Transmissão digital de comerciais ganha força
Burti lança serviço para segmento e expectativa é que até o final do ano as mídias físicas (como fitas Betacam) percam espaço
Transmissão digital de comerciais ganha força
BuscarTransmissão digital de comerciais ganha força
BuscarBurti lança serviço para segmento e expectativa é que até o final do ano as mídias físicas (como fitas Betacam) percam espaço
Felipe Turlao
15 de agosto de 2012 - 8h08
Há pelo menos 20 anos já é possível transmitir um arquivo digital de um computador a outro por meio da internet. Entretanto, a grande maioria dos comerciais atualmente só pode ser veiculada nas emissoras de televisão graças aos bons e velhos serviços de moto-frete que transportam pelo trânsito caótico de nossas metrópoles fitas do formato Betacam, ou mídias óticas XDCam (formato adotado pela Rede Globo).
Entretanto, essa realidade está prestes a mudar, e as principais emissoras já fazem testes com envio digital de comerciais. A expectativa do mercado é de que a mudança ocorra muito rapidamente. Até o final de 2012, espera-se, a maioria das emissoras abertas e fechadas já estarão operando desta forma, embora dentro de um processo de transição no qual ainda aceitarão mídias físicas por um tempo.
Por conta disso, o mercado de logística digital já começa a tomar alguma forma no Brasil. O movimento mais recente é da Burti, conhecida pela transmissão de anúncios via online para veículos de mídia impressa. Em joint venture com a Latina Estúdio, de Cássio Pardini, ela lança o serviço multimídia ViaBurtiExpresso, voltado para a entrega de comerciais e outros tipos de peças, como mobile. “Entregamos de forma física, mas o grande foco de crescimento da empresa será nos formatos digitais”, afirma Fabio Bottura, diretor-executivo da unidade de serviços digitais Burti NoPaper, que por um ano e meio gerenciou a criação da infraestrutura e do software necessários para que o serviço pudesse ser lançado. “Somente agora há uma demanda que justifique o lançamento do serviço”, completa.
Mas antes da Burti, duas empresas já operavam no segmento nascente. Uma delas é a Zarpa Media, empresa que atende com exclusividade à Rede Record. A outra é a AdstreamSamba, que já participa há alguns meses de testes com Globo, SBT, RedeTV, Gazeta e Band.
“O mundo inteiro já se utiliza de meios digitais. O envio de arquivo físico não faz mais sentido”, afirma Celso Vergeiro, que líder os esforços da joint venture. Ele acredita que quando a Globo anunciar oficialmente o serviço de transmissão digital, o que deve ocorrer em questão de semanas, a adesão do resto do mercado será quase que simultânea.
Para os outros envolvidos no processo, o modelo digital também só deverá trazer vantagens. Da parte dos anunciantes, a expectativa é que nada mude em termos de custos e a Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA) já conversa com players do mercado de logística digital para que isso não ocorra. Outro fator positivo é a segurança, já que se uma fita ou mídia ótica do lote enviado via motoby não funcionar, a emissora “azarada” não pode exibir o comercial.
Mesmo as produtoras deverão ser beneficiadas. Elas ganham algum dinheiro com o que cobram dos anunciantes, via agência, pelo custo das cópias de fitas que serão enviadas aos veículos. Mas o peso é pequeno. “É uma parte irrisória das receitas dentro de um contrato. Elas ganham mesmo com o serviço de produção”, aponta Vergeiro. “Na prática, elas deixarão de fazer um trabalho obsoleto e que gera manutenção cara de equipamentos”, acredita.
Mas se tem alguém que abre sorriso de orelha a orelha ao escutar sobre digitalização, é o profissional de agência, especialmente aqueles dos setores de mídia e RTV. No processo atual, quando a produtora finaliza o comercial, ele é enviado para o RTV da agência em até três horas, se for apenas uma cópia, ou apenas no dia seguinte, se forem mais de 10. Após a checagem de RTV, que leva algo em torno de duas horas, a cópia passa para a mídia, que faz o protocolo para envio do material para a emissora. E o profissional espera o serviço de transporte, lidando ainda com a pressão da emissora que estabelece prazos para envio. Um processo tenso que deixa, segundo relatos, profissionais nas agências até às 22h ou mais.
Compartilhe
Veja também
Luana Piovani divulga a última temporada de Você, da Netflix
Atriz conhecida por seus fortes discursos em defesa dos direitos das mulheres questiona postura do personagem principal da série
Omnicom Media Group investe em hub de criatividade
Studio Labs oferecerá aos clientes do grupo trabalhos de produção audiovisual, design e arte final