Profissionais PJ de mídias sociais relatam situação de “falsa CLT”
Em 2018, profissionais CLT se mostraram os mais insatisfeitos com sua remuneração, enquanto PJs desejam mais transparência dos empregadores
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Karina Balan Julio
20 de dezembro de 2018 - 8h00
Profissionais de inteligência e mídias sociais são, em sua maioria, mulheres, brancos e com idade entre 26 e 33 anos. Além disso, possuem um rendimento médio mensal entre quatro e dez salários mínimos ao mês – com uma média de rendimento de R$ 5.151, 00. A maioria está contratada sob o vínculo CLT, mas mais de 20% são Pessoas Jurídicas.
Os dados são da pesquisa “O profissional de Inteligência e Mídias Sociais no Brasil”, que mapeia o perfil dos profissionais da área no País. A pesquisa, em sua oitava edição, contou com 238 respondentes de 20 estados. A pesquisa foi realizada através de um questionário online, conduzida entre agosto e outubro por Pedro Barreto, pesquisador de inteligência digital da consultoria Vert.
O estudo constatou que os profissionais CLT são os mais insatisfeitos com sua remuneração. Cerca de 71% desta categoria recebem entre 2 e 10 salários mínimos mensalmente. As maiores faixas salariais, por sua vez, estão em posições PJ: 78% dos profissionais Pessoas Jurídica ganham entre 4 e 20 salários mínimos.
“As posições de confiança e alta gerência, com altos salários, costumam ser PJ, enquanto as posições de entrada, para profissionais com menos experiência, costumam ser CLT”, justifica Pedro Barreto.
A maioria dos profissionais PJ consultados pela pesquisa, no entanto, consideram estar em uma situação de “falsa CLT”. Eles declaram em sua maioria estar em cargos fixos, com responsabilidades de profissionais CLT, mas sem a mesma estabilidade e benefícios. Quando questionados sobre o trabalho enquanto PJs, os profissionais apontaram que o desafio para esta categoria é conseguir relações mais transparentes e formalizar o relacionamento com empregadores.
“Muitos profissionais PJ se enquadram neste vínculo por uma condição do empregador. Independentemente do nível de experiência, eles geralmente não optam por este formato de contratação”, acrescenta Pedro.
De acordo com o levantamento, um em cada quatro profissionais PJ são colaboradores freelancers e apenas 8% são proprietários ou fundadores de empresas. Ainda, 8% não possuem CNPJ, mas continuam atuando como prestadores de serviços.
Somando-se profissionais PJ e CLT, 49% têm entre 26 a 33 anos. Cerca de 56% são mulheres e 64% são brancos – 10% são negros e 7% são orientais.
Questão de gênero
Embora sejam maioria, mulheres da área de inteligência e mídias sociais muitas vezes ganham menos do que homens na mesma função. Homens ganham mais justamente em cargos mais altos, como diretores e supervisores – onde a faixa salarial máxima é de cerca de 20 salários mínimos ao mês. Entre analistas e coordenadores com menos experiência, homens também ganham mais.
A ampla terceirização afetará a comunicação?
Em cargos de média gerência e coordenação, por sua vez, mulheres mostraram rendimento superior a homens. Do total da amostra, 11% das mulheres ganham mais do que homens.
“Em geral, há mais mulheres que ganham mais do que homens dentro da amostra. Contudo, os homens continuam ocupando os cargos mais altos, com maiores salários”, argumenta Pedro.
Atividades
Atividades de visualização de dados e SAC ganharam destaque na rotina de profissionais de mídias sociais no último ano. Estas atividades subiram, respectivamente, para a quarta e quinta posição no ranking de funções que mais demandam tempo destes profissionais. Em primeiro lugar como atividades que demandam mais tempo, estão planejamento, execução e análise quantitativa de mídias sociais.
Para Pedro, o crescimento da visualização de dados e SAC tem a ver com o amadurecimento do mercado em relação à gestão de dados.
“Saímos de um momento de encantamento pelo potencial de coleta de dados para um momento de maior aplicação dos insights. Além disso, o ano de 2018 foi importante para a área de SAC, pois vimos vários momentos de crise de imagem das marcas, que fizeram com que a área ficasse mais relevante”, explica.
Ferramentas
A dinâmica de gestão de dados das empresas também impacta a escolha dos profissionais de social media por ferramentas digitais. Do ano passado para cá, a Stilingue permanece como a ferramenta mais relevante entre os participantes da pesquisa, seguida de Google Analytics, Facebook Analytics e Scup.
“O ano de 2018 foi importante no que tange a políticas de regulamentação de dados pessoais. Desde a implementação da GDPR europeu em maio, muitas empresas têm mudado suas APIs e a entrega de ferramentas. Por isso, profissionais procuram por softwares que consigam integrar dados e respeitar as novas limitações de utilização de dados”, conta Pedro.
A segunda geração de redes sociais
Quando questionados sobre os principais desafios junto aos clientes, participantes da pesquisa indicaram a aplicação de insights, prazos de entrega, aceitação de público-alvo, aprovação orçamentária e justificação de ROI (listados nesta ordem de importância).
A pesquisa também indica a percepção dos participantes sobre conteúdos e profissionais de referência, sua visão sobre treinamentos e perfil de formação. A pesquisa pode ser acessada na íntegra através deste link.
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