Shonda Rhimes descreve parceria com Dove
"A ideia de que foi revolucionário retratar mulheres como mulheres reais é chocante para mim", diz Shonda Rhimes sobre a repercussão de seus trabalhos ao Ad Age
"A ideia de que foi revolucionário retratar mulheres como mulheres reais é chocante para mim", diz Shonda Rhimes sobre a repercussão de seus trabalhos ao Ad Age
(*) Por Jack Neff, do Advertising Age
Shonda Rimes debutou sua primeira produção de comercial na semana passada com um vídeo para a marca Dove.
É claro que ela tem seu nome creditado aos trabalhos como roteirista e produtora das séries de sucesso Grey’s Anatomy, Scandal e mais. Mas, em entrevista ao portal Ad Age, ela diz que sua colaboração com a Unilever para o filme “Real Beauty Productions” (“Produções da Real Beleza”, em tradução livre) não pareceu a produção de um comercial e sim um pouco diferente do seu trabalho do dia-a-dia.
O projeto teve início em março, com a solicitação de histórias sobre beleza e auto-estima de mulheres ao redor do mundo. O primeiro vídeo estrela Catherine Meredith, que criou o programa semanal “Fat Girls Dance” (“Garotas Gordas Dançam”, em tradução livre) veiculado nas redes sociais desde o ano passado.
Na verdade, esse não foi o primeiro passo de Shonda no marketing. Ela diz que seu primeiro emprego foi em uma agência (da qual ela não recorda o nome) na cidade de São Francisco. Ela também explica o porque ela está trabalhando com a Dove, mas não se inclui numa missão para melhorar o modo de retratar as mulheres na cultura popular, mesmo se muitas pessoas pensem que esse é seu trabalho.
Por que você decidiu trabalhar com a Dove?
Eu não empreendo em muitas coisas. O projeto pareceu algo natural, feito na medida para mim, não como se eu estivesse fazendo um trabalho ou qualquer coisa. A ideia que eles [a Unilever] têm de celebrar as mulheres em todas as suas formas e emponderar as mulheres e redefinir o conceito de beleza pareceu em sintonia, não só com o modo que eu levo minha vida, mas como eu faço o meu trabalho. Foi um sentimento bom.
Em que a produção da campanha difere do seu trabalho diário?
É completamente diferente. Por exemplo, a primeira pessoa com quem trabalhamos, Catheleen Meredith, ela é uma pessoa real. Não há ficção envolvida, o que, tenho que dizer, é novo e muito divertido de um jeito esquisito, porque você está tentando descobrir um jeito da pessoa melhorar a sua história e ser ela mesmo vs. criar histórias. A beleza do “Real Beauty” é que você não está criando alguém, você está dando destaque a elas. E eu tive a oportunidade de conhecer essas pessoas incríveis enquanto fiz isso.
Por que você escolheu a Cathleen?
Ela é bem impressionante. Ela criou esse grupo de mulheres chamado “Fat Girls Dance” (“Garotas Gordas Dançam”, em tradução livre). E ela disse “nós vamos colocar um novo vídeo toda semana e colocar online e fazer tudo de uma só vez. E tudo vai ser sobre dança”. E elas estavam fazendo um vídeo com uma coreografia hardcore que eu certamente não poderia fazer. Assistir ela não só me fez querer levantar do meu sofá e dançar, e fazer todos que eu conheço saírem dos seus sofás e dançarem, mas também foi inspirador ver o espirito dela e ter conhecimento claro de que ela era incrivelmente especial e sabia que ela estava linda e brilhando naqueles vídeos. [Ela] incentivou garotas gordas dançarem ao redor do mundo. Eu acho que tem um grupo na Polônia agora. Então, isso virou um tipo de movimento.
Quantos inscritos você ganhou, e qual é o seu papel? Você tem ajuda para escolher as mulheres da campanha?
Tem milhares, ou eu acho que talvez tenha milhões agora. Então, definitivamente muita ajuda. Eu posso ver os 10 ou 20 finalistas e escolho assistir aqueles e decidir por ai. Nós todos conversamos bem claramente sobre o que nós acreditamos que é o critério. Eu não sei o que eu estou procurando. Eu só busco pessoas que parecem particularmente especiais em como eles pensam que sua beleza brilha e como eles acham que sua beleza deveria ser definida. E eu quero ser surpreendida por quem essas pessoas são. Eu não quero ter uma noção pré-concebida.
