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WPP reporta queda de 0,4% e diz que 2019 será “um desafio”

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WPP reporta queda de 0,4% e diz que 2019 será “um desafio”

CEO Mark Read mantém tom otimista na apresentação do balanço financeiro de 2018 e vê progresso na implementação da estratégia de “transformação” da holding


1 de março de 2019 - 8h28

Mark Read vê “sinais precoces de sucesso na atração de novos negócios e novos talentos para o WPP” (Crédito: Arthur Nobre)

Os investidores e o mercado publicitário global aguardavam com grande expectativa o anúncio do balanço financeiro do Grupo WPP, o maior conglomerado de empresas do setor no mundo. As primeiras reações à divulgação feita na manhã desta sexta-feira, 1º de março, em Londres, não são eufóricas nem desanimadoras. Há analistas dizendo que os resultados do WPP em 2018 foram melhores do que o esperado pelos investidores, já que os números mostram queda de 0,4% na receita no ano passado, ante a previsão de queda de 0,5% – um resultado até aceitável após o valor de mercado da holding ter despencado 40% em 2018. “Estamos no início de um plano de recuperação de três anos, mas o novo posicionamento do WPP como uma empresa de transformação criativa com agências mais fortes, mais integradas e com mais tecnologia já está se mostrando eficaz, tendo impulsionado vários de nossos recentes novos negócios”, disse o CEO Mark Read na apresentação do balanço.

Por outro lado, os analistas destacam que a holding começa 2019 prevendo queda de 2% no seu crescimento orgânico neste ano. “Como dissemos anteriormente, 2019 será um desafio – particularmente no primeiro semestre – devido a ventos contrários causados por perdas de clientes em 2018”, reconheceu Read, acrescentando uma mensagem otimista: “À medida que implementamos nossa estratégia em 2019, continuaremos a colocar a criatividade, a tecnologia e o excelente trabalho para os clientes no coração da nossa transformação”.

Marcando queda de 4,2% na receita local do WPP, os Estados Unidos, maior mercado do mundo para o setor, segue sendo uma pedra no sapato da holding britânica. “Nossos negócios estão apresentando um bom desempenho na Europa Ocidental, Ásia-Pacífico, América Latina, África e Oriente Médio e Europa Central e Oriental, e estamos focados no nosso desempenho nos Estados Unidos. Vantagens importantes como a escolha do WPP feita pela Volkswagen na América do Norte refletem nossas forças criativas e estamos fazendo investimentos significativos em talentos em nosso maior mercado”, assinalou Read.

Em comparação aos seus principais concorrentes, a queda de 0,4% na receita do WPP é o pior desempenho global de 2018. O grupo norte-americano Interpublic fechou o ano passado com crescimento orgânico expressivo de 5,5%. O também norte-americano Omnicom cresceu 2,6%; e a holding francesa Publicis Groupe teve crescimento tímido de 0,1% em 2018.

Entretanto, como não poderia deixar de ser, o resumo da atuação do WPP no ano passado feito pelo CEO Mark Read é positivo: “Desde setembro, fizemos um bom progresso na implementação da nova estratégia do WPP. Definimos nossa visão para um WPP mais centrado no cliente, simplificamos nossa oferta por meio da criação de duas novas redes integradas, VMLY&R e Wunderman Thompson, realinhamos nossas agências de healthcare dos EUA, formamos o primeiro comitê executivo da empresa e iniciamos o processo de buscar um parceiro financeiro e estratégico para a Kantar. Através de 36 vendas de ativos desde abril de 2018, fortalecemos nosso balanço e simplificamos nossos negócios, levantando 849 milhões de libras em recursos em 2018”.

Read disse ainda que enxerga “sinais precoces de sucesso na atração de novos negócios e novos talentos para o WPP”. E cita alguns exemplos: “A recém-formada VMLY&R, por exemplo, teve um início forte, com ganhos de clientes que totalizaram US$ 25 milhões nos primeiros 90 dias. A qualidade de nosso trabalho criativo tem sido excepcional, com seis filmes das agências do WPP veiculados nos intervalos do Super Bowl deste ano e trabalhos como ‘The Best Men Can Be’, da Grey para a Gillette, demonstrando mais uma vez o impacto global do que fazemos”.

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