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Telemedicina é categoria mais investida no início de 2022

Presidente da associação brasileira de startups de saúde ABSS conta as particularidades, oportunidades e desafios do setor


4 de março de 2022 - 11h56

(Crédito: Stokkete/shutterstock)

Segundo dados do Distrito, setor de healthtech recebeu US$10,9 mi de investimentos apenas em janeiro deste ano, sendo 98,5% dos investimentos no setor voltado para telemedicina. A categoria vem crescendo em um ritmo acelerado, de acordo com uma pesquisa do G2 Learning Hub, só entre março de 2020 a setembro de 2021, a categoria cresceu 372% e espera-se que o mercado atinja US$ 186,5 bilhões até 2026. 

Cristiano Teodor Russo é co-fundador da startup AtendeDoc Telesaude e presidente da associação brasileira de startups de saúde ABSS e contou ao Meio & Mensagem as particularidades, oportunidades e desafios do setor.

Meio & Mensagem – Quais as funcionalidades e as ferramentas usadas no AtendeDoc?  

Cristiano Teodor Russo – Criamos um sistema multiplataforma para serviços de telesaúde. Nosso diferencial está em realizar o streaming do vídeo via conexão Peer-to-peer/p2p em um sistema criptografado garantindo segurança, sigilo e confiabilidade no processo de atendimento, tanto para o paciente quanto para o médico.

O AtendeDoc oferece teleconsulta com médicos especializados, podendo ser realizada por vídeo, áudio ou chat, teletriagem realizada antes da consulta com base em protocolos internacionais, agendamento inteligente conectado a agenda prévia do médico, modo de plantão online, no qual pacientes podem solicitar uma consulta aos médicos credenciados a qualquer momento, histórico de saúde conectado, emissão de receita e atestado médicos com validade jurídica, que pode ser retirada em qualquer farmácia parceira, pagamento por cartão de crédito dentro do aplicativo com nível de segurança bancária, além da possibilidade de pagamento via plano de saúde, sistema customizável para clínicas, hospitais e para o serviço público, como prefeituras, por exemplo.

O AtendeDoc pode ser utilizado por diversos profissionais da saúde cujo exercício profissional permita o atendimento remoto, como psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, etc. Ainda, possuímos dois canais para agendamento de exames e vacinas junto a uma empresa parceira, também criamos um modelo para financiamento de procedimentos médicos, como cirurgias, que será lançado em breve.

M&M- Quais as oportunidades do setor de healthtech para 2022?

Cristiano – O sumário da Lei Federal 13.989 de abril de 2020 define telemedicina ou telesaude como “exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde”. Portanto, cada uma dessas áreas é um celeiro de oportunidades e se considerarmos que 20 a 22% apenas da população brasileira possui algum plano na saúde suplementar, o mercado para as HealthTechs é expressivo.

Sobre a telemedicina, especificamente, entre março de 2020 a setembro de 2021 houve um crescimento de 372% (pesquisa do G2 Learning Hub) e espera-se que o mercado atinja US$ 186,5 bilhões até 2026 (mercado americano, pesquisa da Modality Systems). Entre 2020 e 2021 foram realizados 7,2 milhões de teleatendimentos envolvendo aproximadamente 52 mil médicos, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital.

Estes dados reforçam a tendência de crescimento da telemedicina no Brasil, se será com os mesmos índices do período de pandemia é o que veremos, mas basta recordar o pré-pandemia em que este mercado crescia a taxa de 42% ao ano (Report Global Telemedicine Market 2018), razão bastante expressiva para qualquer segmento de negócio.

Outro cenário bastante interessante para o mercado de telemedicina é o serviço público de saúde. Dados da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação, mostram que para cada R$ 1,00 investido em tecnologia da informação e comunicação (TICs), governos economizam uma média de R$ 9,79 no ano subsequente. Assim, a adoção da telemedicina no SUS poderá contribuir para redução de filas de espera, deslocamentos desnecessários, agilidade de serviços de triagem além de impactar diretamente na redução de custos.

M&M- Quais desafios o setor de telemedicina ainda enfrenta? Já sabemos como eles podem ser solucionados?

Cristiano – Um dos principais desafios para a abrangência da telemedicina é a sua aceitabilidade. Tanto profissionais quanto usuários se mostravam cautelosos na adoção da prática, contudo, a pandemia impôs um cenário de restrição presencial que “empurrou” a telemedicina para o dia a dia de ambos. De certa forma, este contexto expandiu a utilização popularizando a telemedicina. Logo, este desafio está quase que superado.

Agora, quando pensamos na democratização do serviço, alcançando as regiões mais remotas ou centros urbanos menores, onde o serviço de saúde é precário ou inexistente, a infraestrutura se coloca como um obstáculo. Estamos falando aqui dos serviços de internet que precisam chegar e ter qualidade para que a conexão por telemedicina seja estável e segura.

Outro ponto importante é a pacificação regulatória para este setor. Por hora, no Brasil, a telemedicina está regulamentada pela resolução 1.643 de 2002 do Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Lei Federal 13.989 de abril de2020 (caráter emergencial).

Entendemos que para o mercado crescer com segurança jurídica é preciso uma regulamentação definitiva. Assim é fundamental que o PL 1998/2020 da Dep. Fed. Adriana Ventura (NOVO-SP) para regulamentação definitiva da prática da telemedicina avance na câmara dos Deputados e siga para a devida votação. Também é importante destacar o PL 4398/2021 do Dep. Fed. Nereu Crispim (PSL-RS) para criação do Programa Brasileiro de Telemedicina, que poderá dar condições aos órgãos públicos para implantação do serviço de forma segura e transparente.

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