Alimentos e moda, os próximos passos do Mercado Livre
Categorias ainda com pouca participação no e-commerce, como a de supermercados e vestuário, são foco de investimentos do marketplace, segundo Fernando Yunes, vice-presidente sênior
Alimentos e moda, os próximos passos do Mercado Livre
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Caio Fulgêncio
30 de maio de 2023 - 15h37
Mesmo com a desaceleração do e-ecommerce no início deste ano, motivada pela retomada das atividades presenciais pós-pandemia da Covid-19, a perspectiva do Mercado Livre é que as vendas online voltem a crescer. Na crise sanitária, o percentual do online saiu de 5% para 14% do total do varejo e a expectativa é que chegue a 20%, segundo Fernando Yunes, vice-presidente sênior e líder do marketplace no Brasil.
Durante entrevista no ProXXIma, na manhã desta terça-feira, 30, Yunes falou que o momento atual do setor é desafiador, uma vez que o mercado enfrenta dificuldades em relação ao patamar da taxa de juros. “Só no ano passado foi mais de R$ 1 bilhão de impacto nos resultados do Mercado Livre. Tivemos que trabalhar em produtividade de custos, inciativas de precificação, para ter um resultado sustentável que permitisse seguir investindo no negócio”, falou.
Apesar do cenário, o executivo revelou que o Mercado Livre cresceu 28% no primeiro trimestre de 2023, com parte do resultado atribuído à adesão de novos consumidores. Conforme o vice-presidente, muitas pessoas mudaram as preferências de marketplace diante dos processos vivenciados por companhias como Americanas S.A., que está em processo de recuperação judicial.
Para o segundo semestre, a expectativa é que a inflação desacelere. “Isso deve abrir espaço para uma redução de juros e melhora de confiança. Além disso, vamos investir bastante em todos os pilares de marketing para manter um bom crescimento. Estamos cautelosamente otimistas”, falou.
Como alavancas de crescimento, além de apostar no aumento da participação do online, Yunes afirma que o Mercado Livre investe para que algumas categorias ganhem mais espaço no e-commerce. Um exemplo é a de itens de supermercado que, apesar de ser a maior do varejo off-line, tem uma penetração de aproximadamente 3% no online.
Outra categoria alvo de investimentos é a da moda, cujas vendas online chegam à casa dos 7% enquanto, no varejo total, corresponde a 14%. “Para essas categorias, temos pensado em como trazer soluções e melhorias de serviço para reduzir as fricções dos clientes para seguirmos fortalecendo a marca para continuar ganhando market share”, acrescentou.
No âmbito do Mercado Ads, vertical voltada para a publicidade, o VP considerou um vetor de crescimento o retail media, tanto para o processo de consideração e criação de marca, no topo do funil, quanto para a performance. “Nos últimos seis ou oito meses, houve uma conscientização e interesse grande das agências e dos executivos de marketing. Então, isso está aumentando muito”, falou.
Além disso, Yunes apontou que o Mercado Livre tem um olhar atento ao Mercado Pago, fintech da marca. No momento, a vertente ainda possui share e carteira de crédito pequenos. Porém, “há um potencial financeiro muito grande” para os próximos anos.
“Nesse ano, o volume de vendas no Mercado Livre será de R$ 90 bilhões. O que o Mercado Pago transaciona fora é mais do que o dobro disso. Em termos de receita, no entanto, ainda é menor e deve fechar esse ano ainda dessa forma. Porém, em dois ou três anos, a receita deve cruzar ou ficar maior”, previu.
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