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Comunicação

Quem seria o sucessor de Martin Sorrell?

Indústria questiona quem seria um possível substituto para o CEO do WPP; investidores reclamam que o grupo não é claro sobre plano de sucessão


6 de abril de 2018 - 15h40

Nas horas seguintes à confirmação do WPP sobre a investigação a Sorrell, o mercado começou a levantar questões sobre quem poderia substituí-lo, caso ele saia, e de que forma a notícia afetaria ainda mais a holding.

“Não há pessoa alguma que se possa apontar e dizer, bem, essa é a pessoa certa”, diz Brian Wieser, analista da Pivotal Research. No curto prazo, Wieser diz que tantos líderes estão envolvidos com os clientes que a saída de Sorrell não impactaria muito os negócios do dia a dia. “Acho que é realmente no nível estratégico e no nível de trazer assets para que a companhia trabalhe unida, são nesses pontos que se notaria a diferença”, afirma.

Embora a holding tenha muitos talentos, o analista observa que frente a necessidade de mudanças estratégicas mais amplas, existem chances de o novo líder enfrentar dificuldades para executar tais tarefas. “Claro, esse risco existe somente porque o número dois não foi identificado”.

Para Karen Brenner, professora da Leonard N. Stern School of Business, da NYU, Sorrell não é insubstituível por ser o fundador e responsável por catapultar o WPP ao posto de maior holding do mundo. “Pense nas empresas que têm CEOs icônicos que são intimamente associados à companhia”, diz.

As pessoas acham que essas corporações sofrerão sem aquele CEO, acrescenta ela, citando o exemplo do Steve Jobs e da Apple. “Não é surpresa que a empresa tinha talentos mais do que capazes e iria continuar a crescer. Ele pode ser a face pública da companhia, mas uma pessoa não comanda uma organização sozinha”.

Em entrevista ao Financial Times, David Ragan, gerente de portfólio da Mawer Investment Management, disse que o conselho parece estar agindo da forma correta com a investigação e solicitou que que a empresa demita Sorrell caso as acusações venham a ser comprovadas. Ele disse, ainda, que a holding deveria ser mais transparente com os investidores sobre seus planos de sucessão.

O WPP diz ter um plano de sucessão a postos caso o CEO deixe o cargo, e que vários candidatos internos foram apontados como possíveis substitutos. No entanto, a companhia não fez pesquisa externa porque Sorrell não manifestou um prazo para sua saída do grupo, afirmou um porta-voz do WPP ao Financial Times.

Roberto Quarta, chairman do WPP, solicitou aos CEOs globais do grupo que apresentassem aos clientes e aos funcionários uma mensagem que transmitisse que “os negócios devem continuar”. “Nosso trabalho para os clientes não foi afetado e continua sem interrupções”, declarou Quarta.

Com informações do Advertising Age

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