Google, empresas no último dos quatro estágios podem ter aumento de 20% nas receitas geradas e redução de 30% nos custos associados às campanhas de marketing.

O gMaturity utiliza de 40 critérios para elencar as agências nos respectivos estágios de digitalização, mesmo assim, podem ser classificas em quatro pilares principais.

> A capacitação das equipes envolve a expertise das equipes das agências em utilizar das ferramentas operacionais disponíveis do Google;

> A adoção de tecnologias inovadoras no processo de criativo e na extração de insights;

> A utilização de inteligência artificial na produção, criação e divulgação das peças, inclusive, na compra de espaço;

> As ferramentas criativas abarcam o processo de criação das peças, mas também na busca de novas tecnologias para otimizar esse processo.

Classificação do Google

No evento, que reuniu profissionais de 43 agências no salão do Blue Note, bistrô especializado em jazz no topo do Conjunto Nacional em São Paulo, os porta-vozes do Google explicaram às 180 pessoas como quais foram os resultados desse experimento.

Em entrevista exclusiva ao Meio&Mensagem, Aline Moda disse que as agências que estão em diferentes estágios no gMaturity terão resultados e impactos diferentes. “Esse é um serviço que iremos oferecer de modo escalonado e personalizado para cada empresa”, comenta.

Segundo a executiva, a escolha do Brasil – além do país estar no top três no uso das plataformas da empresa – acontece pela característica orgânica do mercado publicitário. “Diferente de outros países, as agências aqui possuem muita autonomia e acabam sendo responsáveis pelas vária etapas do processo de criação e planejamento, e isso permite que o nós, o Google, possamos aconselhar a partir da visão global”, explica. O acompanhamento das agências que toparem o desafio será feito durante os trimestres de 2023

O primeiro Think Agency do Google foi feito em 2014, porém, com as demandas crescentes do setor, a empresa focou esforços em abarcar as peculiaridades no setor. Além da Aline Moda, estavam presentes no palco o CEO do Google no Brasil, Fábio Coelho; a behavior intelligence evangelist, Aline Prado; e Terry Young, CEO da Sparks & Honey. Esse foi o primeiro Think do ano, mas, ainda em março, haverá mais três eventos entre os dias 20 e 31.

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