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Ian Beacraft: generalistas vão ditar futuro do trabalho

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Ian Beacraft: generalistas vão ditar futuro do trabalho

CEO da Signal and Cipher propõe uma mudança de perspectiva em relação ao trabalho


4 de junho de 2024 - 18h09

Em estudos e manchetes, diante da inteligência artificial, o futuro do trabalho é incerto. Enquanto o temor se espalha sobre quais postos de trabalho serão substituídos pela tecnologia, Ian Beacraft, CEO da Signal and Cipher nos Estados Unidos, propõe uma mudança de perspectiva. Para o executivo, é necessário delegar tarefas burocráticas para IA e investir na ampliação de soft skills.

Ian Beacraft: “IA não é o problema, e sim liderança pobre, aderência a sistemas antigos e mindsets focados em tecnlogia” (Crédito: Eduardo Lopes)

Presente no primeiro dia do ProXXIma, Beacraft defendeu que, em breve, a IA não será mais alvo de entusiasmo como é hoje. Em poucos anos, várias tarefas ou produtos funcionarão com o auxílio da IA, assim como tudo é online atualmente. O entusiasmo atual parte da chegada desses assistentes virtuais generativos para o público de forma mais acessível.

Porém, ao contrário da digitalização, que demorou alguns anos para ganhar escala, a IA deve avançar de forma exponencial, afirma. Para avançar no mesmo passo e não chegar a um limite de crescimento, as empresas terão que se adaptar e essa adaptação passa por uma mudança na forma como ver a IA.

Era da regeneração constante

“A maioria das narrativas fala da IA como ameaça, mas podemos pensar em como nós podemos ser disruptivos para chegar em um crescimento exponencial”, disse. Algo como o que o Google fez com a chegada do ChatGPT ao mercado. Para Beacraft, a big tech mudou todo seu portfólio em 18 meses para embedar a IA em todos os seus produtos.

A sobrevivência, afirmou, vem da regeneração constante. Ao invés de fazer planejamentos fixos que podem cair por terra a partir das próximas disrupções tecnológicas, as organizações devem tornar-se adaptáveis para mudanças constantes.

“IA não é o problema, e sim liderança pobre, aderência a sistemas antigos e mindsets focados em tecnlogia”, colocou. Para ele, antes de pensar na tecnologia, é necessário mapear pessoas, processos, framework e restrições. E, posteriormente, considerar como a IA pode ajudar nessas áreas.

O executivo exemplificou contando que a Signal and Cipher listou todos os problemas que encontram na forma de fazer brainstorm hoje e, depois, enviou para a IA sugerir novas ideias para resolver esse processo. A partir disso, a agência pode economizar tempo em ideias abstratas e otimizar esse tempo na criação de protótipos.

Generalistas versus especialistas

Assim, ele defende que a IA vai ajudar as empresas a diminuir o tempo gasto em tarefas administrativas e dar vazão à criatividade. Além disso, skills que estão fora do escopo do trabalho irão ganhar valor, uma vez que parte do trabalho será feito com o auxílio da tecnologia.

“Nós crescemos pensando que temos que nos especializar, que isso nos daria oportunidade para crescer profissionalmente. Os generalistas pareciam perdidos. Hoje, a IA não torna especialistas sem valor, mas torna os generalistas muito valorizados”, coloca.

A partir disso, generalistas ocuparão mais funções em diversos departamentos e os skills ganharão relevância. Ao mesmo tempo, as empresas utilizarão uma combinação de IAs para projetos grandes e pequenos.

“A ideia de que você tem uma função específica e nada mais acabou. A ideia é sair dos limites estabelecidos. Departamentos vão se expandir. Você desenvolve novas habilidades de forma exponencial. Quando você integra departamentos, você olha para as coisas de maneira diferente e consegue escalar. Codificar conhecimento é escalar as habilidades valorizadas dos funcionários. É como criar um segundo cérebro”, afirmou.

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