The Youth torna-se independente no mercado brasileiro

Caio Fulgêncio
2 de setembro de 2024 - 8h03

A The Youth – criada pelo trio Eduardo Lubiazi, João Machado e Yuri Maranhão – anuncia sua independência no mercado brasileiro. Com isso, a produtora de Curitiba, cidade que continua como sede da operação, deixa a parceria de sete anos com a Stink para gerenciar os próprios projetos.

Liderança da The Youth é formada por Yuri Maranhão, João Machado, Eduardo Lubiazi, Chico Pedreira e Carolina Cherobim (Crédito: Divulgação)

Com 12 anos de existência, a trajetória da The Youth fora do Paraná começou na Boiler, que a representou por três anos. Segundo Lubiazi, o atual momento é reflexo da bagagem de uma década ao lado de produtoras experientes, que resultou na produção de grandes campanhas para diferentes países do mundo.

“Há seis meses, já tínhamos planejado esse passo. Acreditamos que a soma do nosso estilo e forma de dirigir com a experiência já formaria uma produtora que poderia trazer algo novo e legal para o mercado local”, comenta.

A decisão de alçar voo solo ganhou ainda mais força com a lista de conquistas em festivais de publicidade no primeiro semestre. Entre Clio, Ciclope Latino, NYF Health, One Show, D&AD e Cannes Lions, a The Youth participou de projetos que receberam mais de 40 prêmios. Somente neste ano, na Riviera Francesa, a produtora conquistou 16 leões, incluindo dois Grand Prix.

Entre os cases de destaque em 2024 estão os curtas “Ashe Versus”, criado por TBWA/Chiat/Day NY para Moderna, e “Impossible Journey”, da Area23 para Aster. “Por sorte, talvez, os prêmios consagraram muito bem este ano. Foi uma forma de deixar claro que a gente consegue disputar os melhores projetos com outras milhares de produtoras”, justifica Lubiazi.

The Youth e negócios

Mesmo com a independência recente, a estruturação da The Youth enquanto empresa é mais antiga. Sobretudo nos últimos três anos, houve aceleração de processos internos, como formação de liderança e desenvolvimento de novos diretores.

Dessa forma, com Lubiazi, Machado e Maranhão (trio de diretores que também é conhecido como os Youth), a produtora tem Carolina Cherobim como quarta sócia. Além disso, essa nova fase também contou com a chegada do produtor executivo Chico Pedreira, que já passou pela Geral Filmes, O2 e Prodigo.

“É um mercado que precisa de afinidades e relações. Como já estou nele há muito tempo, a minha chegada acaba indo para esse lugar, de tentar abrir mais portas no Brasil nesse primeiro momento e, daqui a pouco, ampliando para além da fronteira nacional”, revela Pedreira.

Um dos cases mais premiados do ano foi “Ashe Versus”, criado por TBWA/Chiat/Day NY para Moderna (Crédito: Divulgação)

Já o casting de diretores é formado, além dos Youth, por Bueno, Bibo, Duran Sodré, Janaína da Veiga, Karma, Maldita e Yuca. No exterior, a produtora segue representada por Oriental no México, Stink na Europa e Friends & Family nos EUA.

No âmbito criativo e de negócios, investimento importante foi a criação, há dois anos, da Colossal, butique de animação, efeitos especiais e pós-produção. Lubiazi explica que a vertical surgiu a partir de demandas que não se encaixavam no perfil da The Youth.

Para entregar esses projetos, era preciso montar times especiais, mas, com o tempo, houve a entendimento de que existiam oportunidades. “Começamos a trabalhar com técnicas que em um dia a dia normal não daria certo. Por isso, hoje, as pessoas chegam em busca de algo inovador, às vezes, até sem briefing”, diz.

Análise de mercado

A produção audiovisual, na opinião de Lubiazi, vivencia, finalmente, uma fase de retomada. Atualmente, é possível perceber a chegada de novos clientes e players e a ampliação da abrangência territorial das campanhas publicitárias. Isto é, os trabalhos que funcionam bem no Brasil devem também performar em outros territórios, sobretudo na América Latina.

Essa movimentação, conforme ele, beneficia produtoras que possuem olhar global. “O mercado brasileiro começa a se globalizar cada vez mais e interagir com outras culturas. Os clientes passam a querer campanhas mais abrangentes e acho que isso pode nos beneficiar. Olhamos para isso e vimos que havia espaço para trazer essa perspectiva para agências e clientes, e vamos buscar mais isso nos próximos anos”.