Sadoun, do Publicis Groupe, diz que acordo entre Omnicom e IPG é positivo
Líder da holding francesa, contudo, pontua que as duas companhias terão um longo processo de integração
Sadoun, do Publicis Groupe, diz que acordo entre Omnicom e IPG é positivo
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Meio & Mensagem
13 de dezembro de 2024 - 6h00
Do Ad Age
No já tradicional vídeo que grava todo final de ano para seus funcionários, o chairman e CEO do Publicis Groupe, Arthur Sadoun, classificou a compra do Interpublic Group of Cos. (IPG) pelo Omnicom como algo positivo para a indústria e disse que o acordo, previsto para ser concluído em 2025, será “muito divertido”.
Se for aprovada pelos órgãos regulatórios, a fusão entre Omnicom e IPG resultará na maior holding de publicidade do mundo: somadas, as receitas das companhias em 2023 chegam a R$ 25,6 bilhões.
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O WPP, que tem sustentado o título de maior holding de comunicação e publicação do mundo por anos, reportou uma receita de US$ 15 bilhões no ano passado, enquanto a do Publicis Groupe foi de US$ 14 bilhões.
“Espero que estejam curtindo ser o número um, mas não se acostumem com isso, porque pode não durar além de 2025… de qualquer forma, acho que isso é positivo para a indústria, no geral”, comentou Sadoun, no vídeo, se referindo ao fato de Omnicom e IPG estarem formando a maior holding do mundo.
Sadoun reiterou aquilo que muitas pessoas da indústria estão dizendo sobre a negociação: a integração entre as duas gigantes poderia representar uma distração para ambas as companhias. Também comentou que espera que a integração seja longa, citando uma experiência pessoal – a tentativa de fusão entre Omnicom e Publicis, que chegou a ser anunciada em 2013, mas foi abortada no ano seguinte.
“Do nosso lado, a transformação está atrás de nós. O que investimos em dados e tecnologia na última década foi praticamente o que o Omnicom pegou pelo IPG de uma única vez”, declarou. “Mais do que nunca, devemos focar em nossos clientes, pois estão contando com a nossa parceria para crescer. É nosso trabalho levá-los até lá”.
O CEO do Publicis Groupe encerrou o vídeo dizendo que sempre respeitou o CEO do Omnicom Group, John Wren e o do IPG, Phillipe Krakowsky. “Não apenas porque um deles foi meu chefe 20 anos atrás, e o outro fala francês muito bem. Vou deixar vocês adivinharem qual deles é cada um”, brincou.
Sadoun fundou a agência Z Group, que foi vendida à rede BBDO, do Omnicom, em 1997, e também passou um tempo na TBWA, do Omnicom. E Krakowsky realmente fala francês muito bem.
O chairman e CEO da Stagwell, Mark Penn, também comentou sobre a megafusão em um post no LinkedIn nessa quarta-feira, 11, mas não estava tão otimista quanto o líder do Publicis Groupe. Ele também destacou que a integração deve ser difícil e que, no geral, não acredita que haverá muitos benefícios.
“Estou me esforçando para ver o benefício para as companhias envolvidos, para a indústria ou para os clientes que eles atendem”, escreveu Penn em seu post, também pontuando as milhares de pessoas que provavelmente serão demitidas no resultado da fusão, caso ela seja aprovada.
“No fim das contas: há algo que uma companhia de US$ 26 bilhões possa fazer que uma companhia de US$ 13 bilhões não possa? Na verdade, a tecnologia está facilitando que o menor seja maior, pois a IA permite que as agências façam mais com menos”.
No último dia 4, em seu tradicional vídeo de fim de ano, o Publicis Groupe trouxe o rapper Snoop Dogg, que concedeu à holding uma medalha de ouro pelo seu desempenho de 2024, junto da seguinte declaração: “Americanos, britânicos e franceses têm competido para ver qual holding é a ‘Top Dogg’. E, neste ano, a Publicis ultrapassou todos eles.”
Em junho, Sadoun disse ao Ad Age que acreditava que a Publicis estava perto de alcançar e, talvez, ultrapassar o WPP em termos de receitas até o fim do ano. Ainda que ele consiga o feito, a holding ainda não ultrapassaria o Omnicom-IPG, caso o acordo realmente seja fechado no segundo semestre de 2025, de acordo com as expectativas.
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