Eduardo Axelrud
11 de outubro de 2011 - 10h06
Resisti o máximo que deu. Mas no último sábado cedi aos apelos da minha filha de 8 anos e fomos com toda a família ao cinema assistir ao filme dos Smurfs.
Porque tanta resistência? – pergunta o amável e curioso leitor. Também não sei direito, mas talvez seja porque eu curtia muito os pequenos duendes azuis na infância, quando saiam no Brasil naquele formatão “Asterix” e também nos gibis da Editora Vecchi, com o mais correto nome de “Strunfs” – porque vinham do original, Schtroumpfs. Os quadrinhos eram belgas, à exemplo de tantas outras coisas que se lia na época (como o imbatível Tintim), escritos e desenhados pelo Peyo. As histórias eram as mesmas, só que os personagens strunfavam em vez de smurfar.
Foi no início dos anos 80 que os Estúdios Hannah Barbera importaram os personagens e americanizaram o nome. Papai Strunf virou Papai Smurf, a Strunfete virou Smurfete e eu, já sem idade para assistir desenhos na TV, fiquei muito decepcionado com essa heresia em cima de uma herança cultural da humanidade. Ou pelo menos da minha infância.
Mas voltando para 2011, eis que descubro que o filme é muito bom. Divertido, espirituoso e com um grande acerto: trazer os Smurfs para Nova Iorque – o que dá ritmo ao filme e permite as situações mais hilárias (incluindo uma surpreendente e inesperada homenagem ao mestre Peyo e aos Strunfs).
E aí vem o que eu queria trazer aqui. “Smurfs” deve ser um dos filmes com maior quantidade de Product Placement que eu vi ultimamente. Sim, estou falando do popular “merchan”, que acontece praticamente a cada cena dos duendezinhos em Nova Iorque.
Só que todas essas inserções de marcas e produtos estão totalmente integradas ao roteiro, ao enredo e aos personagens. Nas duas vezes em que os Smurfs caem em cima de taxis, vemos escancaradas mensagens publicitárias. Mas uma delas é do show dos Blue Men, e a outra é do aparelho Blu-Ray – o que acaba configurando duas das boas piadas do filme em cima da cor dos Smurfs.
Outra cena memorável acontece dentro de uma loja de brinquedos (que é a FAO Schwarz), onde um dos Smurfs se apaixona por um boneco gigante de M&M’s – o que é também muito engraçado.
E assim vai, de merchan em merchan, todos eles com total sentido dentro da história, gerando puro entretenimento e rendendo alguns dos melhores momentos da sessão.
Moral da história: Fui strunfar um filme que não queria ver e acabei smurfando um belo exemplo de marketing bem feito.
Eduardo Axelrud é diretor nacional de criação da Escala
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