“Eu só busco pessoas que parecem particularmente especiais em como eles pensam que sua beleza brilha e como eles acham que sua beleza deveria ser definida”, diz a roteirista sobre a seleção de personagens para a campanha
Você é quem toma a decisão final ou ela é feita com colaboração da Dove?
É uma colaboração. Nós temos conversas ótimas sobre tudo, desde sobre como nós queremos que o stoytelling seja até quem estamos escolhendo e como queremos que o produto final se pareça. Está sendo uma experiência ótima para mim em um jeito que nunca tive antes. É um processo bem diferente.
Parece como a produção de um comercial?
O que é interessante é que não parece como a produção de um comercial. Meu primeiro emprego quando saí da faculdade foi trabalhando como uma recepcionista e, em seguida, como uma gerente júnior de projetos em uma agência em São Francisco. E isso não parece nada como aquilo, no sentido de que a Dove não espera que eu venda um produto. E certamente não precisa ser como produtos onde primeiro eles precisam te fazer mal e, então, dizem como eles vão de ajudar. Eles só estão celebrando essas mulheres. Não parece que estamos fazendo um comercial tanto é que estamos contando a história de Cathleen. Isso parece bem pessoal e muito semelhante a um documentário.
Qual foi a agência em São Francisco?
Você sabe, pessoas me perguntam isso para mim o tempo todo, e eu não consigo lembrar. Eu devia voltar e procurar em algum momento. Foi um trabalho bem pequeno, e eu realmente gostei dele. Mas eu entrei na escola de filmagem, e então saí.
Alguma vez você já pensou em voltar para a indústria de publicidade?
Não. Isso pareceu uma chance bem especial de fazer alguma coisa interessante e dar voz a essas narrativas sobre mulheres. Eu tenho uma filha de 14 anos e eu quero que ela cresça percebendo que todo tipo de beleza é válio e toda definição está certa, desde que seja definida pela própria pessoa.
A Associação de Anunciantes Nacional dos Estados Unidos tem uma iniciativa chamada “#SeeHer” para melhorar a representação das mulheres na propaganda. Seu trabalho é regularmente considerado por eles um exemplo positivo. Pessoalmente, você vê isso como parte da sua missão?
Isso não começou para mim como um objetivo de querer melhorar o retrato de mulheres e meninas. Eu só estava escrevendo mulheres como eu as conheço. Isso é como as mulheres são. E a ideia de que foi revolucionário retratar mulheres como mulheres reais é chocante para mim. Então, para mim, isso não é uma missão. É o único jeito de retratar mulheres que eu conheço.
Traduzido por Thaís Monteiro
Primeiro filme da série
(*) Por Jack Neff, do Advertising Age
Shonda Rimes debutou sua primeira produção de comercial na semana passada com um vídeo para a marca Dove.
É claro que ela tem seu nome creditado aos trabalhos como roteirista e produtora das séries de sucesso Grey’s Anatomy, Scandal e mais. Mas, em entrevista ao portal Ad Age, ela diz que sua colaboração com a Unilever para o filme “Real Beauty Productions” (“Produções da Real Beleza”, em tradução livre) não pareceu a produção de um comercial e sim um pouco diferente do seu trabalho do dia-a-dia.
O projeto teve início em março, com a solicitação de histórias sobre beleza e auto-estima de mulheres ao redor do mundo. O primeiro vídeo estrela Catherine Meredith, que criou o programa semanal “Fat Girls Dance” (“Garotas Gordas Dançam”, em tradução livre) veiculado nas redes sociais desde o ano passado.
Na verdade, esse não foi o primeiro passo de Shonda no marketing. Ela diz que seu primeiro emprego foi em uma agência (da qual ela não recorda o nome) na cidade de São Francisco. Ela também explica o porque ela está trabalhando com a Dove, mas não se inclui numa missão para melhorar o modo de retratar as mulheres na cultura popular, mesmo se muitas pessoas pensem que esse é seu trabalho.
Por que você decidiu trabalhar com a Dove?
Eu não empreendo em muitas coisas. O projeto pareceu algo natural, feito na medida para mim, não como se eu estivesse fazendo um trabalho ou qualquer coisa. A ideia que eles [a Unilever] têm de celebrar as mulheres em todas as suas formas e emponderar as mulheres e redefinir o conceito de beleza pareceu em sintonia, não só com o modo que eu levo minha vida, mas como eu faço o meu trabalho. Foi um sentimento bom.
Em que a produção da campanha difere do seu trabalho diário?
