IA nas agências: menos repetição, mais criatividade
Para Marcio Santoro, copresidente da Africa Creative, e Renata Bokel, CEO da WMcCann, inteligência artificial vai transformar a mentalidade da comunicação e do trabalho
IA nas agências: menos repetição, mais criatividade
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Taís Farias
5 de junho de 2024 - 15h25
Em abril, um levantamento do Google apontou que o uso de ferramentas de inteligência artificial pelos brasileiros está acima da média global. O dado ajuda a ilustrar o interesse do público e a presença da IA na dinâmica – e nos negócios – do País. Pensando nisso, como anda a adoção e a maturidade das agências quando o assunto é inteligência artificial?
“Estamos em um estágio intermediário”, contou Renata Bokel, CEO da WMcCann, sobre o desenvolvimento da IA na companhia. Para ela, o momento atual seria apenas a ponta do iceberg do que a inteligência artificial representa para o mercado. “Quem diz estar em um estágio muito avançado, talvez, não tenha muita dimensão do que está acontecendo no mundo”, reflete a CEO.
O copresidente da Africa Creative, Márcio Santoro, concorda que a indústria ainda está engatinhando enquanto aprendizado. “É a maior evolução tecnológica que já vivi. Isso significa que o jogo vai mudar por completo”, considera o executivo.
O mercado de ações, por sua vez, também estaria apostando em uma evolução que está por vir. Exemplo disso é a Nvidia que, impulsionada pela produção de semicondutores para operação de plataformas de IA, está perto de se tornar a segunda empresa mais valiosa do mundo.
Para Renata Bokel, a mudança trazida pela inteligência artificial não pode ser comparada com nenhuma das outras ondas de evolução tecnológica que ficaram no passado. “Estamos falando de uma maneira nova de trabalhar, um jeito novo de pensar sobre quem vai trabalhar para você. Não dá para comparar com a chegada da internet”, pondera.
Como resultado, nas agências, isso já estaria trazendo uma mentalidade menos repetitiva e mais voltada à criatividade, assim como um olhar multidisciplinar. “Todos nós vamos ser capazes de programar uma máquina”, aposta Bokel. Na WMcCann, estudos preliminares apontam que, em média, 52 horas estariam sendo economizadas com o uso das ferramentas.
Para o copresidente da África, a inteligência artificial deve se fundir às organizações como o digital, em que não há mais distinção entre uma agência do gênero ou não. “Daqui a pouco tempo, vamos falar de IA do mesmo jeito. Vai ter agência boa e agência ruim, mas todas vão usar inteligência artificial”, defende Santoro.
Hoje, no dia a dia das companhias, um dos usos centrais da IA é ajudar na criação dos storyboards e layouts, assim como a finalização das campanhas. A Africa Creative conta com uma equipe dedicada a garantir que os prompts, seja em produção ou criação, não esbarrem em questões ligadas a direitos autorais.
O IPG criou um código de conduta para o uso da IA e imagens geradas artificialmente não podem ser usadas sem o consentimento dos clientes. Outra oportunidade é a ultrasegmentação. “Se você tiver cinco milhões de clientes, vai ter cinco milhões de planos de mídia, porque a gente criou uma base de dados nos últimos que anos que não consegue ser trabalhada se não por uma inteligência sintética”, aponta o copresidente da Africa.
Os executivos concordam com a necessidade de uma regulação a respeito de tema, que esbarra na velocidade das mudanças e no papel que elas podem exercer nos negócios. Mas enxergam com otimismo. “Abrimos caminho para um novo momento da publicidade. Ele vai enriquecer e nos levar para um lugar que não conhecemos”, defende a CEO da WMcCann.
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