VanPro: 47% das agências registraram aumento de receita em 2024

Isabella Lessa
8 de abril de 2025 - 12h34

Quase metade das empresas ouvidas pela pesquisa VanPro registraram crescimento de receita em 2024 (Crédito: Shutterstock)

Cresce o otimismo das agências em relação aos negócios, sinaliza a edição recém-lançada da pesquisa Visão de Ambiente de Negócios (Vanpro): 69% das 256 empresas do setor que foram consultadas vislumbram cenários bons ou muito bons para suas atividades.

Na sondagem anterior, realizada em agosto do ano passado, o índice ficou em 64%. Com isso, caiu de 8% para 4% a percepção de executivos que preveem um futuro ruim ou muito ruim. Já a quantidade dos que preferem não cravar uma estimativa positiva ou negativa aumentou de 3% para 5%, enquanto aqueles que apostam na estabilidade para os negócios retrocedeu de 25% para 23%.

Realizado pela Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro) em parceria com os Sindicatos das Agências de Propaganda (Sinapro), o estudo ouviu agências de 18 estados, mais o Distrito Federal, ao longo do mês de fevereiro. A pesquisa é realizada pelas entidades desde 2017 com o intuito de mensurar e mapear o cenário presente e as previsões futuras da indústria segundo sócios e executivos de agências brasileiras.

Uma das principais constatações do levantamento é o fato de que 47% das companhias que responderam ao questionário registraram crescimento em suas receitas no ano passado, enquanto 35% mantiveram seus números estáveis e 18% reportaram queda. Das agências que cresceram, 25% apresentaram incremento de receita superior a 30%; 58% tiveram aumento de 10% a 30%; e 17% alcançaram resultados inferiores a 10%. Para um terço das que obtiveram queda de receita, os recuos foram superiores a 30%.

De acordo com Daniel Queiroz, presidente da Fenapro, o levantamento corrobora a elevação da percepção otimista para o futuro do mercado publicitário em relação à sondagem de agosto de 2024. O cenário é, por outro lado, desafiador. Existe, segundo o executivo, a necessidade de as agências se adaptarem constantemente em meio a uma realidade na qual a transformação é a tônica.

Principais desafios para as agências

Para a maioria dos participantes da pesquisa (57%), a gestão de processos e de equipes é o maior desafio a ser resolvido. Gestão comercial e captação de clientes aparece em segundo lugar, com 55% das menções, enquanto gestão do crescimento e criação dos novos negócios figuram em terceiro lugar (52%). Na sequência constam gestão e políticas de RH (41%), gestão da imagem e da marca da agência (34%), gestão financeira e precificação (34%), inovações tecnológicas e otimização da execução  (32%), gestão estratégica e execução da estratégia (24%), retenção de clientes (20%) e gestão de projetos (16%).

Como a IA está sendo utilizada

Quando o assunto é inteligência artificial (IA) no dia a dia das agências, a maioria das consultadas (70%) adotam tanto ferramentas gratuitas quanto pagas. Um índice menor (16%) utiliza somente gratuitas e 9% apenas as versões pagas. Uma minoria significativa de 5% não faz uso da IA.

A área de criação é onde a utilização de IA se destaca: em 66% das empresas, o uso da tecnologia se concentra nos profissionais de arte e redação. Em seguida, o planejamento, com 25%, é o núcleo que mais utiliza essas ferramentas nas atividades diárias. Depois, pela ordem, o estudo cita atendimento, com 16%; mídia e produção, com 14%; redação, com 10%; gestão, com 6%, e digital, com 4%. Na visão de Ana Celina, diretora da Fenapro, as empresas precisam aprender a alinhar a empolgação em torno da IA a uma estratégia que se aplique ao cotidiano.

Perfis das agências ouvidas pelo VanPro

O perfil predominante dos respondentes da VanPro se assemelha aos dos levantamentos anteriores. A maioria dos participantes trabalha no que as entidades classificam como agências full-service (97%), com equipes de até 40 pessoas (80%). Grande parte das empresas tem mais de uma década de existência (84%), sendo 96% são associadas ao Sinapro de seu estado; 74% vinculadas ao CENP; 26% a associações empresariais, e 8% à Abradi.

O perfil de receita anual das empresas permanece o mesmo desde que o estudo começou a ser realizado: a composição é formada majoritariamente por agências com receita de até R$ 1 milhão, representando cerca de 36% das entrevistadas. Aproximadamente 25% das empresas detêm receita anual de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões; 12% de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões, e 14% de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões. As empresas com receita anual superior a R$ 10 milhões correspondem a 12% das agências participantes.