Ian Beacraft: generalistas vão ditar futuro do trabalho
CEO da Signal and Cipher propõe uma mudança de perspectiva em relação ao trabalho
Ian Beacraft: generalistas vão ditar futuro do trabalho
BuscarCEO da Signal and Cipher propõe uma mudança de perspectiva em relação ao trabalho
Thaís Monteiro
4 de junho de 2024 - 18h09
Em estudos e manchetes, diante da inteligência artificial, o futuro do trabalho é incerto. Enquanto o temor se espalha sobre quais postos de trabalho serão substituídos pela tecnologia, Ian Beacraft, CEO da Signal and Cipher nos Estados Unidos, propõe uma mudança de perspectiva. Para o executivo, é necessário delegar tarefas burocráticas para IA e investir na ampliação de soft skills.
Presente no primeiro dia do ProXXIma, Beacraft defendeu que, em breve, a IA não será mais alvo de entusiasmo como é hoje. Em poucos anos, várias tarefas ou produtos funcionarão com o auxílio da IA, assim como tudo é online atualmente. O entusiasmo atual parte da chegada desses assistentes virtuais generativos para o público de forma mais acessível.
Porém, ao contrário da digitalização, que demorou alguns anos para ganhar escala, a IA deve avançar de forma exponencial, afirma. Para avançar no mesmo passo e não chegar a um limite de crescimento, as empresas terão que se adaptar e essa adaptação passa por uma mudança na forma como ver a IA.
“A maioria das narrativas fala da IA como ameaça, mas podemos pensar em como nós podemos ser disruptivos para chegar em um crescimento exponencial”, disse. Algo como o que o Google fez com a chegada do ChatGPT ao mercado. Para Beacraft, a big tech mudou todo seu portfólio em 18 meses para embedar a IA em todos os seus produtos.
A sobrevivência, afirmou, vem da regeneração constante. Ao invés de fazer planejamentos fixos que podem cair por terra a partir das próximas disrupções tecnológicas, as organizações devem tornar-se adaptáveis para mudanças constantes.
“IA não é o problema, e sim liderança pobre, aderência a sistemas antigos e mindsets focados em tecnlogia”, colocou. Para ele, antes de pensar na tecnologia, é necessário mapear pessoas, processos, framework e restrições. E, posteriormente, considerar como a IA pode ajudar nessas áreas.
O executivo exemplificou contando que a Signal and Cipher listou todos os problemas que encontram na forma de fazer brainstorm hoje e, depois, enviou para a IA sugerir novas ideias para resolver esse processo. A partir disso, a agência pode economizar tempo em ideias abstratas e otimizar esse tempo na criação de protótipos.
Assim, ele defende que a IA vai ajudar as empresas a diminuir o tempo gasto em tarefas administrativas e dar vazão à criatividade. Além disso, skills que estão fora do escopo do trabalho irão ganhar valor, uma vez que parte do trabalho será feito com o auxílio da tecnologia.
“Nós crescemos pensando que temos que nos especializar, que isso nos daria oportunidade para crescer profissionalmente. Os generalistas pareciam perdidos. Hoje, a IA não torna especialistas sem valor, mas torna os generalistas muito valorizados”, coloca.
A partir disso, generalistas ocuparão mais funções em diversos departamentos e os skills ganharão relevância. Ao mesmo tempo, as empresas utilizarão uma combinação de IAs para projetos grandes e pequenos.
“A ideia de que você tem uma função específica e nada mais acabou. A ideia é sair dos limites estabelecidos. Departamentos vão se expandir. Você desenvolve novas habilidades de forma exponencial. Quando você integra departamentos, você olha para as coisas de maneira diferente e consegue escalar. Codificar conhecimento é escalar as habilidades valorizadas dos funcionários. É como criar um segundo cérebro”, afirmou.
Compartilhe
Veja também
Marcos Mion: relação com marcas vem de dedicação mútua
Apresentador da Globo, Marcos Mion acredita que uma relação longeva com marcas dependa de co-criação e dedicação
Como a mídia programática é afetada pela inteligência artificial?
Os vice-presidentes da Epsilon e BETC Havas acham que a partir da consolidação de produtos que usem IA as marcas ficaram mais seguras em explorar as potencialidades da tecnologia