Quantas vezes os homens interrompem as mulheres?
BETC lança aplicativo para provocar um debate sobre uma das formas de opressão feminina
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Bárbara Sacchitiello
6 de março de 2017 - 10h05
Quantas vezes as falas de mulheres são interrompidas por vozes masculinas? A copresidente da Havas Creative e da BETC Brasil, Gal Barradas, acredita que a quantidade é maior do que as pessoas imaginam. “Esse é um tipo de violência que não ganha tanto a atenção das pessoas, mas é um problema muito grande. O ato de interromper uma mulher gera uma opressão à sua opinião e sua expressão e pode ser o primeiro passo para desencadear outras violências maiores”, acredita a executiva.
Para não ficar apenas na impressão, Gal decidiu tentar quantificar essas interrupções masculinas. Para isso, incumbiu a sua agência- a BETC Brasil- o desenvolvimento de um aplicativo que fosse capaz de, por meio de identificação de vozes, determinar o percentual de interrupções masculinas nas falas das mulheres em determinado espaço desse tempo.
Dessa forma nasceu o Women Interrupting, aplicativo lançado na semana em que o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher. “Como agência de publicidade e empresa do setor de comunicação, é nosso dever não ficar apenas no debate e propor soluções práticas para que as pessoas reflitam sobre as diversões opressões as quais as mulheres ainda sao submetidas”, explica Gal.
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A ideia de quantificar as interrupções masculinas se intensificou após algumas análises da campanha eleitoral norte-americana. Segundo Gal, o comportamento do ainda candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, nas ocasiões em que debateu com a democrata Hillary Clinton – e, por diversas vezes, interrompeu as falas da oponente – exemplificam uma situação que ocorre diariamente, em todo o mundo, independente de condições sociais e culturais.
A sugestão da BETC é que as mulheres utilizem o aplicativo em reuniões, debates e outros momentos de conversas em grupo. Segundo ela, o Man Interrupting não tem a proposta de criticar os homens, mas sim de convida-los a refletir sobre seus comportamentos. “Alguns hábitos se tornam tão naturais no cotidiano que nem pensamos nos motivos pelos quais os seguimos. A partir do momento em que as mulheres tiverem um percentual que prove que suas opiniões e ideias são interrompidas, muitas poderão refletir e tentar se comportar de forma diferente “, espera a copresidente da BETC.
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