WPP planeja iniciar consolidação por fusão entre Y&R e VML
CEO global da VML, Jon Cook, assumiria o comando da nova operação, num primeiro passo para aproximar as grandes redes criativas das marcas digitais da holding
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Alexandre Zaghi Lemos
24 de setembro de 2018 - 8h10
Uma das missões de Mark Read como CEO do Grupo WPP, que assumiu no início do mês, é a de consolidar marcas e negócios da maior holding global da indústria de comunicação e marketing. Pelo que a mídia internacional noticiou neste fim de semana, o projeto está andando rápido: fontes ouvidas pelo The Wall Street Journal informam que está em estudo a fusão entre as redes Y&R e VML. O CEO da VML, Jon Cook, assumiria o comando da operação resultante da união, que poderia adotar a marca VML Y&R.
Se o caminho escolhido por Mark Read e o comando do WPP for esse, a condução da Y&R seria entregue ao líder de sua “irmã caçula”, já que a VML atua como uma das marcas do Grupo Y&R, mas com crescimento mais acelerado, forte veia digital e maior reconhecimento criativo nos últimos anos – está listada entre as dez agências mais criativas do mundo do A-List, do Ad Age, pelo terceiro ano consecutivo.
Na VML desde 1996, Jon Cook passou a responder como CEO global da rede em 2011. De lá para cá, a agência passou de 30 funcionários em Kansas, no Missouri, para mais de 3 mil espalhados em 33 escritórios sediados em 15 países, inclusive o Brasil, onde está desde 2011 e é comandada por Fernando Taralli. Liderada globalmente pelo CEO David Sable, a Y&R é bem maior: tem cerca de 190 escritórios em 93 países, sendo a líder em compra de mídia no Brasil, onde é liderada pelo CEO David Laloum. No País, tanto Y&R como VML estão ligadas ao Grupo Newcomm, do CEO Marcos Quintela.
O movimento global de fusão entre Y&R e VML confirmaria previsões de analistas financeiros, como os da consultoria Forrester Research, que recomendou, em relatório publicado recentemente, que o WPP reduza radicalmente o número de marcas da holding, “de aproximadamente 400 para algumas dúzias”. A sugestão era a de que, na área criativa, fossem preservadas apenas sete grandes redes globais: AKQA, Grey, J. Walter Thompson, Ogilvy, VML, Wunderman e Y&R. Se confirmada, a fusão entre Y&R e VML poderia sinalizar que Mark Read pretende ir ainda mais longe em termos de consolidação. “Precisamos de marcas o bastante para gerenciar o conflito de clientes, mas não tantas a ponto de tornar nosso negócio em algo incompreensível”, afirmou o novo CEO no início do mês, durante a apresentação do balanço do primeiro semestre.
Segundo analistas, o estudo de consolidações guiado por Mark Read privilegiaria a união entre as grandes redes criativas e as marcas digitais do WPP. Neste sentido, também estaria em discussão a aproximação entre a Wunderman e as redes criativas. “A estratégia visa tornar as agências de criação menos dependentes da televisão e de outras receitas tradicionais de publicidade, ao mesmo tempo que reforça o know-how digital e lhes dá acesso a mais dados de consumidores e novas tecnologias, como a inteligência artificial”, diz a reportagem do WSJ.
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