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Como os dados ajudam a impulsionar as metas de ESG?

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Evento ProXXIma

Como os dados ajudam a impulsionar as metas de ESG?

Representantes da Ultragaz, XP e Creators.llc destacam como as empresas vem procurando definir prioridades para construir ações afirmativas de sustentabilidade e governança


1 de junho de 2022 - 12h52

As letras “E”, “S” e “G” nunca estiveram tão presentes na agenda e nas conversas das lideranças de empresas em todo o mundo como nos últimos anos. As iniciais em inglês dos termos que representam meio-ambiente, social e governança transpuseram os debates que por muito tempo ficaram restritos às ações sociais para adentrar à área dos negócios, sinalizando que a construção de uma empresa lucrativa passa diretamente pela criação de uma companhia preocupada com seus impactos perante o mundo e a sociedade.

Entender a melhor maneira de se posicionar diante dessas questões e criar ações efetivas em prol da sociedade, meio-ambiente e inclusão, entretanto, é um processo longo e que exige muito aprendizado e, sobretudo, muita informação e pesquisa.

 

Da esq. para a dir.: Giovana Oréfice, repórter do Meio & Mensagem, moderou o painel com as participações de Helena Massulo, da XP; Carolina Santos Pecorari, da Ultragaz, e Nohoa Arcanjo, da Creators.llc (Crédito: Gustavo Scatena/Imagem Paulista)

Um dos painéis da edição de 2022 do Proxxima dedicou-se a mostrar como os dados e insights podem ajudar as empresas nesse caminho. Helena Massulo, head de estratégia ESG da XP, pontuou que o tema ganhou ainda mais força após a pandemia e que muita gente ainda não entende a dimensão das três letras no contexto empresarial. Por isso, a companhia financeira vem se dedicando a trabalhos educativos para orientar tanto o público interno quanto os clientes acerca da importância do assunto. “O ESG veio para trazer uma nova visão estratégica a respeito de como se analisa investimentos e de como tomamos decisões. Fizemos um trabalho para alinhar o tema aos nossos produtos e hoje já temos mais de 50 fundos de investimentos que rotulamos como ESG. Esse é um processo contínuo e as empresas todas estão aprendendo nessa jornada”, pontuou.

A Ultragaz é outra empresa que também vem aprendendo a lidar com as pautas ESG tanto da porta para dentro quanto para fora. Carolina Santos Pecorari assumiu a vaga de gerente de ESG na companhia há três meses e, nessa trajetória inicial, conta que a empresa vem construindo um trabalho com a comunidade interna para transmitir os valores de sustentabilidade, governança e políticas sociais e esse trabalho também inclui revendedores e fornecedores. “A ideia é falar a mesma linguagem do consumidor e dos stakeholders. Nesta semana anunciamos a compra de uma frota de triciclos elétricos para a entregas. Mas é preciso explicar o quê isso significa e a importância que terá ao meio-ambiente e a todos. Nessa fase inicial, as empresas precisam estar abertas ao erro e deixar claro que estão começando a atuar nessa área de forma genuína”, declarou Carolina.

Papel dos dados

Nohoa Arcanjo, fundadora e growth leader da CREATORS.llc, que também participou do painel, deu exemplos de como a inteligência de dados pode auxiliar as empresas a construirem suas diretrizes ESG para assuntos muitas vezes simples. Ela citou, por exemplo, o período inicial da pandemia, em que os colaboradores das empresas tiveram que trabalhar em home office. “Tivemos pessoas em diferentes condições em casa, com responsabilidades diferentes, tanto com crianças quanto com pessoas idosas, e pessoas em diferentes condições de saúde. Cada uma demandava uma atenção diferente e conseguir quantificar e mapear tudo isso ajudam as empresas a chegar no detalhe do detalhe e tomar decisões que impactem positivamente a vida de cada um. Quando conseguimos entender o foco do problema é possível tomar decisões que ajudem a todos”, colocou.

Carolina, da Ultragaz, complementou o raciocínio de Nohoa a respeito da importância dos dados e destacou que, justamente por isso, as iniciativas e métricas ESG não devem ser restritas a uma área e sim estar na agenda de toda a empresa. “É importante ter dados para nos orientarem na definição das rotas”, destacou. Helena, da XP, pontuou que as informações obtidas por pesquisas e dados são fundamentais para auxiliar as empresas a definirem objetivos. “Temos muito o que fazer nessa jornada e é impossível priorizar tudo. Os dados são fundamentais para sabermos as prioridades”, disse.

Nohoa Arcanjo destacou que a pauta ESG tende a ser trabalhada de forma mais séria e ganhar mais avanço nas corporações porque já começa a ser percebida como um pilar gerador de negócios. Hoje, segundo ela, as startups de ESG vem sendo alvo de robustos investimentos porque a indústria percebeu que pensar em ações sustentáveis e de governança dará retorno. “Investir em ESG, hoje, é como investir na Bolsa. Essa é uma pauta que vai reverberar e trazer retorno financeiro. Vemos grandes investimentos das empresas em carros elétricos e como isso vem avançando. Certamente essas decisões não foram tomadas somente porque as empresas estão preocupadas com a camada de ozônio, mas porque isso dá dinheiro. Quando falamos em dinheiro, aceleramos a corrida”, concluiu.

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