É completamente diferente. Por exemplo, a primeira pessoa com quem trabalhamos, Catheleen Meredith, ela é uma pessoa real. Não há ficção envolvida, o que, tenho que dizer, é novo e muito divertido de um jeito esquisito, porque você está tentando descobrir um jeito da pessoa melhorar a sua história e ser ela mesmo vs. criar histórias. A beleza do “Real Beauty” é que você não está criando alguém, você está dando destaque a elas. E eu tive a oportunidade de conhecer essas pessoas incríveis enquanto fiz isso.
Por que você escolheu a Cathleen?
Ela é bem impressionante. Ela criou esse grupo de mulheres chamado “Fat Girls Dance” (“Garotas Gordas Dançam”, em tradução livre). E ela disse “nós vamos colocar um novo vídeo toda semana e colocar online e fazer tudo de uma só vez. E tudo vai ser sobre dança”. E elas estavam fazendo um vídeo com uma coreografia hardcore que eu certamente não poderia fazer. Assistir ela não só me fez querer levantar do meu sofá e dançar, e fazer todos que eu conheço saírem dos seus sofás e dançarem, mas também foi inspirador ver o espirito dela e ter conhecimento claro de que ela era incrivelmente especial e sabia que ela estava linda e brilhando naqueles vídeos. [Ela] incentivou garotas gordas dançarem ao redor do mundo. Eu acho que tem um grupo na Polônia agora. Então, isso virou um tipo de movimento.
Quantos inscritos você ganhou, e qual é o seu papel? Você tem ajuda para escolher as mulheres da campanha?
Tem milhares, ou eu acho que talvez tenha milhões agora. Então, definitivamente muita ajuda. Eu posso ver os 10 ou 20 finalistas e escolho assistir aqueles e decidir por ai. Nós todos conversamos bem claramente sobre o que nós acreditamos que é o critério. Eu não sei o que eu estou procurando. Eu só busco pessoas que parecem particularmente especiais em como eles pensam que sua beleza brilha e como eles acham que sua beleza deveria ser definida. E eu quero ser surpreendida por quem essas pessoas são. Eu não quero ter uma noção pré-concebida.
“Eu só busco pessoas que parecem particularmente especiais em como eles pensam que sua beleza brilha e como eles acham que sua beleza deveria ser definida”, diz a roteirista sobre a seleção de personagens para a campanha
Você é quem toma a decisão final ou ela é feita com colaboração da Dove?
É uma colaboração. Nós temos conversas ótimas sobre tudo, desde sobre como nós queremos que o stoytelling seja até quem estamos escolhendo e como queremos que o produto final se pareça. Está sendo uma experiência ótima para mim em um jeito que nunca tive antes. É um processo bem diferente.
Parece como a produção de um comercial?
O que é interessante é que não parece como a produção de um comercial. Meu primeiro emprego quando saí da faculdade foi trabalhando como uma recepcionista e, em seguida, como uma gerente júnior de projetos em uma agência em São Francisco. E isso não parece nada como aquilo, no sentido de que a Dove não espera que eu venda um produto. E certamente não precisa ser como produtos onde primeiro eles precisam te fazer mal e, então, dizem como eles vão de ajudar. Eles só estão celebrando essas mulheres. Não parece que estamos fazendo um comercial tanto é que estamos contando a história de Cathleen. Isso parece bem pessoal e muito semelhante a um documentário.
Qual foi a agência em São Francisco?
Você sabe, pessoas me perguntam isso para mim o tempo todo, e eu não consigo lembrar. Eu devia voltar e procurar em algum momento. Foi um trabalho bem pequeno, e eu realmente gostei dele. Mas eu entrei na escola de filmagem, e então saí.
Alguma vez você já pensou em voltar para a indústria de publicidade?
Não. Isso pareceu uma chance bem especial de fazer alguma coisa interessante e dar voz a essas narrativas sobre mulheres. Eu tenho uma filha de 14 anos e eu quero que ela cresça percebendo que todo tipo de beleza é válio e toda definição está certa, desde que seja definida pela própria pessoa.
A Associação de Anunciantes Nacional dos Estados Unidos tem uma iniciativa chamada “#SeeHer” para melhorar a representação das mulheres na propaganda. Seu trabalho é regularmente considerado por eles um exemplo positivo. Pessoalmente, você vê isso como parte da sua missão?
Isso não começou para mim como um objetivo de querer melhorar o retrato de mulheres e meninas. Eu só estava escrevendo mulheres como eu as conheço. Isso é como as mulheres são. E a ideia de que foi revolucionário retratar mulheres como mulheres reais é chocante para mim. Então, para mim, isso não é uma missão. É o único jeito de retratar mulheres que eu conheço.
Traduzido por Thaís Monteiro
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