Como criar empresas de comunicação mais inclusivas

Caio Fulgêncio
30 de maio de 2023 - 17h24

Extrapolar o território dos debates e estipular metas específicas para acelerar a representatividade da demografia brasileiras dentro das empresas de comunicação. Essas são necessidades urgentes quando o assunto é ampliar a diversidade no mercado de trabalho, conforme a conselheira de diversidade Liliane Rocha, CEO da Gestão Kairós.

Durante painel nesta terça-feira, 30, no primeiro dia do ProXXIma, a executiva apresentou dados do Censo de Diversidade das Agências Brasileiras 2023, que mostrou que quanto mais altos são os cargos menores são os níveis de diversidade. O diagnóstico foi divulgado no mês passado pela Gestão Kairós e pelo Observatório da Diversidade na Publicidade (ODP).

Para Liliane, apesar do Brasil ser um país reconhecidamente diverso, viabilizar a inclusão dentro das companhias ainda se mostra como um dilema. Nesse sentido, segundo ela, existe a necessidade de letrar a alta liderança. “Precisamos entender um pouco mais de diversidade, ampliar a nossa consciência sobre os nossos vieses e estabelecer compromissos muito firmes e sérios”, disse.

Perda de dinheiro e reputação podem ser alguns riscos para as empresas que não olham para a necessidade de campanhas mais inclusivas. “Será que outro risco é contribuir, ainda que não percebamos, para a construção de uma sociedade mais injusta?”, questionou.

Uma solução para responder à necessidade de mudança desse cenário é, ainda de acordo com a CEO da Gestão Kairós, estabelecer metas setoriais, como as estabelecidas pelo ODP. O compromisso formal do observatório é acelerar a representatividade nas agências do País em cinco anos. Os compromissos da entidade envolvem ações voltadas à contratação, retenção e desenvolvimento de talentos.